É sabido que o cérebro é a parte mais nobre do nosso corpo.
É claro que não constitui algo totalmente distinto do resto. Pelo contrário, está estreitamente ligado às restantes partes do organismo, formando com elas um todo.
Ao analisarmos vários seres humanos chegamos facilmente à conclusão de que os cérebros não são todos iguais, não funcionam da mesma maneira, existem estruturas mentais diversas.
Mas não serão tão diferentes que não possam ser subsumíveis a certos tipos importantes, mais facilmente verificáveis quando lidamos com casos bem definidos.
E então vemos, por exemplo, os autistas, muito inteligentes para os raciocínios matemáticos e lógicos, minuciosos na observação de pormenores, mas incapazes de avaliar estados de alma.
Temos os esquizofrénicos que tornam real o que é simplesmente pensado, construindo um mundo próprio em que vivem com as suas visões.
Quantos mais casos extremos, desde o exagero de abstraccionismo ao excesso de concretismo, desde a ausência de memória, em que tudo é vago e difuso, ao excesso da mesma memória, em que as recordações se sobrepõem e atropelam?
Para lá dos estados mentais extremos referidos, que infinidade de tipos mentais tidos como normais é possível descortinar!!!
Todos teremos, como comummente é afirmado, uma personalidade própria, a pensar, a decidir, a sentir, a recordar de maneira peculiar, talvez impar.
Esta individualidade agirá com os outros de modo especial.
Mas esta especificidade é determinada pelas nossas acções e vontade ou pelas leis da natureza?
E, estando Deus por trás de tudo, como é que Ele gere as situações: - está permanentemente ocupado com cada pessoa, ou, após haver sujeitado tudo às leis da natureza por Ele criadas, deixa que tudo seja regulado por estas e não interfere agora em nada? E a mente e a alma serão uma só realidade?
João Lopes de Matos
3 comentários:
Tantas questões merecem mais do que o comentário breve que o dia hoje me permite. Temos de voltar a falar sobre este assunto.
Como funciona o cérebro ou como sobreviver ao cérebro que nos calhou?
Como sobreviver ao cérebro que nos calhou?
Respondo aqui à segunda parte da pergunta de Caracol: “Como sobreviver ao cérebro que nos calhou?”
Em meu entender:
1- É preciso conhecê-lo e aceitá-lo - Metermo-nos dentro dele e acomodarmo-nos reciprocamente.
2- Procurar optimizá-lo através de psicoterapias (tratamentos que não envolvem tomar drogas - gritar para aliviar, falar alto para habituar a ouvir-se ou quando falamos baixo, discursar em casa quando temos de discursar em público, repetir para criar novos hábitos, contrariar para eliminar atitudes não queridas, afirmar para evitar desdizer apenas).
3- Procurar ajuda medicamentosa (leve, se possível) - porque o defeito pode ser de origem orgânica a requerer compensação química.
4- Ter sempre, no entanto, a noção de que continuaremos com a nossa personalidade e que não podemos escolher aquela que em abstracto mais nos agradaria.
João Lopes de Matos
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