Quando serão os últimos, os primeiros, Sr. 1.º Ministro?
E nós Transmontanos, impávidos e serenos assistimos, cá do cimo da montanha, à guerra instalada entre amigos da OTA e amigos da margem Sul, para o futuro aeroporto, que há-de, “aqui del rei”, salvar a Nação de todos os males que a afligem hoje. Quem sabe, talvez sobre algum betão ou asfalto para as estradas, que nos faltam e a que temos direito moralmente, há décadas.
Independentemente dos argumentos de uns e outros, que a mim pouco interessam, tal é o momento de descrença que estou a viver, fiquei atónito, e ao mesmo tempo não, com o “jamais” do Sr. Ministro Mário Lino.
Se quiserem, digam que sou fundamentalista, mas primeiro que tudo em Portugal, fale Português, já basta o que não é evitável, por via do actual mundo global.
Então na margem Sul não porque não há gente, não há estradas, ponte, hospitais, escolas, etc, etc! Por outras palavras, além dos euros a gastar no aeroporto, quereria o Sr. dizer, seria necessário gastar também em futuras infraestruturas diversas, de apoio a muita gente, que por via do aeroporto, iria deslocar-se para essa região, pouco povoada ou desenvolvida?
Pois sem com isto querer que entendam, o assumir de alguma forma de apoio, é antes uma critica clara, ao raciocínio, ao pensamento “lógico”, da maioria da classe politica, que não é de hoje ou ontem. Foi assim e continua a ser – se não há gente para quê, fábricas, escolas, hospitais, caminhos-de-ferro? É ou não assim? Claro que é, e quem manda são os números, as estatísticas que resultam precisamente desta forma injusta e não solidária de pensar, de muitos anos. Claro que não havendo coragem de ir contra a maré, contra o implacável poder absoluto dos números (históricos e fabricados, sempre em prejuízo do interior), governos após governos, nuca mais será invertida esta situação. Então assumam duma forma clara e transparente e perante toda a Nação, a vossa estratégia de concentração inequívoca de investimentos públicos, no litoral e grandes metrópoles, sempre, sempre em prejuízo do interior.
Independentemente dos argumentos de uns e outros, que a mim pouco interessam, tal é o momento de descrença que estou a viver, fiquei atónito, e ao mesmo tempo não, com o “jamais” do Sr. Ministro Mário Lino.
Se quiserem, digam que sou fundamentalista, mas primeiro que tudo em Portugal, fale Português, já basta o que não é evitável, por via do actual mundo global.
Então na margem Sul não porque não há gente, não há estradas, ponte, hospitais, escolas, etc, etc! Por outras palavras, além dos euros a gastar no aeroporto, quereria o Sr. dizer, seria necessário gastar também em futuras infraestruturas diversas, de apoio a muita gente, que por via do aeroporto, iria deslocar-se para essa região, pouco povoada ou desenvolvida?
Pois sem com isto querer que entendam, o assumir de alguma forma de apoio, é antes uma critica clara, ao raciocínio, ao pensamento “lógico”, da maioria da classe politica, que não é de hoje ou ontem. Foi assim e continua a ser – se não há gente para quê, fábricas, escolas, hospitais, caminhos-de-ferro? É ou não assim? Claro que é, e quem manda são os números, as estatísticas que resultam precisamente desta forma injusta e não solidária de pensar, de muitos anos. Claro que não havendo coragem de ir contra a maré, contra o implacável poder absoluto dos números (históricos e fabricados, sempre em prejuízo do interior), governos após governos, nuca mais será invertida esta situação. Então assumam duma forma clara e transparente e perante toda a Nação, a vossa estratégia de concentração inequívoca de investimentos públicos, no litoral e grandes metrópoles, sempre, sempre em prejuízo do interior.
Tenham a coragem de nos dizer, de cada vez que nos visitam (todos os políticos dos partidos que são ou já foram poder): - meus Senhores, vão-se governando com o que têm, porque aqui há pouca gente, (há poucos votos?), racionalmente falando, não é viável este ou aquele investimento nesta região, sabem como é, ainda por cima cada vez há menos gente! (a desertificação). Digam-nos cara a cara, e jamais (não “jamais”), façam promessas repetidas, de cada vez que cá vêm!
Há muitas regiões do País, que se desenvolveram extraordinariamente, por via de investimentos públicos ou privados. E tenho a certeza, não possuíam mais potencial atractivo que as nossas terras, nem gentes mais capazes, porque com os que cá estão, e os muitos que viriam, seríamos certamente capazes, de criar uma região mais rica mais competitiva e capaz de produzir riqueza bastante, para acarinhar os filhos da terra e acolher outros que a demandassem.
