quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Endesa vai apresentar alternativa à EDP para Foz Tua

E mantém interesse nas restantes barragens

Apesar das condições especiais que o Governo concedeu à EDP no concurso para a exploração da barragem do Foz Tua, a Endesa garantiu à Agência Financeira que vai apresentar uma proposta alternativa à EDP.
Recorde-se que, no passado dia 7 de Dezembro, o Governo apresentou o plano nacional de dez novos projectos hidroeléctricos a ser lançados em concurso no próximo ano. Ainda assim, o Executivo reservou direitos especiais para a EDP no Foz Tua. Caso surgissem mais interessados para além da eléctrica, a barragem estaria sujeita a um concurso simplificado, no qual a EDP seria a preferida.
Ribeiro da Silva mostra-se surpreendido com esta situação, onde diz ter havido «inside trading». «De qualquer maneira, vamos apresentar um projecto alternativo, o que obrigará a um concurso», referiu.
O presidente da Endesa Portugal não afasta uma possível acção judicial contra o Governo por causa desta situação, mas aguarda por mais desenvolvimentos. «Não faz sentido é dizer que se insere no pacote global deste programa e afinal só irem, de facto, nove a concurso. Ainda por cima é a mais importante», comentou.

Aguarda definições do concurso para fazer parcerias
Antes da apresentação do plano do Governo, a Endesa já tinha declarado formalmente estar interessada em todos os empreendimentos que viessem a ser lançados. Agora, assume o interesse na maioria, ainda que mantenha reservas em relação a algumas. O responsável vai aguardar pela concretização das condições dos projectos, previstas para Março, a fim de tomar uma posição final. «Temos o trabalho de engenharia ambiental e jurídica em curso há uns meses. Aguardamos a definição dos termos dos concursos», rematou.
Também a depender das condições estão as parcerias. «Estamos abertos a isso, mas em função das exigências dos concurso», referiu Ribeiro da Silva, sublinhando que o Grupo é a empresa que opera mais barragens a nível mundial.
Ainda no âmbito da electricidade, o responsável falou dos novos Empreendimentos Eólicos no Vale do Minho (EEVM) de mais de 280 megawatts (MW). «42 MW já estão em operação e 130 estão em fase de ligação». No gás, a empresa espanhola prepara o arranque de dois grupos de centrais de ciclo combinado no Pego. Agência Financeira

Colaboração: Mário Carvalho

2 comentários:

mario carvalho disse...

in bpionline


Rede eléctrica está sem capacidade para receber novos pontos de ligação


27/12/2007


A rede eléctrica nacional está sem capacidade para receber mais potência na generalidade das zonas do País. Este cenário deve-se, segundo a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), à forte adesão de investidores aos projectos de produção de energia eléctrica, sobretudo renovável, registada nos últimos anos.

E este esgotamento da rede é, exactamente, o argumento apresentado pela DGEG para justificar a limitação do novo período de apresentação de pedidos de informação prévia (PIP), na primeira quinzena de Janeiro, às mini-hídricas já com alvará de exploração de água, centrais de valorização energética, projectos de biogás e de co-geração.

"Não serão aceites PIP, no período que decorre de 1 a 15 de Janeiro de 2008, (...) para instalações de produção de energia eléctrica no regime especial", determina o despacho de 14 de Dezembro, assinado pelo director-geral da Energia, Miguel Barreto.

Verifica-se, segundo o documento citado, "na generalidade das zonas da rede até 2008, o esgotamento da capacidade disponível da rede para receber mais potência". Nestas condições, "a adequada gestão do processo aconselha a que se continue a limitar a possibilidade de atender novos pedidos", diz a DGEG, responsável pela gestão do sistema eléctrico público.

Mas há excepções nestas limitações. A DGEG diz, em primeiro lugar, que vai aceitar pedidos de ligação à rede de aproveitamentos hidroeléctricos que já tenham título de utilização do domínio hídrico.

J.Pinto disse...

Está tudo minado.
Já a consulta pública foi uma palhaçada, pois a barragem mais contestada de todas é a que avança com mais rapidez, sem concurso nem nada, para ser oferecida á EDP.
Isto cheira tudo muito mal.

J.Pinto