quinta-feira, 10 de maio de 2007

Ordem prevê tragédia com final dos SAP


«A Ordem dos Médicos (OM) alerta a população de Bragança para a falta de segurança do novo sistema de emergência nocturna criado pelo Governo. Os dirigentes prevêem que possam morrer pessoas por deficiente assistência, tal como já aconteceu noutras zonas do país.

Desde 27 de Abril que os centros de saúde do distrito de Bragança deixaram de ter médico, durante a noite, e passaram a ter apenas um enfermeiro, que pode chamar o médico em caso de necessidade. A OM considera que essa medida pode pôr em causa a vida de doentes urgentes da região, "uma vez que estão criadas condições para que possam acontecer falhas de assistência médica", referiu, ao JN, José Manuel Carvalho e Silva, presidente dos Médicos da Região Centro. Para aquele médico, encerrar serviços sem estarem criadas "verdadeiras alternativas no terreno, é uma asneira que as populações da região podem pagar caro". "Vai morrer gente no distrito, em situações de urgência, por falta de assistência médica. Um enfermeiro não substitui o médico", referiu José Manuel Carvalho e Silva.

"Um paradoxo"

Até aqui, os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) atendiam situações urgentes /emergentes, casos que continuam a ser encaminhados para os centros de saúde, sem que o médico esteja presente. "O médico tem 30 minutos para chegar à unidade de saúde, mas pode ter um acidente e até nunca chegar", referiu. Além disso, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) encaminha os doentes para o centro de saúde, considerando aquelas unidades "uma verdadeira urgência ou um posto avançado de emergência", mas "o ministro da Saúde minimiza a importância dos SAP, o que é um paradoxo", acrescentou.»

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