Cinco crianças partiram os vidros de uma retroescavadora antes de entrarem na escola, em Linhares de Ansiães. Os pais querem que a Câmara de Carrazeda pague o prejuízo, 900 euros, mas esta já disse que não.
À nega da autarquia junta-se a do Agrupamento Vertical de Escolas, bem como a pressão do proprietário da máquina que diz não ter culpas no cartório. Insatisfeitos, há pais que prometem manifestar-se na escola esta terça-feira, dia da reabertura das aulas.
No pólo escolar do Primeiro Ciclo de Linhares de Ansiães estudam duas dezenas de crianças, algumas delas oriundas de outras localidades vizinhas. No dia 20 de Março, o autocarro do transporte escolar deixou os alunos no recinto e partiu após a chegada do professor, pouco depois das 9.00 horas.
Fátima Sampaio, mãe de uma criança residente em Marzagão, conta que o professor “deixou os alunos no recreio enquanto ele passava um exercício de Música no quadro e foi nesse tempo que eles saíram do recinto da escola e partiram à pedrada três vidros da cabina da máquina”. A retroescavadora estava parada num largo da aldeia, a cerca de 50 metros do estabelecimento de ensino.
Fátima protesta que “devia haver uma auxiliar para tomar conta dos garotos” e Laura Pinto, mãe de uma criança de Campelos co-responsável pelos estragos, queixa-se que “a auxiliar da Câmara só chega por volta das 11.00 horas para ajudar a servir as refeições”.
Mães e pais dos responsáveis foram à Câmara reclamar contra a falta de segurança da escola – as paredes e portões são baixos e não impedem qualquer miúdo de os galgar facilmente. “Que protecção é que as crianças têm? Vão para a estrada, podem ser apanhados por um carro, ou levam-nos, e depois?”, questiona Fátima Sampaio. Dizem que a culpa não pode ser atribuída aos encarregados de educação e exigem que seja a autarquia, por “negligência” a responsabilizar-se pelos prejuízos que as crianças provocaram. “Desde que saem do autocarro que as leva à escola, tem de haver alguém responsável por elas, não nós que estamos sossegadas em casa ou no trabalho”, torna Laura Pinto.
O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, Eugénio de Castro, diz que pediu ao jurista municipal para apurar qual era a responsabilidade da autarquia nesta matéria e nestas circunstâncias. “A informação que temos é que os alunos desobedeceram ao professor e que depois saíram do recinto escolar, onde causaram esses prejuízos”, começa por explicar o edil, sentenciando que “a responsabilidade pelos prejuízos tem de ser assumida pelos pais”.
O presidente do Agrupamento Vertical de Escolas, Jerónimo Pereira, adianta que “se os miúdos partiram os vidros serão eles a assumir o prejuízo”. Acrescenta que há um seguro escolar para acidentes que envolvam os alunos mas que “não tem outra cobertura a não ser essa”.
Sobre a falta de auxiliar na escola até às 11 horas, o autarca diz que a Câmara “não é obrigada” a ter um funcionário logo a partir das 9.00 horas da manhã e que a sua ausência não pode ser usada para explicar o que ocorreu. “Se o professor não conseguiu que os alunos lhe obedecessem também não era a auxiliar que o iria conseguir”, vincou.
Enquanto os pais dos alunos reclamam da Câmara a assumpção de responsabilidades e esta as recusa, o dono da retroescavadora, António Marques, residente em Mogo de Ansiães, só está preocupado com que lhe paguem o prejuízo.
“Já pedi o orçamento na oficina. São 900 euros, deslocação do mecânico e mão-de-obra incluídas. Os pais só têm de pagar. Depois dou-lhes a factura e, se quiserem, que metam a Câmara em tribunal”, declarou António Marques, lamentando as voltas que já teve de dar, entre a autarquia as residências dos pais envolvidos, para reclamar o que lhe é devido.
A máquina não parou e continua ao serviço, mas isto porque não tem chovido. “O mecânico até já me disse: Sr. António, se calha a chover no tablier da máquina deixa de pegar, a direcção não vira, nem o catancho… é um problema”. “Por isso é que quero ver isto resolvido o mais rapidamente possível”, conclui.
Eduardo Pinto/RA/JN
À nega da autarquia junta-se a do Agrupamento Vertical de Escolas, bem como a pressão do proprietário da máquina que diz não ter culpas no cartório. Insatisfeitos, há pais que prometem manifestar-se na escola esta terça-feira, dia da reabertura das aulas.
No pólo escolar do Primeiro Ciclo de Linhares de Ansiães estudam duas dezenas de crianças, algumas delas oriundas de outras localidades vizinhas. No dia 20 de Março, o autocarro do transporte escolar deixou os alunos no recinto e partiu após a chegada do professor, pouco depois das 9.00 horas.
