segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Blasted Mechanism…

Uma viagem ao Centro da Terra

Penso que a passagem por Carrazeda dos Blasted Mechanism poderia constituir-se mais enriquecedora para os jovens. Desde logo,

porque os músicos poderiam ter realizado um pequeno workshop, onde Ary, o baixista, e Valdjiu, um dos guitarristas, mostrassem como re_

criaram os seus instrumentos — havendo a mente cósmica de Valdjiu inventado a ‹‹Kalachakra›› (literalmente Roda do Tempo, em sânscrito, essa linguagem dos deuses, sob a liturgia do budismo e hinduismo), aqui designando um braço triplo que reúne vários instrumentos de cordas: o bambuleco, no braço em baixo, uma cítara eléctrica e uma ‹‹tâmpura››, de acordo com uma entrada em www, no de cima, e uma harpa, num 3º braço, ainda permitindo a incorporação de palhetas, como ‹‹veneno›› suplementar.

Ou, então, um pequeno seminário sobre Paz interior, em como Meditar, ao tempo da técnica — incorporando o islamismo (onde os crentes param 5 x ao dia para rezar/reflectir), falando sobre o seu video Blasted Empire, gravado em Marrocos; os ensinamentos do budismo tibetano (e das suas trompas), de quem conservam a meditação e a saudação… via Dalai Lama; os do calendário Maia, com quem aproveitam de sonhar uma Nova Era, em nos termos de libertar do ‹‹tempo mecânico›› (onde todo o tempo é dinheiro), para o tempo natural (onde o tempo é arte). & etc. Um tempo onde ‹‹o homem se tornará mais subtil, a matéria finalmente compreendida, e a religião e a ciência diluídas na metafísica››. Sempre retomando a liturgia do sânscrito, de onde retiraram os nomes para os álbuns Namaste (O divino que vive em ti) e Avatara (Aquele que vem, como um D. Sebastião ou um Messias).

Assim, quando me lembro de que, na fundação do grupo, por Karkov e Valdjiu, em 1995, estava um projecto tocado por seres alienígenas que aportaram à Terra, continuando a ficção científica assinada por Karkov a transfigurar-se em seres de um ambiente aquático, da cultura do Nepal se retirando o mito de 22 bebés-diamante e que ninguém sabe quem são… Mas que andam por aí. Por uma mudança de mentalidades e de conceitos,

tenho medo _ _ que o novo vocalista, Guitshu (tão Guitcho!, como dizem na sua Casa de Trás-os-Montes), não seja à altura dos dialectos Karkovianos, que até se poderiam alargar desde Sendim ou Miranda do Douro… Mas, sobretudo, que não seja um rato de biblioteca, como Karkov, cancelando a Viagem ao Centro da Terra, marcada por este em nome da Espiritualidade mais funda, unindo várias culturas — e linguagens,

o que já se perde um pouco em Sound in Light, pelo abuso do inglês global… Já sob o argumento da falta de energia do Rui Carvalho, que abandonou Karkov? Um caso mais em que a criatura, a personagem fica bem mais importante do que _ seu criador… Para que o legado Klezmer no tema Karkow, o didgeridoo dos aborígenes australianos tocado por Winga, a guitarra portuguesa de António Chainho, em We, o funk, o dub, o ragga e o raga indiano se não minimizem, desde Mix 00, numa fórmula de rock electrónico global,

música claramente menos alternativa do que a dos dois primeiros registos… Onde o jazz, o drum'n bass, a secção de sopros e os tais dialectos vincavam (n)uma maior identidade, em minha modesta opinião, de um grupo que se nascesse Americano teria realizado _ seu Sonho, com toda a certeza bem maior do que ele-próprio, numa Libertação e Re-Evolução à escala planetária: por uma Mente Cósmica.


Vitorino Almeida Ventura


Post Scriptum: Com isto não quero retirar qualquer valor à força de Fred Stone, digo, Syncron, na bateria, nem ao psicadelismo de Simões, digo, Zymon, o outro guitarrista… Que tanto contribuem para o Mechanism (da Máquina).

4 comentários:

Anónimo disse...

O dr VAV queria aqui instalar uns mascarados a mostrarem como se constroiem instrumantos?! E um Curso de Filosfia Oriental?! Aqueles mascarados são de Vinhais e lá não há nenhuma Universidade!!
Veja como no blogguer ao lado, o professor Mesquita os descreveu surperiormante!

A. Pinto

Anónimo disse...

Ui!!! Cheira a Maria Limão!!!
Tresanda a Mota!!!

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

O comentário do senhor A. Pinto não abona em nada à Carrazeda, com comparações escusadas com o outro blogue. Não haverá espaço para os dois? É claro que o professor Mesquita é mais conhecido do que este Vitorino Ventura. Mas sobre os mascarados, o senhor Pinto trata-os como ciganos ou drógados. Serão assim tão desprezíveis?
Alijoense