«São 1313 as escolas básicas do 1.º Ciclo que não deverão reabrir no início do próximo ano lectivo. O JN teve acesso ao relatório produzido pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE), que sinalizou 614 estabelecimentos para fecharem só na Região Centro. Pelo país multiplicam-se os concelhos que ficarão apenas com uma, duas e três escolas - sempre no Interior. No Alentejo, aumentam os municípios que só ficam com as integradas a funcionar - caso de Barrancos e Gavião. As direcções regionais de educação alegam "não ter ordens" para se pronunciarem. O ministério mantém-se em silêncio. Os sindicatos revoltam-se contra o que consideram ser a "desertificação" do país.» JN
domingo, 27 de maio de 2007
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2 comentários:
Não invertamos as coisas. a "desertificação" de que tanto se fala, é passado, ou seja. A desertificação aconteceu com todas as escolas abertas. Com todas as maternidades abertas. Etc. Etc. Portanto é falso e malicioso dizer que agora é que vai haver desertificação, porque já desde os anos 60 que temos vindo a perder população e com tudo aberto.
Um bom exemplo:
Santa Comba da Vilariça
Vila Flor
Pólo rural juntou 47 alunos de oito localidades
O fim de um dia de aulas é sempre festivo para as crianças, muito mais se esse dia é uma sexta-feira. Anteontem não fugiu à regra no pólo de ensino rural de Santa Comba da Vilariça, no concelho de Vila Flor. O tom da algazarra subia à medida que se discutia quem é que afinal tinha argumentos para conquistar o coração da colega Nídia.
\"Eu gosto dela\", atirava rapidamente Rafael Ventura, 9 anos, enquanto Amândio Jorge, de 7, contrapunha que ele \"gostava muito mais\". André Fernando, 8, mais envergonhado mas nem por isso temendo a concorrência, já falava da menina como \"namorada\". Ora, Nídia vive noutra aldeia, Sampaio, a alguns quilómetros dali. Não fosse a concentração de escolas verificada no início deste ano lectivo, não teria certamente tantos apaixonados.
No histórico edifício recuperado, com 100 mil euros, para pólo educativo de Santa Comba da Vilariça, estudam agora 47 crianças, oriundas de sete aldeias que viram encerrar as respectivas escolas no passado Verão Benlhevai, Valbom, Macedinho, Trindade, Assares, Lodões e Sampaio. Na inauguração, em Setembro último, a directora regional de educação do Norte, Margarida Moreira, classificou-o mesmo como \"excelente\", sublinhando ainda que aquela escola seria \"boa em qualquer meio rural de qualquer parte do mundo\".
O tempo viria a dar-lhe razão. Apesar das contrariedades iniciais, sobretudo para alunos e respectivos pais, hoje em dia já ninguém duvida que a opção foi a mais correcta. Sílvia Cunha, 8 anos, frequenta o quarto ano e considera o novo pólo \"melhor e com mais condições\" que a velha \"casa do povo\", do outro lado da rua, que frequentou até ao terceiro ano. Amândio Jorge vive em Valbom e frequentava a escola da Trindade. Eram apenas nove alunos, agora são 47. \"Tenho muitos mais meninos com quem brincar\", sorria.
O vice-presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros, assume que não era grande adepto do encerramento de escolas nas aldeias e da concentração das crianças num único estabelecimento. Hoje dá a mão à palmatória e assume que, apesar de alguma incomodidade criada às crianças e aos pais, \"esta solução melhora o aproveitamento dos alunos\".
Eduardo Pinto in JN, 2007-05-27
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