quarta-feira, 20 de maio de 2009

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mario

in Jornal de Negocios

Constâncio, Amado da Silva e Manuel Sebastião vão ser aumentados em 5% este ano


21/05/2009


Vítor Constâncio e a sua equipa de administradores vão ser aumentados em cerca de 5% este ano, um aumento que também vai ser aplicado aos administradores da Anacom, liderada por Amado da Silva, e da Autoridade da Concorrência, liderada por Manuel Sebastião, ex-administrador do Banco de Portugal.

O aumento é justificado pelo facto de em 2008 estes reguladores não terem recebido qualquer aumento o que, em vez de uma opção, foi, afinal um lapso. Por essa razão estes conselhos de administração serão aumentados em cerca de 5% este ano, o que equivale aos aumentos da função pública de 2,1% de 2008 e de 2,9% em 2009.

A notícia é avançado hoje pelo jornal “i”, que afirma que o “lapso do Banco de Portugal deixou os reguladores sem aumentos”, isto porque os aumentos de entidades como a Anacom e a Autoridade da Concorrência dependem das actualizações salariais definidas para o Banco de Portugal.

Segundo o mesmo jornal, fonte oficial do banco central garante que o lapso de 2008 será agora corrigido, frisando que ao aumento de 5% este ano não se juntarão retroactivos pelo aumento de 2,1% de que não beneficiaram em 2008. A decisão de níveis salariais e aumentos no banco central é decidida pelo ministério das Finanças.

No ano passado, após a publicação pelo Jornal de Negócios de uma comparação de salários entre governadores de bancos centrais do mundo, Vítor Constâncio, em declarações à Lusa, afirmou que “já tenho dito que deveria haver uma redução [no salário do governador do Banco de Portugal]”, acrescentado: esse salário não depende de mim”.

O salário de Vítor Constâncio – e por arrasto de outros reguladores – é decidido por Teixeira dos Santos que, definiu para 2007, uma remuneração anual de 250 mil euros, cerca de 18 vezes o rendimento nacional per capita, o que, por esta medida, faz de Constâncio um dos banqueiros centrais mais bem pagos do mundo.

“Aumento de 2,9% na função pública não teria justificação neste momento”, afirmou Constâncio em Abril

Em Abril, após o Banco de Portugal ter revisto a previsão de crescimento da economia portuguesa para uma contracção de 3,7% este ano – confirmando a pior recessão de três décadas em Portugal – e de ter previsto uma deflação de 0,2% em 2009, Vítor Constâncio afirmou que "é evidente [que a actualização de 2,9 por cento para a função pública] não teria justificação perante uma previsão de inflação de -0,2 por cento".

A Comissão Europeia prevê que as remunerações médias reais por empregado, quando deflacionadas pela inflação, recuem 0,4% este ano, reflectindo o forte aumento do desemprego e o efeito de mecanismos de ajustamento salariais negociados entre empresas e trabalhadores, como por exemplo, o lay-off, onde se prevê uma suspensão temporária da produção, com consequente redução de horas de trabalho.