Este deverá ser este o teor do relatório final a apresentar, esta quarta-feira, ao Ministro dos Transportes e Obras Públicas.
Segundo apuramos, a CTI teve muita dificuldade em elaborar um relatório suficientemente conclusivo, tendo em conta que os pareceres solicitados a diversas entidades são muito ambíguos, apesar de se inclinarem para que o problema esteja na infra-estrutura. Uma ligeira inclinação da via, no local onde aconteceu o descarrilamento, alegadamente provocada por um abatimento da linha, é a causa mais provável para que tenha ocorrido o acidente.
No entanto, a CTI não encontra explicações para esta situação ter acontecido, admitindo-se vários cenários, que passam pela abertura de uma vala que a Refer fez junto à linha para a instalação de um cabo de fibra óptica, dois meses antes do acidente.
A falta de investimento na via-férrea, que pode ter levado a uma estado de degradação tal que se foi acumulando com a passagem constante das máquinas de manutenção da linha e até das composições do Metro. Isto porque, embora seja verdade que tem havido investimentos na linha do Tua, por parte da REFER, também é certo que têm sido direccionados para a eliminação de passagens de nível, introdução de fibra óptica, consolidação de aterros e trincheiras, e essencialmente entre Mirandela e Cachão, sendo que há mais de 15 anos o troço onde aconteceram os últimos acidentes não tem sido renovado.
Por seu lado, a CP assegura que automotora acidentada estava em perfeitas condições, tendo sido vistoriada no dia anterior ao descarrilamento. Já a REFER aponta para que o material circulante não seja o mais adequado para circular na linha. Perante estas conclusões tão distintas entre os elementos da CTI – composta por elementos da CP, REFER e Metro de Mirandela – vai ser proposto a Mário Lino que sejam aprofundadas as causas, nomeadamente após a FEUP apresentar o seu relatório final, dado que apenas apresentou resultados preliminares.
Precisamente porque a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto ainda necessita de mais um mês para a elaboração de um relatório final, não é de descurar a possibilidade do Ministro Mário Lino conceder mais um mês para um relatório mais conclusivo.
CIR/Eduardo Pinto/Rádio Ansiães
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