ou No meu tempo é que (não) era
A semana passada fui ver dois concertos — o de Joana Amendoeira, num tributo a Fontes Rocha e o da Orquestra de Cordas dos Pequenos Virtuosos.
O primeiro concerto, dentro do Porto Bairro a Bairro, decorreu no auditório paroquial de Aldoar, onde o Novo Fado de Joana Amendoeira se expressou — e bem, sobre a guitarra do seu irmão Pedro, além de um contrabaixo e uma viola… Cantando a novos e velhos poetas, para apresentação do seu novo trabalho (incluindo um tributo ao guitarrista Fontes Rocha).
O segundo concerto a que assisti foi na igreja das Antas, no dia Mundial da Criança. A Orquestra de Cordas dos Pequenos Virtuosos deliciou-me com um repertório que foi de Bach à música tradicional irlandesa… Miúdos com 8, 9 10, 11 anos, de uma qualidade musical invulgar. E que fazem do chavão dos mais velhos No meu tempo é que era… Uma coisa do Passado. Hoje, através de métodos de aprendizagem mais inovadores, os miúdos fazem-se muito melhores do que nós. Musicalmente, falando… (Também o Coro Juvenil do Conservatório e da Escola Silva Monteiro estiveram bem, interpretando a história bíblica de Jonas).
Outra ideia fundamental é a fundada no que os párocos de Aldoar e das Antas transformaram a Casa de Deus (desse monoteísmo cristão) para receber a uma deusa maior, una e absoluta: a Música, como musa de uma linguagem universal. No meio da Igreja, tão agnóstico, de repente senti-me um místico, transportado como no barroco, directamente a Deus. Nesse momento,
Deus me existiu, efectivamente. Tão longe da fogueira onde alguns padres insistem ainda pintar os seus infernos.
vitorino almeida ventura
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