quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Daqui e dali... João Lopes de Matos

CONTINUAR?

Após longo interregno sem escrever nada que não fossem comentários, importa questionar se devemos continuar a escrever pequenos artigos (ainda que despretensiosos) sobre diferentes matérias (neste blogue, claro).

Vários escolhos se levantam à continuação:

1 - Será que com esta actividade contribuo para resolver algum problema do concelho?

Francamente, acho que não.

Os problemas têm uma feição tal, independente do que eu possa pensar sobre a sua resolução, têm uma dinâmica tal, tão alheia ao meu querer e à minha boa vontade, que seguem o seu curso movidos por forças em que as minhas posições pessoais não têm influência alguma.

2 - Interessará, no entanto, equacioná-los para que todos tenhamos maior consciência deles?

Parece, à primeira vista, que sim. No entanto, os comentários que os artigos originam são, muitas vezes, despropositados e pouco construtivos, além de se abusar do anonimato que desresponsabiliza, em muitos casos, os seus autores das consequências do que escrevem, levando-os, portanto, a escrevê-los com uma maior ligeireza.

3 - Será que eu e os outros aprendemos reciprocamente a pensar e a fazer exercícios mentais?

Diria que sim se as contribuições fossem fruto de um aprofundar das ideias e de uma vontade funda de ir à dilucidação clara e objectiva dos assuntos.

Inúmeras vezes, porém, assim não é.

No entanto, nós estamos neste mundo para comunicarmos, para compartilharmos com os outros as dúvidas, as angústias, os anseios, as perplexidades que sentimos.

Por isso e para isso, talvez valha a pena continuar e tentar de novo.

Os blogues, com todos os seus defeitos, são um meio de partilha de ideias e vivências que talvez nos possa enriquecer mutuamente.

Vamos, pois, tentar de novo. Até porque a vida é um eterno recomeço . O sentido do nosso viver é, só pode ser, este permanente principiar, ultrapassando o passado, acreditando sempre num mundo melhor, possível para lá de todas as descrenças.

João Lopes de Matos

7 comentários:

vitorino almeida ventura disse...

Olá,

adorei a sua tese agnóstica. Infelizmente, a minha colaboração vai sendo adiada, pela proliferação de papéis a que sou obrigado, estando um pouco afastado das leituras que tenho por essenciais da nossa humanidade.

Ab.,

Vitorino Almeida Ventura.

Anónimo disse...

Dr. João Lopes de Matos:
Permita-me discordar da primeira questão proposta:
Será que não fará as pessoas pensar sobre os problemas que nos afligem?
Isto faz com que se reflicta e se evitem erros decisórios como muitos que já se tomaram. É importante ter consciência e discutir os assuntos. Não temos influência alguma? Então que andamos a fazer por blogues ou conversas de café ou reuniões políticas?

Concordo com a segunda questão. Mas a ligeireza de comentários é desculpável pelo abuso do poder do anonimato. Temos que ser nós próprios o filtro daquilo que traz algo de novo e positivo além do filtro necessários dos administradores dos blogues.
É importante a dialéctica da discussão sã para que essas conversas de café, reuniões políticas, diálogos de circunstância e também os blogues sejam mesmo “um meio de partilha de ideias e vivências que talvez nos possa enriquecer mutuamente.”

Senão, adoptamos a ideia extremista da inutilidade de qualquer accção e discussão e deixamos que a própria inércia da vida nos leve para um caminho pré-definido.
Não posso concordar com este imobilismo. É deprimente.
Continue. Gosto de o ler.
Miguel

Anónimo disse...

E pensa que passariamos sem si? Mariana

Unknown disse...

Quando hoje olhamos para o mundo e verificamos que estamos sujeitos aos jogos malabares dos gestores e gurus da banca norte-americana,que hei-de eu pensar da influência que possa eu ter?Quase nenhuma.
Mas deixemo-nos de desânimos.Isso foi ontem.Hoje já me sinto optimista.O mundo não pára.Continuemos,pois.
JLM

Anónimo disse...

Assim sim, caro João! Mariana

Anónimo disse...

Às vezes sentimo-nos impotentes, quando oferecemos opiniões sinceras e que reputamos de muito válidas para o bem comum, sem que, contudo, alguém as aproveite!
Mas, mesmo sem masoquismos, o nosso contributo foi dado.
Costumamos dizer que a vida "prega-nos destas partidas", e continuamos assim, desta ou daquela maneira, colaborando...
Afinal não é a vida, são os nossos semelhantes, os nossos COMANDANTES!
Continue Dr. João Lopes Matos!
Gosto imenso de o ler!
CF/POMBAL.

Anónimo disse...

Às vezes sentimo-nos impotentes, quando oferecemos opiniões sinceras e que reputamos de muito válidas para o bem comum, sem que, contudo, alguém as aproveite!
Mas, mesmo sem masoquismos, o nosso contributo foi dado!
Costumamos dizer que a vida "prega-nos destas partidas", e continuamos assim, desta ou daquela maneira, colaborando...
Afinal não é a vida, são os nossos semelhantes, os nossos COMANDANTES!
Continue Dr. João Lopes Matos!
Gosto imenso de o ler!
CF/POMBAL.