sexta-feira, 29 de junho de 2007

Daqui e dali... João Lopes de Matos

O passado, o presente e o futuro
Contrariamente ao que me é aconselhado por um amigo carrazedense, vou voltar às definições e, como elas são tão evidentes, chamar-lhes-ei lapalissadas, verdades de Monsieur de La Palisse.
Comecemos pelo passado, que é afinal tudo o que fica para trás, tudo aquilo que já se viveu. Ao vivê-lo (presente) tivemos determinadas emoções, sentimentos, reacções, e ao lembrá-lo voltamos nalguma medida a rir, a sorrir, a sofrer. Certas recordações fazem-nos outra vez particularmente felizes ou particularmente tristes.
O futuro é formado pelas nossas aspirações, sonhos, vontade de que algo venha a acontecer, por exemplo, que nos saia o euromilhões, idealizando de seguida o que poderemos fazer com muito dinheiro, pois nós sempre sonhamos que nos saia muito.
De permeio, entre o passado e o futuro, está o presente, que é o momento que passa, que estamos a viver e que flui constantemente, preenchendo permanentemente o passado e tornando realidade o futuro.
Afinal a única realidade existente é o presente, pois, através dele, o passado é lembrado e o futuro perspectivado.
Se hoje eu não estivesse aqui, não vos escreveria isto (presente), a falar no já vivido (passado), e no que há-de acontecer-lerdes isto (futuro).
Afinal o presente é a parte mais importante das nossas vidas. Através dele, existe o passado, existe o futuro. Sem ele não existe nada.
O tempo talvez seja sempre presente, num fluir constante, num devir permanente.
Se calhar, o tempo não teve princípio, não terá fim. Nisto residirá, não será arrojado dizê-lo, a eternidade.
E se estão de acordo comigo, então é porque só digo evidências e terá, portanto, razão o meu amigo: - eu só digo o óbvio.

João Lopes de Matos

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda que as chamadas "questões óbvias" possam provocar nos eruditos sorrisos de condescendência, eu continuo a retirar o maior prazer da leitura dos seus artigos.
Já estava a atrasar-se, meu caro amigo...
Sim, porque, se todos vamos ganhando este "vício do blog", que nos obriga a voltar diariamente,à espera de notícias, de programas, de comentários, ou mesmo só para nos sentirmos presentes e pertences a esta terra que parecia tão ausente, é também aos seus artigos que o devemos.

Anónimo disse...

Quem não tem direito às definições ?
Se elas são para cada um, uma "lapalissada", contentemo-nos com isso e até, quando mais não seja, com a liberdade de as podermos escrever !
Concordando com o Dr. João Lopes de Matos, com o seu pensamento sobre o "passado, o presente e o futuro", atraver-me-ei a dizer também que o óbvio, ao perspectivar o futuro, deixa de ser tão óbvio se a perspectivação, por esta ou aquela razão, vier a falhar !
O óbvio (mesmo óbvio)será o passado e o presente passado !
A eternidade não será assim tão "óbvio" !
Cumprimentos - Carlos Fernandes-Pombal.