Feira do Livro
Mais um acontecimento importante passado em Carrazeda de Ansiães. Não pretendo agora referir-me a todos os eventos integrados neste certame, mas apenas àqueles que decorreram no Salão dos Bombeiros.
Neste várias editoras tiveram os seus livros expostos. A oferta estava de acordo com a procura. Não sei se foram feitas ou não muitas transacções, mas não é propriamente aos livros que me quero referir mas sim aos espectáculos que lá tiveram lugar e a que eu estive presente.
Assisti a uma actuação do grupo “Raízes”, constituído por um pianista e um guitarrista, que teve interpretações de grande nível, integrando estilos musicais muito diferentes numa mesma composição: - melodias de Carlos Paredes e Zeca Afonso com guitarradas flamengas e ritmos de jazz, de blues. A interpenetração estava admiravelmente conseguida e mostrava como é possível modernizar e actualizar melopeias que pareciam condenadas a um só tipo de toque.
Um outro conjunto, noutra noite, tocou jazz acessível a todos aqueles que têm dentro de si cordas sensíveis ao ritmo. Tratava-se de jazz não altamente sofisticado, mas, com leve exagero, popular.
Outra tarde assisti encantado a um concerto dado por um Grupo Coral de Lisboa, constituído por pessoas da terceira idade.
Mas não parecia nada dessa faixa etária tal era a juventude que de todos os elementos emanava. Eu que tinha medo de centros de dia, de lares, fiquei até com vontade de me inscrever num assim: mas em Lisboa, porque aí as “velhotas” são gaiteiras e francamente nem me pareceram muito velhas.
Cantavam bem, falavam, dançavam, gesticulavam e traziam até assistência e tudo!
Sozinhos faziam o espectáculo.
Neste como noutros eventos havia poucos carrazedenses e os poucos que havia eram parados, nada participativos.
É pena que os carrazedenses não saibam aproveitar acontecimentos de um certo valor. Oxalá tenham aprendido alguma coisa com os menos jovens lisboetas para que se comece a viver descomplexadamente a vida.
João Lopes de Matos
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