quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Doclisboa 2009 - 15 a 25 de Outubro

Jorge Pelicano - "Páre, Escute, Olhe"
http://www.pareescuteolhe.com/
Portugal, 2009, 105’

Dezembro de 1991: uma decisão política encerra metade da linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. 15 anos depois, essa sentença amputou o rumo do desenvolvimento, acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal. Agora, o comboio é ameaçado por uma barragem. Pare, Escute, Olhe é uma viagem através de um Portugal esquecido, vítima de promessas políticas oportunistas.
Doclisboa 2009 - 15 a 25 de Outubro
Colaboração: Mário Carvalho

5 comentários:

Anónimo disse...

Não se pode chorar por leite derramado, mas sim pelas vítimas envolvidas nos acidentes e algumas mortais.

mc disse...

Esse é o grande problema do transmontano actual.. chora por tudo e por nada sem coragem para reagir e quando chega a sua hora só estrebucha.. e outros choram por ele , com leite ou não derramado... and so on..

mario carvalho disse...

http://www.pareescuteolhe.com/


ver aqui o trailler do Filme ... vale a pena ir assistir

Anónimo disse...

A barragem aínda não começou e já fez uma vitima, alguém falou dela??
durante as primeiras prospeções morreu uma pessoa, antes dos acidentes da linha terem começado...e a linha em mais de um seculo de historia morreram 4 pessoas???!!

Ainda há tempo de não haver arrependimentos...Temos de acreditar

Cristina

mario carvalho disse...

doclisboa
Jorge Pelicano alerta para abandono da linha do Tua
17 | 10 | 2009 16.28H
O documentário "Páre, Escute, Olhe" (2009), do realizador Jorge Pelicano, que estreia domingo no festival Doclisboa, constitui "uma reflexão sobre o despovoamento e desertificação" provocados pelo encerramento progressivo da linha ferroviária do Tua, em Bragança.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Concluído este ano, o filme do mesmo realizador do premiado documentário "Ainda há Pastores?" (2005) estreia domingo, às 23:00, na sala 2 do Cinema Londres, em Lisboa, inserido na VII edição do Doclisboa - Festival Internacional de Cinema, e a exibição repete-se na segunda-feira, dia 19 de Outubro, pelas 18:30, no Grande Auditório da Culturgest.

Seleccionado para a competição nacional do festival, "Páre, Escute, Olhe" tem como objectivo "pôr o tema do Tua na ordem do dia" porque "o documentário pode ser uma arma que mostra as situações que não estão na ordem do dia, para que as pessoas reflictam sobre elas", disse à Agência Lusa o realizador.

O rio Tua nasce a cerca de dois quilómetros acima da cidade de Mirandela, na junção dos rios Rabaçal e Tuela, e a linha ferroviária do Tua ligava inicialmente a foz à cidade de Bragança.

A ligação entre Bragança e Mirandela foi desactivada em Dezembro de 1991, e o realizador quis mostrar como "essa sentença acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal".

O documentário mostra as sucessivas promessas políticas para o apoio ao desenvolvimento da região, o mau estado da linha ferroviária, os acidentes, e a vida das populações locais servidas pelo centenário caminho-de-ferro.

Para Jorge Pelicano, este filme é "uma metáfora" para o despovoamento e a desertificação do interior do país: "As linhas são encerradas porque as pessoas se vão embora".

"Eu também queria mostrar a incúria de que foi alvo a linha do Tua ao longo dos últimos 20, 30 anos por parte dos responsáveis políticos e os responsáveis pelas empresas que a gerem. Encontrámos a linha em muito mau estado, e daí os quatro acidentes nos últimos dois anos, que provocaram mortos".

O filme está dividido em duas partes: a primeira sobre a situação da parte desactivada da linha, entre Bragança e Mirandela, com a visível degradação do troço, o abandono, a pobreza dos poucos habitantes que vão ficando.

A segunda revela o quotidiano do troço ainda activo, entre Carvalhais, Mirandela e Cachão, cujas populações usam o transporte ferroviário para ir trabalhar, fazer compras, ir ao médico, manifestando-se no filme contra o seu encerramento.

"Fiz este documentário com espírito de missão e espero que a situação seja reavaliada porque é um crime acabar com aquele património histórico", criticou o realizador, acrescentando que a decisão mais recente do governo em construir a barragem Foz Tua "vai acabar de vez com a linha".

Para o realizador, é muito significativo mostrar este filme no Doclisboa porque "é um festival importante e com muita visibilidade para passar este apelo à reflexão sobre o futuro do país".