terça-feira, 18 de novembro de 2008

Silvano quer 50 milhões de euros para desenvolver estratégia capaz de fazer cair a barragem do Tua

O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, anunciou sábado que vai propor ao Governo a criação de um fundo de 50 milhões de euros para uma estratégia de desenvolvimento a partir da linha do Tua capaz de fazer "cair" a barragem que ameaça a via férrea.

O autarca acredita que a manutenção do vale do Tua, principal atractivo turístico das viagens de comboio, e a reactivação da linha até Bragança, com ligação a Espanha, "será uma mais valia muito maior para o desenvolvimento da região do que a barragem" projectada para a foz do Tua.
Silvano diz que estão já em curso estudos que demonstrarão esta teoria e quer que o Governo crie um fundo de 50 milhões de euros para permitir aos agentes locais privados e públicos avançarem com os primeiros projectos e acções necessárias.
A proposta foi apresentada sábado num debate, em Mirandela, sobre a linha e a barragem promovido pelas câmara e assembleia municipais locais, onde não esteve presente nenhuma entidade responsável pela linha.
Na sessão ficou também já decidido organizar um outro debate, mas em Lisboa, em finais de Janeiro, onde pretendem apresentar os estudos e propostas.
"Lá conseguiremos sensibilizar mais facilmente, já que não conseguimos que venham cá (os responsáveis nacionais)", disse.
De acordo com o autarca, os estudos que vão sustentar a estratégia proposta estão a ser elaborados, um pelos cinco municípios servidos pela linha, e outro no âmbito do Agrupamento Europeu que reúne municípios portugueses e espanhóis de Bragança, Mirandela, Zamora e Salamanca.
"Os estudos que estamos a elaborar demonstrarão que traz muito mais valia a manutenção da linha e o seu prolongamento até Espanha, em termos turísticos e económicos, do que a construção da barragem".
No debate de sábado em Mirandela, um representante da EDP, a concessionária da futura barragem apresentou como alternativa para o troço da linha que ficará submerso, e serão pelo menos 14 quilómetros, independentemente da cota que vier a ser adoptada.
A EDP propõe a construção de um sistema hidráulico tipo elevador para fazer a ligação da estação do Tua, onde é feita a ligação à linha do Douro, à barragem e um percurso de barco na zona inundada.
O autarca de Mirandela rejeita as soluções propostas e continua a defender "intransigentemente" a manutenção da linha do Tua.
A maior parte dos cerca de 60 quilómetros da última via férrea do Nordeste Transmontano continua encerrada desde o acidente de 22 de Agosto que provocou um morto e mais de 40 feridos.
O relatório ao acidente aponta "defeitos grosseiros" na linha e a desadequação das automotoras do Metro de Mirandela que fazem a ligação.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paulo Vitorino, reconheceu sexta-feira, na Assembleia da República "falha humana" neste processo e anunciou que a linha permanecerá encerrada até Março.
Neste período deverão ser executados os investimentos e medidas necessários para repor a segurança na linha do Tua, onde num ano e meio ocorreram quatro acidentes com o mesmo número de mortos.
O presidente da Câmara e do Metro de Mirandela, José Silvano, disse que já esperava que a linha permanecesse encerrada durante algum tempo e entende que nunca deve abrir sem ter todas as condições de segurança.

4 comentários:

Anónimo disse...

O Sr. Presidente do metro quer tudo, quer nada.
ficamos à espera dos resultados e veremos.......... nada!!

Anónimo disse...

mas que resultados é que está à espera?

e que é que anónimo quer ou propôe?

Nada?

Parece a mulher de soalheiro... sempre cheia de inveja por ser incapaz

Anónimo disse...

Grande Silvano...

Pena que os senhores ministros não estejam para aí virados...

Anónimo disse...

Capz ou incapaz, eis uma questão real e interessante.
Começo de ver algumas pessoas a pelo menos tentar mostrar ideias, ora por isso mesmo aqui vai mais uma e dela que aproveitem o que acharem necessário e útil ou chamem-lhe o que quiserem.
Se bem perto de nós e sem linha de comboio e sem essas tretas de Barragem ou Comboio, em Macedo de Cavaleiros apostou-se na Barragem do Azibo e qual não é o meu espanto que até vizinhos meus vão de Lisboa até lá no verão passear com a familia, até excurssões e deixar uns euros, bem pensado Sr. Pres. Camara de Macedo, parabéns, soube aproveitar. Agora no nosso caso, já alguém se lembrou que com os milhões que já se gastaram e ainda se vão gastar antes da dita Barragem estar concluída, deveria ser imposto á EDP, como futura concessionária, que ao longo do espelho de água que esta Barragem vai criar, fosse então obrigada a repor a linha ao longo desta até ao Tua e porque não um elevador na escarpa da estação?
Lá que vamos ter que perder uma coisa isso já é quase realidade, mas se dela pudermos obter outra, não vejo qual seja o problema, agora ficar de braços cruzados à espera que S. Pedro faça chover, mais vale regar a horta.
E já agora um apelo quer á serenidade de alguns comentários, quer a moderação á palavras que por vezes leio, pois se forem bem ditas valem mais que mil palavrões!