sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Relatório final do acidente na linha do Tua só dentro de dois meses

O deputado municipal independente, José António Ferreira, apresenta, hoje, na Assembleia Municipal de Mirandela uma proposta à Câmara para avaliar da relevância e da defesa dos interesses locais em submeter a referendo local a manutenção e exploração da Linha do Tua.
O deputado municipal e mestre em História Contemporânea considera que se trata de um assunto "actual e pertinente"para que o Executivo discuta no seu seio o alcance político e que com o seu quadro de jurista, enquadre a legalidade do objecto de consulta - previsto na Lei do referendo Local - que devem ser decididas pelos órgãos autárquicos municipais, integrando-se nas suas competências, quer exclusivas quer partilhadas com o Estado". O autor a questão: "Concorda com a manutenção da Linha Ferroviária do Tua e a sua exploração pela Empresa Metro de Mirandela".
Já numa perspectiva de algum optimismo, dentro de um mês a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto poderá vir a apresentar apenas um relatório preliminar sobre as conclusões das causas do acidente.
O relatório final do acidente na Linha do Tua, elaborado pela Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), só deverá estar pronto em Novembro, depois de o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações ter aceite prolongar por mais um mês a data para receber o relatório final sobre o descarrilamento da automotora do Metro de Mirandela, do dia 22 de Agosto, que vitimou uma pessoa das 47 que transportava.
A convicção foi manifestada, ao JN, por Raimundo Delgado, coordenador do estudo da FEUP solicitado pela comissão técnica de inquérito. "Em 30 dias é impossível apresentar conclusões científicas sobre o que esteve na génese deste acidente", diz este professor catedrático, especialista em estruturas ferroviárias.
Raimundo Delgado confirma que foi criada uma equipa multidisciplinar que já esteve no local do acidente onde foram recolhidos dados que estão a ser transformados numa espécie de modelo matemático. "Para simular o que se passou é preciso traduzir o melhor possível a realidade", avança o coordenador da FEUP, que ainda pretende realizar ensaios para perceber qual terá sido o comportamento da automotora e avaliar o estado da via férrea, de acordo com os padrões de segurança exigíveis, e a adequação do material circulante às condições físicas da via. A maior parte destes testes serão produzidos em laboratório, que implica uma complexidade na análise dos parâmetros, pelo que Delgado confessa que, "na melhor das hipóteses só dentro de dois meses podemos apresentar um relatório que possa explicar os contornos de acidente", conclui.
JN/Rádio Ansiães

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