sábado, 15 de dezembro de 2007

Património Mundial prepara-se para passar da teoria à prática

A comemoração da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, em 2001, ficou ontem marcada pela percepção de que a região está finalmente a dar passos concretos para passar da teoria à prática, com o fim de retirar desse galardão as mais-valias económicas e sociais para a própria região e quem nela vive.
Exemplos concretos disso, são a apresentação do projecto de criação da Rota do Património Mundial Douro-Duero, que ligará as áreas classificadas do Centro Histórico do Porto, Guimarães, Douro, Vale do Côa e Salamanca, numa rede de cooperação e desenvolvimento sobretudo cultural, e também a confirmação de que as cidades de Vila Real, Peso da Régua e Lamego viram aprovado o seu projecto de criação da Cidade do Douro ("Douro Alliance"), no âmbito das candidaturas aos fundos europeus do Programa Polis XXI. (...)
Ricardo Magalhães, chefe de projecto da Estrutura de Missão do Douro, admitiu que "uma das evidências na região do Douro é a fraqueza de participação cívica, daí que a estrutura de missão tenha pautado, para já, pelo estímulo à reflexão, ao debate, à polémica se tal for necessário, porque um processo de desenvolvimento tem de ser feito num contexto de enriquecimento cívico".
Arlindo Cunha, presidente da Fundação luso-espanhola Rei Afonso Henriques, lembrou que "por vezes temos uma visão excessivamente conservacionista, o que dificulta a retirada de mais-valias para as pessoas, que têm também de fazer parte das decisões", e reiterou a ideia de que "o turismo no Douro é um mercado emergente, sendo fundamental a qualificação dos recursos, e ter em conta que a base da região que é o vinho e a vinha, podem ganhar com o Turismo aquilo que nunca conseguiriam ganhar só por si, como acontece noutras regiões vinhateiras da Europa e do mundo. JN

2 comentários:

mario carvalho disse...

Para impedir barragem na foz do Tua
‘Os Verdes’ pedem intervenção da UNESCO

O partido ecologista ‘Os Verdes’ denunciou ao Comité do Património Mundial da UNESCO a intenção do Governo português de construir a barragem da foz do Tua nesta zona classificada em 2001.

“Os Verdes” consideram que a barragem da foz Tua, que integra o Plano Nacional de Barragens anunciado recentemente pelo Governo, “desrespeita os compromisso assumidos aquando da classificação do Douro pela UNESCO”. Ao mesmo tempo alertam para a submersão de “uma da mais belas linhas ferroviárias do mundo” , o alerta dos de “Os Verdes” foi lançado na semana passada para que a UNESCO “zele pela integridade deste património”.
“Há uma nítida vontade do Governo português de esconder a situação, para ver se passava, no documento que serve de base à consulta pública e duvidamos, por isso, que tenha informado o comité da UNESCO sobre a sua intenção de alterar substancialmente aquela paisagem”, frisou Manuela Cunha, dirigente nacional daquele partido.
E, de acordo com esta responsável, a ser construída a barragem vai “alterar” a paisagem em duas localidades - Pinhão e Carrazeda de Ansiães - que integram a zona classificada de património mundial. Sublinhou que “o Governo português está a desrespeitar o compromisso assumido, de preservação da paisagem, num sítio emblemático dessa mesma paisagem”. E acrescentou que a obra prevista para a foz do Tua, a um quilómetro e meio do rio Douro, vai destruir uma zona com escarpas, olivais e vinha, que será submersa.
Segundo a dirigente nacional do partido ecologista, a barragem irá submergir aquela que é considerada, pelos especialistas da matéria, “a terceira mais bela via estreita do mundo”, a do Tua. No entanto, na sua opinião, o caminho-de-ferro é mesmo uma das respostas mais adequadas em termos de transportes. Em detrimento da barragem, “Os Verdes” defendem para esta zona um projecto que interligue as diversas linhas ferroviárias - Tua, Corgo, Tâmega e Douro - com ligação a Espanha.

mario carvalho disse...

OS VERDES” QUEREM VINDA DO

MINISTRO DO AMBIENTE À COMISSÃO PARLAMENTAR

PARA DAR EXPLICAÇÕES SOBRE O PROGRAMA DE BARRAGENS





O Grupo Parlamentar de “Os Verdes” requereu hoje a vinda do Ministro do Ambiente, com carácter de urgência, à Comissão Parlamentar do Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território, para prestar esclarecimentos sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH), programa que inexplicavelmente o Governo não apresentou ao Parlamento, procurando, a todo o custo, fugir à discussão do mesmo.



“Os Verdes” sublinham que este Programa de Barragens tem obtido uma forte oposição, em particular em relação a alguns dos empreendimentos nele previstos, como por exemplo a Barragem da Foz do Tua que constitui um dos maiores atentados ambientais e ao património, mas também as barragens do Fridão e do Almourol.



“Os Verdes” consideram que o Sr. Ministro do Ambiente, com o aval que deu ao PNBEPH, esqueceu de vez o papel de guardião do ambiente e dos recursos naturais e de promotor de políticas de desenvolvimento sustentável, que lhe caberia dentro do Governo.



“Os Verdes”, por seu lado, tudo farão para que o debate prossiga e para que este Programa seja reequacionado enquanto é tempo, por forma a evitar situações completamente irreversíveis e profundamente lesivas para o desenvolvimento sustentável do país.



O Gabinete da Imprensa

(telemóvel: 917462769)

11 de Dezembro de 2007