quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Barragem do Tua adiada para 2010

O início da construção da barragem do Tua foi adiado para meados de 2010, um ano depois da data prevista inicialmente. A EDP justifica com a necessidade de introduzir novos elementos no Estudo de Impacte Ambiental.
Os novos dados englobam, entre outros aspectos, informação complementar na área da ecologia e surgem como aditamento àquele processo, cuja fase de consulta pública só já vai ficar concluída até ao final do primeiro trimestre de 2009. Por seu lado, a emissão da Declaração de Impacte Ambiental deverá ocorrer até Julho do mesmo ano.
A EDP já informou os presidentes das câmaras dos concelhos, directa ou indirectamente, abrangidos pelo aproveitamento hidroeléctrico programado para a foz do rio Tua (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor).
O adiamento do processo não provocou reacções negativas nos autarcas que apoiam a construção. O presidente do Município de Vila Flor, Artur Pimentel, considera que é "normal", pois "para as coisas serem bem feitas levam o seu tempo a preparar".
O edil de Carrazeda de Ansiães, Eugénio de Castro, opina que "os adiamentos nunca são positivos", no entanto, acrescenta, "os fundamentos desta decisão não põe em causa o projecto da barragem, nem o andamento das conversações entre as Câmaras e a EDP".
Por seu turno, o presidente da Câmara de Murça, João Teixeira, até classifica a alteração de datas como uma "medida positiva", pois vem de encontro aos interesses dos municípios envolvidos, que encomendaram um estudo para apurar o modelo de desenvolvimento possível para o vale do Tua, com ou sem barragem.
João Teixeira considera também que o alargamento dos prazos vai permitir elaborar "mais calmamente" o Estudo de Impacte Ambiental e, dessa forma, tomar "uma decisão mais próxima do consenso e que melhor defenda o desenvolvimento integrado do vale".
A definição da cota da albufeira da barragem fica agora adiada para meados do próximo ano, não obstante a dos 170 metros continuar a reunir melhores opiniões, por representar o alagamento de menor área agrícola (vinha e olival), bem como alguns acessos rodoviários. Apesar disso e nesse cenário, os últimos 16 quilómetros da linha ferroviária do Tua ficarão debaixo de água, situação contestada por José Silvano. Eduardo Pinto, JN, Rádio Ansiães
Colaboração: Mário Carvalho

2 comentários:

Anónimo disse...

Governo entre a espada e a parede


02/10/2008


Avançar com os investimentos públicos pode ser tão arriscado como não os concretizar. Os economistas dividem-se entre os que são contra, como Luís Campos e Cunha e Vítor Bento, e a favor, como João César das Neves.

A actual crise de crédito, exposta na subida acentuada das taxas de juro e na maior exigência por parte dos bancos na concessão de crédito, recomendaria que o Governo adiasse ou cancelasse os investimentos públicos que tem programados nas estradas, alta velocidade e até no novo aeroporto de Lisboa?


in Jornal de Negócios

mario

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Anónimo disse...

ENTREVISTA-Versão integral perguntas e respostas CEO da EDP


02/10/2008


LISBOA, 2 Out (Reuters) - Esta é a versão integral das perguntas e respostas da entrevista a António Mexia, Chief Executive Officer (CEO) da EDP-Energias de Portugal .

Segue perguntas e respostas:


REUTERS: Como está a decorrer o plano de investimentos em energia eólica?

ANTÓNIO MEXIA: "Em Junho de 2008, a EDP Renováveis tinha mais de 1.600 MW de parques eólicos em construção, e reafirmamos a nossa intenção de colocar em operação 1.400 MW de nova capacidade instalada eólica em 2008".

"Temos trabalhos de construção e instalação de turbinas em curso em Espanha, França, Bélgica, Portugal, EUA, e recentemente iniciamos a construção do que será o nosso primeiro parque eólico na Polónia".

"A EDP Renóvaveis tem um elevado foco na concretização do pipeline existente em parques eólicos em operação, tendo como suporte o competitivo portfolio de turbinas já contratadas para instalação até 2010".

"Continuamos enfocados em instalar em média 1.400 MW por ano com o objectivo de atingir cerca de 10.500 MW de capacidade instalada bruta em 2012, que foi o target apresentado no IPO da EDP renováveis".

"Temos um pipeline acrescido de 'prospects' superior a 22.000 MW e o nosso objectivo principal é concretizar o desenvolvimento deste pipeline.


REUTERS: O plano de negócios tem como objectivo um crescimento médio anual de 13 pct do EBITDA entre 2005-2010. Isto vai ser concretizado?

ANTÓNIO MEXIA: "A EDP tem excedido todos os objectivos a que se propôs no seu plano de negócios 2005-2010, baseado nos três pilares estratégicos de risco controlado, eficiência superior e crescimento focado".

"No primeiro semestre de 2008 atingimos um crescimento de EBITDA de 17 PCT para 1.600 ME e um crescimento de 12 pct do resultado líquido ajustado.

Estamos totalmente convictos que cumpriremos todas as metas apresentadas ao mercado para 2010.

Para além dos investimentos em eólicas criámos opções de crescimento que nos colocam numa posição invejável. Na Península Ibérica investimos em 4 CCGTs, duas já estão concluídas em 2008 e as outras duas entrarão em produção em 2009. Lançámos um programa de investimentos hídricos a executar ao longo dos próximos sete a anos que irão melhorar a qualidade do nosso portfolio de geração CO2 free e ter um contributo importante ao nível dos resultados a partir de 2012 - o investimento hídrico é de grande importância quer para a EDP quer para Portugal.

No Brasil, temos uma carteira de opções de crescimento em geração que aliados ao recente swap de activos, em que trocámos uma distribuidora por uma central hídrica nos faz estar muito positivos quanto à sua evolução futura.


REUTERS: A EDP está preocupada com a actual crise financeira no mercado de crédito? Vai ter impacto na execução do seu programa de investimentos?

ANTÓNIO MEXIA: "O plano EDP 2010, apresentado em 2006, foi desenhado para permitir um balanço correcto entre baixo risco, crescimento significativo, mantendo sempre os rácios financeiros que garantissem a manutenção do 'rating'"

"O exemplo disso foi a própria realização do IPO da EDP-Renováveis. Tinha em mente o equilíbrio entre crescimento e solidez. Foi o maior IPO da Europa, permitiu um encaixe de 1.600 milhões de euros (ME) e tudo isto permitiu que a EDP, até o final do primeiro semestre, tivesse 3.500 ME de fundos disponíveis, mais de 1.300 ME em caixa ou equivalente e 2.200 ME em linhas de crédito por utilizar."

"Estamos muito confortáveis em fundos disponíveis."

"Apesar das actuais condições do mercado financeiro estamos totalmente traquilos quanto à capacidade de execução do plano de investimento".

"A nossa decisão de manter os rating 'single A area' coloca-nos numa posição mais saudável em termos de maior aversão ao risco em termos de investidores ou seja aquilo que foi o nosso objectivo de manter o rating A e manter os racios financeiros compatíveis com isso coloca a EDP, neste momento, numa situação mais saudável.


REUTERS: O plano de negócios previa o tal crescimento de 13 pct médio anual do EBITDA e essa meta tem implícito um valor à volta de 3.000 ME. Como vê esta meta?

ANTÓNIO MEXIA: "Estou totalmente confortável com essa meta de cerca de 3.000 ME implícita no 'business plan'. Cerca de 85 pct do EBITDA da EDP provêm de actividades reguladas ou estáveis através de PPAs (Power Purchasing Agreements)."

jnegocios