Com o objectivo de apresentar soluções para o aproveitamento e salvaguarda das linhas do Tua, Corgo e Tâmega.
A Liga de Amigos do Douro promove sábado, na Régua, um debate sobre "O Património Ferroviário do Vale do Douro", com o objectivo de apresentar soluções para o aproveitamento e salvaguarda das linhas do Tua, Corgo e Tâmega.
O colóquio decorre cerca de dois meses depois da suspensão das Linhas do Corgo (Régua e Vila Real) e do Tâmega (Livração e Amarante) para obras de reforço de segurança das vias.O Ministério do Ambiente emitiu este mês a Declaração de Impacto Ambiental "favorável condicionada" à construção da barragem de Foz Tua, impondo o estudo de uma linha ferroviária alternativa à actual que será parcialmente inundada.O presidente da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM), Armando Moreira, referiu que esta associação quer contribuir para a valorização do património ferroviário do Douro, evitar o seu desaparecimento e ajudar no desenvolvimento integral de toda a região.
O colóquio surge no âmbito de um dos objectivos estatutários da Liga que passa por contribuir para a preservação e valorização do Património do Douro, onde se inclui os vinhedos, os muros de xisto e as ferrovias.
Armando Moreira lamentou a falta de reacção da região perante o "pré-afogamento" da Linha do Tua e alertou para a situação "de abandono, por parte da REFER, deste património muito valioso", apesar de reconhecer que, do ponto de vista comercial, estas linhas, "têm uma rentabilidade reduzida".
"Não por culpa das pessoas ou da região, mas da política que foi seguida nos últimos 50 a 60 anos", acrescentou.
O responsável defendeu a necessidade de preservar estas linhas enquanto património construído como o são outros monumentos que, apesar de não terem a mesma utilidade de outrora, são preservados e mantidos.
O colóquio vai ser moderado por Miguel Cadilhe e terá como oradores José Manuel Cordeiro, da Universidade do Minho, que vai falar sobre "As vias férreas - Um património Irrepetível", e do historiador Gaspar Martins Pereira que se debruçará sobre as "Vias Férreas do Douro Património da Humanidade".
De França vem o vice-presidente da Federação dos Caminhos-de-ferro Turísticos Franceses (UNECTO), Jacques Daffis, que vai falar sobre as soluções que foram postas em prática em França e noutros países em linhas de bitola reduzida.
Com as conclusões do colóquio, a LADPM pretende elaborar uma proposta com vista à valorização deste património, que será enviada ao Governo, "É um passado que queremos transmitir para o futuro. É disso que se trata, da preservação do património", realçou o responsável.
Quanto à Barragem de Foz Tua, Armando Moreira referiu que a liga "nunca estará contra o armazenamento de água para a produção de energia eléctrica, mas lamentou a "solução simplista" encontrada para este caso.
Outra solução, na sua opinião, poderia ser uma "uma cascata de barragens, desde montante até jusante, para o regadio e produção, naturalmente, de energia eléctrica". Espigueiro
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