Em vários países da Europa, com muito melhor nível de vida do que o nosso, sendo que o melhor “nível de vida” é composto de, sim, mais algum dinheiro, mas principalmente de mais cultura, menos corrupção, melhor ensino, melhor saúde, melhores condições de trabalho, melhor ambiente, melhor paisagem urbana e rural e, quase sempre, muito mais comboios. Não os grandes gigantes trans-siberianos ou trans-americanos. Não! São centenas de linhas, por vezes centenárias, onde circulam sem descanso pequenos comboios que cobrem o território, como uma rede de veias por onde corre a vitalidade das pessoas, dos seus bens e dos seus negócios, ligando as pequenas aldeias às pequenas e grandes cidades. Assim tornam dispensável e absurda a circulação da maior parte dos grandes camiões de mercadorias e muitos dos automóveis particulares, podendo por isso a rede de estradas ser constituída por estradas pequenas e médias, adaptadas ao meio, agradáveis à vista e muitíssimo mais úteis do que as auto-estradas.
Não em Portugal! No nosso país, como o “nível de progresso” é medido em função dos lucros das cimenteiras e empreiteiros, que juntamente com alguns bancos e mais uma eminências pardas do grande capital, são quem governa realmente, estamos condenados ao tudo ou nada. Ou existem auto-estradas, ou caminhos de cabras. Ou se faz nascer o TGV, ou se deixa morrer tudo o que é pequena linha ferroviária.
Agora foi a vez das linhas (centenárias) do Corgo e Tâmega. Que duas linhas com tal idade e beneficiando da “manutenção” típica dos nossos equipamentos públicos, tenham que sofrer obras de beneficiação, é natural. Que para fazer essas obras em segurança, as linhas devem ser temporariamente encerradas, todos o sabemos.
Então o que é que não é natural? O facto, recorrente nestas situações, de os utentes, razão última para a existência de comboios, saberem do facto... no dia do encerramento, ou terem direito a saber de véspera, no caso de serem dirigentes locais.
Durante muitos meses, as populações vão ficar sujeitas aos sempre mal “enjorcados” transportes alternativos, supostamente provisórios, mas que muitos "gatos escaldados" já desconfiam definitivos. Sobre as negociatas que estão quase sempre escondidas por detrás destes “transportes alternativos, nem quero falar.
Como dizia, o que não só não é natural, como é chocante, é a indiferença com que as pessoas são tratadas pelo poder. Quando se dá o caso de, como estas, viverem em aldeias que eleitoralmente não “valem” nada, então essa indiferença passa rapidamente a um profundo desprezo.
Não em Portugal! No nosso país, como o “nível de progresso” é medido em função dos lucros das cimenteiras e empreiteiros, que juntamente com alguns bancos e mais uma eminências pardas do grande capital, são quem governa realmente, estamos condenados ao tudo ou nada. Ou existem auto-estradas, ou caminhos de cabras. Ou se faz nascer o TGV, ou se deixa morrer tudo o que é pequena linha ferroviária.
Agora foi a vez das linhas (centenárias) do Corgo e Tâmega. Que duas linhas com tal idade e beneficiando da “manutenção” típica dos nossos equipamentos públicos, tenham que sofrer obras de beneficiação, é natural. Que para fazer essas obras em segurança, as linhas devem ser temporariamente encerradas, todos o sabemos.
Então o que é que não é natural? O facto, recorrente nestas situações, de os utentes, razão última para a existência de comboios, saberem do facto... no dia do encerramento, ou terem direito a saber de véspera, no caso de serem dirigentes locais.
Durante muitos meses, as populações vão ficar sujeitas aos sempre mal “enjorcados” transportes alternativos, supostamente provisórios, mas que muitos "gatos escaldados" já desconfiam definitivos. Sobre as negociatas que estão quase sempre escondidas por detrás destes “transportes alternativos, nem quero falar.
Como dizia, o que não só não é natural, como é chocante, é a indiferença com que as pessoas são tratadas pelo poder. Quando se dá o caso de, como estas, viverem em aldeias que eleitoralmente não “valem” nada, então essa indiferença passa rapidamente a um profundo desprezo.
Colaboração: Mário Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário