quarta-feira, 16 de maio de 2007

Descentralização/regionalização - Vale do Douro - II

Agendas impediram presença em seminário
«Afinal não terá havido qualquer boicote colectivo dos autarcas do Douro ao seminário de anteontem, no Palácio da Bolsa, no Porto, em que se discutiu o desenvolvimento da região. Tão-só agendas apertadas, reuniões inadiáveis ou uma falta de convite. Há quem defenda que está farto de tanta discussão e espera pela acção, e quem simplesmente declare que tal seminário era para se fazer no Douro e não no Porto.
Mas, se boicote houvesse, teria sido furado pelo autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, António Edmundo. Percorreu as três horas e meia de distância até ao Porto para registar uma conclusão genérica "É preciso descentralização política e um líder para a região que se faça ouvir em Lisboa". E ouviu o chefe de projecto da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, dizer que iria "tirar ilações" da falta massiva dos responsáveis municipais.
Ora, "o que foi dito já o sabemos nós há muitos anos", observa o presidente da Câmara de S. João da Pesqueira, Lima Costa. Diz que gostava de ter participado no encontro organizado pela Associação Comercial do Porto, mas a agenda não lho permitiu. E contesta que tenha sido "posta em causa a presença dos autarcas dando-se a entender que houve desleixo".
O homólogo de Carrazeda de Ansiães, Eugénio de Castro, não pôde ir, "porque tinha uma compromisso inadiável em Lisboa", considerando, mesmo assim, "lamentável" que tanta gente faltasse ao encontro da Invicta. Faz "mea culpa" e já adiou compromissos para ir à reunião de hoje em Tabuaço. "Quando o Douro está em causa toda a agenda municipal é adiável".
Em Vila Nova de Foz Côa, a Câmara anda a tratar com o Governo das "questões mais prementes" relacionadas com os serviços de saúde no concelho, e por isso o edil, Emílio Mesquita, não foi ao Palácio da Bolsa, nem vai hoje a Tabuaço. O presidente do Município de Armamar, Hernâni Almeida, só não foi ao Porto porque vai estar na reunião de hoje. Aduz que não tem nada contra o Porto, mas questiona "Por que é que havemos de fazer estas coisas lá? Acho que devemos fazê-las na região". Mais: "Disparate era os autarcas faltarem à reunião de hoje". O edil de Murça, João Teixeira, é dos não vai faltar hoje, e só faltou anteontem porque "só tomou conhecimento do evento pela Comunicação Social".
Eduardo Pinto in Jornal de Notícias




Plano de acção apresentado em Tabuaço


A Estrutura de Missão do Douro reúne hoje pela primeira vez com os 21 presidentes dos municípios da Região Demarcada do Douro. O encontro realiza-se, esta manhã, na Câmara Municipal de Tabuaço. Em cima da mesa vai estar um conjunto de propostas relativas ao programa de actividades daquela entidade e o Plano de Acção Intermunicipal do Douro que se pretende implementar entre 2007 e 2013, aproveitando ao máximo os fundos comunitários disponíveis.
Os autarcas estão expectantes. Fartos de ouvir falar em planos, anseiam por ver projectos a avançar. E, por isso, a esperança recai na Estrutura de Missão, e, sobretudo, no seu chefe de projecto, Ricardo Magalhães. "Não temos motivos para não acreditar nele, pois tem provas dadas e é um duriense como nós", sublinha Hernâni Almeida.
Também João Teixeira confia que "estão criadas as condições" para que se concretizem os planos previstos para o Douro. Nem lhe passa pela cabeça que a Estrutura de Missão possa desaparecer sem cumprir os seus objectivos. Até porque, como sublinha Hernâni Almeida, o plano que hoje é apresentado é, talvez, a "última oportunidade para o Douro", desejando que exista "mais facilidade e menos burocracia" para que os investidores se interessem pela região.
Deste plano, Lima Costa só quer saber qual é a componente financeira que lhe está associada "Fazer planos muito bonitos sem meios e recursos para os concretizar é dispensável", frisa, escusando-se a recordar pela enésima vez o que a região precisa para se desenvolver. "Não me falem em planos, estudos e análises. O que eu quero é acção!", subscreve Eugénio de Castro.
Emílio Mesquita prefere acreditar que já há uma "consciência nacional" de que é preciso desenvolver o Douro como um importante destino turístico. Confia mesmo que há-de chegar um "envelope financeiro" para a região. "Descentralização financeira", reclama António Edmundo. Euardo Pinto in Jornal de Notícias

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