quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Daqui e dali... João Lopes de Matos

RESPOSTAS (conclusão)

Porque muita gente já está farta das minhas respostas às perguntas por mim postas, vou rematar tudo de uma só vez. Vou agora responder às perguntas que restam, sem as transcrever.
Até há uns tempos, a população mantinha-se ou aumentava única e exclusivamente porque a natalidade era enorme e havia, em consequência, um saldo positivo na relação natalidade - mortalidade.
Com a emigração, com a expansão dos métodos anticonceptivos, aliados a um grande sentido de responsabilidade na procriação, aliados ainda a um certo egoísmo que leva a que se não queira viver apenas para os filhos, não falando no facto de haver poucas mulheres em idade fértil, deu como resultado que a natalidade não consegue, no concelho, de maneira nenhuma, dar resposta à necessidade de renovação de gerações.
O aumento da população fica apenas ligado, portanto, ao desenvolvimento económico que crie muitos postos de trabalho que, por sua vez, faça reverter para o interior a população que abunda no litoral.
Mas a criação, em grande número, de empregos não é tarefa fácil: - depende de muito investimento em sectores que aqui possam ter futuro e dar trabalho relativamente estável a quem para aqui se desloque.
Os residentes não conseguem, só por si, fazer, nem através da natalidade nem através dos investimentos que realizem, atrair o número de pessoas necessário à revitalização do concelho.
No que se refere à necessidade ou não da iniciativa e do dinamismo dos residentes, claro que o concelho só será dinâmico se os seus residentes também o forem. As pessoas não podem limitar-se a passivamente viver no seu canto. Devem intervir, participar, tomar iniciativas.
Claro que se o envelhecimento da população continuar no actual ritmo, então só há que proporcionar uma velhice condigna aos idosos.
Por isso mesmo, haver elementos jovens é absolutamente indispensável à vitalidade do concelho.
Não podemos pensar que a autarquia pode viver só com serviços públicos, a não ser que o governo determinasse, por exemplo, a criação de serviços de investigação e os localizasse em Carrazeda.
A participação da população residente em todos os domínios - social, educacional, religioso, desportivo, etc. - vai dar mais consistência à vida concelhia porque os vários sectores têm futuro assegurado, assente no interesse e no empenho de todos.
Quanto aos imigrantes, dado que eles deixaram as suas pátrias desorganizadas e estão ansiosos por refazer a sua vida de modo digno, seria bom dar-lhes apoio, por exemplo, através de casas pré - fabricadas (de duração temporária) e através da ajuda em géneros (em casos - limite). A ajuda, através de casas, podia ser facultada pela Câmara Municipal em conjunto com a Misericórdia e os géneros poderiam ser fornecidos pela "Caritas". Tratando - se de pessoas relativamente jovens, o problema da população poderia ter um começo de solução com os imigrantes.
Mas, para além de tudo isto, ainda são precisos enormes investimentos dos residentes e de capitalistas nacionais e internacionais para que possa garantir - se a sustentabilidade da vida concelhia.
Termino assim a minha intervenção respeitante às perguntas por mim feitas.

João Lopes de Matos
Foto Rui Lopes (Ansiães Aventura)

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JLM:
Espero, francamente, que não remate tudo duma só vez, como ameaçou. E que continue a agitar-nos com as suas pertinentes perguntas e respostas.

Anónimo disse...

Por enquanto, não vou deixar de colaborar neste blogue.Estava, isso sim, já cansado das perguntas-respostas e sentia que estava a cansar os leitores. Estava talvez a ser um tanto repetitivo.