A reactivação da circulação ferroviária entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e La Fuente de S. Esteban, próximo de Salamanca (Espanha) é uma ambição que cozinha em lume brando, tanto do lado de cá da fronteira, como no lado de lá. No entanto, o projecto espanhol dá hoje um passo importante com a apresentação, em Vilvestre, de um plano para a criação de condições de circulação pedonal entre La Fregeneda e Barca de Alva. A cerimónia vai contar com a presença dos autarcas portugueses de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Côa. Uma oportunidade de conhecerem melhor o projecto espanhol, de que poderão dar testemunho, no próximo domingo, na convenção agendada para Barca de Alva, que vai reunir diversas personalidades que apoiam a reactivação do troço da linha para fins turísticos.
À frente desta vontade de criar um lóbi forte surge a Comissão de Revitalização da Linha do Douro, criada recentemente no Marco de Canaveses, que reúne 28 municípios ribeirinhos. Todos de mãos dadas exigem ao Governo o apoio necessário para abrir esta "porta" em Espanha e, até, na Europa, de modo a aumentar a diversidade da oferta turística. O chefe de projecto da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, tem já lugar marcado. "Obviamente que nos temos de bater pela viabilização da linha pois é absolutamente indispensável". A convicção é justificada por "razões patrimoniais e paisagísticas". Ora, a linha do Douro é uma das peças da paisagem que a Unesco classificou, há seis anos, como património mundial. "Esse traço dá-lhe valor. Ai de nós se lho tiramos!", exclama. Ricardo Magalhães entende, todavia, que para além da componente cultural, é preciso não desvalorizar a parte económica e mesmo a social. "Temos de perceber que a sustentabilidade é uma equação distinta no interior e no litoral", declara, observando que por esse motivo "não é possível adoptar permanentemente como método a elaboração de rácios de procura per capita". Eduardo Pinto, JN
Foto Ansiães Aventura
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