A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza lamentou hoje a decisão de construção da Barragem de Foz do Tua, "ainda que seja à cota NPA 170", alegando que a qualidade de vida das populações será preterida ao suposto progresso.
A associação ambientalista reage ao facto de o Ministério do Ambiente ter emitido, hoje, uma Declaração de Impacto Ambiental "favorável condicionada" à construção da Barragem, impondo o estudo de uma linha ferroviária alternativa à actual, que será parcialmente inundada, e uma cota mínima de 170 metros.
"Mais uma vez, a qualidade ambiental e a qualidade de vida das populações locais são trocadas pelo lucro fácil e imediato do 'progresso'", afirma a Quercus em comunicado.
"É com tristeza que verificamos que, cada vez mais, os Estudos de Impacto Ambiental são meras formalidades, sendo as decisões apenas de natureza política e estando tomadas à partida, aliás como repetidas declarações do ministro do Ambiente o demonstram", sustenta a associação.
De acordo com aquela entidade, as decisões são, também, "tomadas sempre a favor de grandes grupos económicos e não das populações, não tendo os estudos técnicos e opiniões dos especialistas qualquer peso na decisão, que só dessa forma seria equilibrada".
Segundo os ambientalistas, a Barragem "afectará de modo irremediável o ecossistema do Vale do Tua, último reduto de várias espécies de fauna e flora com situação ameaçada no país".
Além disso, "o efeito cumulativo da destruição de ecossistemas de características semelhantes, o que acontecerá no caso das barragens previstas para o Tâmega e para o Sabor, não foi tido em conta pelo decisor".
"Esta barragem afectará também de forma irremediável a paisagem Património Mundial do Douro Vinhateiro" e a sua construção "viola a Directiva Quadro da Água, por destruição da qualidade da água", lê-se ainda na nota de imprensa.
A Quercus sublinha que serão afectados "muito negativamente" os últimos dois pilares de desenvolvimento da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro: "a Agricultura e o Turismo", duas actividades que "não são deslocalizáveis e são de alto valor acrescentado".
"A Barragem do Rio Tua pode ser um investimento interessante para a empresa que a vai explorar, a EDP, mas provocará, sem dúvida, uma perda irrecuperável do transporte público, da paisagem, do Turismo e da agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, que se tornará mais pobre e despovoado", afirma a associação.
Para os ambientalistas, no âmbito deste processo houve duas promessas do Governo não cumpridas: "não será construído um novo troço de via-férrea, pelo que a linha do Tua encerrará definitivamente entre a povoação do Tua e Mirandela" e "não será construída a estrada de ligação Alijó - Carrazeda de Ansiães pelo coroamento da barragem".
"Ou seja, os promotores (Estado e EDP) ficam com a carne e a região fica com os ossos", concluem. HSF. Expresso
A associação ambientalista reage ao facto de o Ministério do Ambiente ter emitido, hoje, uma Declaração de Impacto Ambiental "favorável condicionada" à construção da Barragem, impondo o estudo de uma linha ferroviária alternativa à actual, que será parcialmente inundada, e uma cota mínima de 170 metros.
"Mais uma vez, a qualidade ambiental e a qualidade de vida das populações locais são trocadas pelo lucro fácil e imediato do 'progresso'", afirma a Quercus em comunicado.
"É com tristeza que verificamos que, cada vez mais, os Estudos de Impacto Ambiental são meras formalidades, sendo as decisões apenas de natureza política e estando tomadas à partida, aliás como repetidas declarações do ministro do Ambiente o demonstram", sustenta a associação.
De acordo com aquela entidade, as decisões são, também, "tomadas sempre a favor de grandes grupos económicos e não das populações, não tendo os estudos técnicos e opiniões dos especialistas qualquer peso na decisão, que só dessa forma seria equilibrada".
Segundo os ambientalistas, a Barragem "afectará de modo irremediável o ecossistema do Vale do Tua, último reduto de várias espécies de fauna e flora com situação ameaçada no país".
Além disso, "o efeito cumulativo da destruição de ecossistemas de características semelhantes, o que acontecerá no caso das barragens previstas para o Tâmega e para o Sabor, não foi tido em conta pelo decisor".
"Esta barragem afectará também de forma irremediável a paisagem Património Mundial do Douro Vinhateiro" e a sua construção "viola a Directiva Quadro da Água, por destruição da qualidade da água", lê-se ainda na nota de imprensa.
A Quercus sublinha que serão afectados "muito negativamente" os últimos dois pilares de desenvolvimento da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro: "a Agricultura e o Turismo", duas actividades que "não são deslocalizáveis e são de alto valor acrescentado".
"A Barragem do Rio Tua pode ser um investimento interessante para a empresa que a vai explorar, a EDP, mas provocará, sem dúvida, uma perda irrecuperável do transporte público, da paisagem, do Turismo e da agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, que se tornará mais pobre e despovoado", afirma a associação.
Para os ambientalistas, no âmbito deste processo houve duas promessas do Governo não cumpridas: "não será construído um novo troço de via-férrea, pelo que a linha do Tua encerrará definitivamente entre a povoação do Tua e Mirandela" e "não será construída a estrada de ligação Alijó - Carrazeda de Ansiães pelo coroamento da barragem".
"Ou seja, os promotores (Estado e EDP) ficam com a carne e a região fica com os ossos", concluem. HSF. Expresso
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