Tenham a coragem de cumprir com a frase “os últimos serão os primeiros”, então talvez o destino destas terras, não seja no futuro, uma qualquer coutada de caça, turismo natureza, ou enorme parque natural, para alguns se passearem nos seus 4/4, ou passarem um fim de semana na sua cabana de campo, vindos de uma terra qualquer do litoral.
A verdade dos números é enganadora, porque são apenas consequência da (má) vontade dos homens, que injustamente e ao longo das décadas, abandonaram politicamente a região, investindo aqui tostões e no litoral milhões. E assim, os filhos da terra chorosamente foram partindo, engrossando os números (estatísticas) de outras paragens, em prejuízo da sua terra.
Daí a minha descrença no futuro, oxalá esteja enganado…
Há muitas regiões do País, que se desenvolveram extraordinariamente, por via de investimentos públicos ou privados. E tenho a certeza, não possuíam mais potencial atractivo que as nossas terras, nem gentes mais capazes, porque com os que cá estão, e os muitos que viriam, seríamos certamente capazes, de criar uma região mais rica mais competitiva e capaz de produzir riqueza bastante, para acarinhar os filhos da terra e acolher outros que a demandassem.
Tenham a coragem de cumprir com a frase “os últimos serão os primeiros”, então talvez o destino destas terras, não seja no futuro, uma qualquer coutada de caça, turismo natureza, ou enorme parque natural, para alguns se passearem nos seus 4/4, ou passarem um fim de semana na sua cabana de campo, vindos de uma terra qualquer do litoral.
A verdade dos números é enganadora, porque são apenas consequência da (má) vontade dos homens, que injustamente e ao longo das décadas, abandonaram politicamente a região, investindo aqui tostões e no litoral milhões. E assim, os filhos da terra chorosamente foram partindo, engrossando os números (estatísticas) de outras paragens, em prejuízo da sua terra.
Daí a minha descrença no futuro, oxalá esteja enganado…
Rui Guerra
(Do programa Tribuna Livre, emitido semanalmente na Rádio Ansiães)
2 comentários:
Caro Rui Guerra,
Conheço-te de há muitos anos como lutador de boas causas (Regionalização, Independência de Timor... etc) e fico deveras preocupado com tanto confusão que vai na tua cabeça. O ditado já é velho: - Quem espera sempre alcança. Por isso não devemos desanimar. Foi assim com Timor, foi assim com a despenalização do aborto e a Regionalização também há-de vir.Verifico com mágoa, que falas como transmontano mas tomas o partido dos que defendem os Algarves. Não me compete a mim defender o Eng Mário Lino, mas neste aspecto, repito neste aspecto, ele é o único que tem razão. Então não é verdade que o país interior se tem vindo a "desertificar" ao longo dos anos? Não é de agora. É desde os anos 60, com escolas, com urgências e sem elas...Basta ver os números dos Censos. Dito pelo Ministro está mal. Dito por um deputado do PCP (Por exemplo o Brinquete) já está bem? Porque não somos directos e sinceros como foi o ministro, sem papas na língua. A realidade é esta nua e crua e não adianta chorar. Referes-te ao "jamais" que o ministro disse, mas se ouvires bem o discurso, ele diz que os técnicos é que lhe disseram "jamais". Portanto se queres criticar, então critica os autores dessa frase. Quanto ao aeroporto, como transmontanos,até deveriamos defender a OTA, pois ficaria muito mais perto para nós e nem seria muito Litoral, ao contrário de Alcochete e Setúbal. Quanto aos milhões para o interior, já estivémos pior.Dentro de pouco tempo teremos o IC5 pelo qual eu me bati desde os primórdios, apesar de muitas criticas de alguns que agora o reclamam, mas naquele tempo me chamavam "sonhador". Tanto quanto eu sei e dentro de poucos dias haverá novidades, está tudo a correr como planeado. Em 2012, mais ou menos, teremos inauguração. Não vale desanimar...!
De facto, o nosso país é pequeno mas os nossos governantes ainda o tornam mais pequeno, senão vejamos que facilmente se percebe que o estado não tem dinheiro para tudo. Qual a solução? Cortar a quem mais precisa.
Falemos da matéria de acessibilidades. Nós precisamos da A4 até Bragança do IC5 e IC26, e desta forma minimizaríamos a diferença existente com as outras regiões do país. Em números, estamos a falar de 400 milhões, 300 milhões e 80 milhões respectivamente. O que aconteceu? A construção da A4 a andar muito devagar e o resto parado…
Em Lisboa neste momento só ouvimos falar em obras megalómanas Plataforma Logística do Poceirão 500 milhões, novo aeroporto 3.000 milhões, rede de alta velocidade 6.500 milhões, terceira travessia do Tejo 600 milhões, auto-estradas da grande Lisboa 700 milhões, etc.
Será que algum dia conseguiremos seremos os primeiros?
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