quarta-feira, 25 de março de 2009

Comunicado - MCLT - As Linhas do Tua, Corgo e Tâmega

Exmos. Senhores,
Esta noite foram encerradas as Linhas do Corgo e do Tâmega. Na calada da noite e sem aviso prévio, tal como aconteceu em 1992, com a Linha do Tua, quando o Governo de então era chefiado pelo actual Presidente da Republica, o Prof. Aníbal Cavaco Silva.
As razões, as mesmas de sempre, a segurança! Este Governo não investe em Trás-os-Montes: fecha por motivos de segurança ou de economias de facilitismo de curto prazo.
O Movimento Cívico pela Linha do Tua, não pode deixar de mostrar um profundo desprezo pelas iniciativas deste Governo no que toca às suas politicas para o caminho-de-ferro no Interior transmontano e à forma como atenta contra a dignidade das pessoas que teimam em viver na região. Viver no Interior profundo, viver em Trás-os-Montes, é uma prova de resistência e uma prova de amor à terra, no seu sentido mais profundo, que poucos parecem entender.
O Movimento Cívico pela Linha do Tua solidariza-se com as populações das zonas afectadas pelo encerramento das linhas do Corgo e do Tâmega, e espera que também os deputados eleitos pelos circulos de Vila Real, Bragança e Porto, se manifestem e defendam os interesses dos cidadãos que os elegeram; uma oportunidade e um privilégio de poucos e que até ao momento têm ignorado, de forma politicamente consciente e pouco digna, convém sublinhar.
Exigimos assim, à semelhança do que tem sido a nossa postura face à Linha do Tua, respeito pelos utentes e pelas populações locais. Uma vez que se o esforço de consolidação de segurança é louvável, já não o é o estado a que deixaram chegar a infra-estrutura para ser preciso encerrá-la na sua totalidade. Ou, de forma tão flagrante como aquando da Noite do Roubo em Bragança em 1992, não estão a ser honestos quanto à verdadeira intenção destes encerramentos, pelo que se exige um plano de modernização e o início da intervenção na via imediatamente, e não em datas que nem a própria tutela sabe adiantar porque nem sequer pensaram nestas.
O Tua, Corgo e o Tâmega são sustentáveis e só terão futuro com as populações e para as populações.
Pelo desenvolvimento sustentável de toda a região duriense e transmontana,

Movimento Cívico pela Linha do Tua, 25 de Março de 2009
Contactos: 91 682 22 37 / linhadotua@gmail.com

4 comentários:

Anónimo disse...

Não votaram neles. Agora aguentem-nos. Esses que tanto os criticam nas proximas eleições vão votar neles de novo...

Anónimo disse...

Caro anónimo

diga-nos em quem devemos votar

e assim ajuda com a sua sabedoria todo o país e o mundo

mario carvalho disse...

A Liga dos Amigos Douro Património Mundial (LADPM) classificou hoje de "erro trágico a destruição" da linha do Tua para dar lugar a uma barragem.
Numa reacção ao anúncio da REFER de que o futuro da linha está dependente de uma decisão sobre a barragem, a LADPM "não se conforma com a situação" e lança um alerta a todas as entidades públicas contra a "descaracterização e desvirtuamento".
A Liga entende que "o afogamento da linha do Tua será um erro trágico que pode lesar o conceito de Património Mundial" do Douro Vinhateiro, já que se encontra na sua área de influência.
Num documento enviado aos membros do Governo, a LADPM alega não ser "contra o represamento da água dos rios, com fins energéticos, apoiando, de forma inequívoca, investimentos com sustentabilidade social, económica e ambiental".
"Porém devem ser ponderados, desde logo nos estudos prévios, todos benefícios e custos, isto é, os impactos - positivos e negativos - que resultem da implantação de novos projectos que possam alterar significativamente, quer a paisagem, quer a destruição de património edificado, com valor social, intergeracional e económico, que a simples aplicação de técnicas financeiras não consegue captar, nem valorar adequadamente", acrescenta.
A Liga de Amigos do Douro entende que o Estudo do Impacto Ambiental (EIA) da barragem de Foz Tua "não valorizou a Linha do Vale do Tua".
Refere ainda não ter "quaisquer dúvidas de que a Linha do Tua constitui um bem cultural que a geração actual tem obrigação de preservar e transferir como legado para gerações futuras".
Para a LADPM, "não está em causa o valor comercial actual" da linha, que admite ser reduzido, mas é "incalculável o seu valor patrimonial e cultural".

Anónimo disse...

Qual património Mundial? Se falarem em mortal?