Fátima Sampaio, mãe de uma criança residente em Marzagão, conta que o professor “deixou os alunos no recreio enquanto ele passava um exercício de Música no quadro e foi nesse tempo que eles saíram do recinto da escola e partiram à pedrada três vidros da cabina da máquina”. A retroescavadora estava parada num largo da aldeia, a cerca de 50 metros do estabelecimento de ensino.
Fátima protesta que “devia haver uma auxiliar para tomar conta dos garotos” e Laura Pinto, mãe de uma criança de Campelos co-responsável pelos estragos, queixa-se que “a auxiliar da Câmara só chega por volta das 11.00 horas para ajudar a servir as refeições”.
Mães e pais dos responsáveis foram à Câmara reclamar contra a falta de segurança da escola – as paredes e portões são baixos e não impedem qualquer miúdo de os galgar facilmente. “Que protecção é que as crianças têm? Vão para a estrada, podem ser apanhados por um carro, ou levam-nos, e depois?”, questiona Fátima Sampaio. Dizem que a culpa não pode ser atribuída aos encarregados de educação e exigem que seja a autarquia, por “negligência” a responsabilizar-se pelos prejuízos que as crianças provocaram. “Desde que saem do autocarro que as leva à escola, tem de haver alguém responsável por elas, não nós que estamos sossegadas em casa ou no trabalho”, torna Laura Pinto.
O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, Eugénio de Castro, diz que pediu ao jurista municipal para apurar qual era a responsabilidade da autarquia nesta matéria e nestas circunstâncias. “A informação que temos é que os alunos desobedeceram ao professor e que depois saíram do recinto escolar, onde causaram esses prejuízos”, começa por explicar o edil, sentenciando que “a responsabilidade pelos prejuízos tem de ser assumida pelos pais”.
O presidente do Agrupamento Vertical de Escolas, Jerónimo Pereira, adianta que “se os miúdos partiram os vidros serão eles a assumir o prejuízo”. Acrescenta que há um seguro escolar para acidentes que envolvam os alunos mas que “não tem outra cobertura a não ser essa”.
Sobre a falta de auxiliar na escola até às 11 horas, o autarca diz que a Câmara “não é obrigada” a ter um funcionário logo a partir das 9.00 horas da manhã e que a sua ausência não pode ser usada para explicar o que ocorreu. “Se o professor não conseguiu que os alunos lhe obedecessem também não era a auxiliar que o iria conseguir”, vincou.
Enquanto os pais dos alunos reclamam da Câmara a assumpção de responsabilidades e esta as recusa, o dono da retroescavadora, António Marques, residente em Mogo de Ansiães, só está preocupado com que lhe paguem o prejuízo.
“Já pedi o orçamento na oficina. São 900 euros, deslocação do mecânico e mão-de-obra incluídas. Os pais só têm de pagar. Depois dou-lhes a factura e, se quiserem, que metam a Câmara em tribunal”, declarou António Marques, lamentando as voltas que já teve de dar, entre a autarquia as residências dos pais envolvidos, para reclamar o que lhe é devido.
A máquina não parou e continua ao serviço, mas isto porque não tem chovido. “O mecânico até já me disse: Sr. António, se calha a chover no tablier da máquina deixa de pegar, a direcção não vira, nem o catancho… é um problema”. “Por isso é que quero ver isto resolvido o mais rapidamente possível”, conclui.
Eduardo Pinto/RA/JN
13 comentários:
Devia haver supervisão constante, mas os pais também têm o dever de incutir valores morais aos filhos, logo, a responsabilidade é das duas partes.
Afinal que educação e que exemplo, estão a dar estes pais aos seus filhos?
Não deviam ser os pais, os primeiros a assumir a responsabilidade pela falta de civismo dos seus filhos, ao invés de procurarem exonera-los de responsabilidades?
Continuem a adoptar este tipo de conduta e depois queixem-se que a sociedade "está podre" e esqueceu os valores pelos quais se devia pautar.
Lamentável...
Zyon
vai lá vai que paguem os pais ,se não que eduquem os filhos.
Essa tá boa.
Este é o País que se está a criar...ninguém é responsável, ninguém é culpado.Este caso é de puro vandalismo e de falta de civismo, fruto da demissão dos Pais da sua missão educacional.
estes pais são incriveis...
quem tem o dever de educar os filhos são eles e mais ninguém. Isto arece-me mais um acto de vndalismo que um acto de indisciplina escolar...
É lamentável que os pais imputem culpas a outras entidades, se foram os filhos que procederam incorrectamente, isto,talvez por não lhes ser incutido o respeito pelo alheio.
A responsabilidade dos atos praticados pelos menores de 12 anos, é dos progenitores e não de qualquer uma instituição a não ser que estejam a seu cargo.
Existem há já muitos anos seguros de menos valia, o seja, cerca de 30 euros para cobrir tais factos, bem como julgo que as próprias escolas deveriam ter para salvaguardar as possiveis asneiras, normais e naturaios de uma criança, como já todos fomos.
Haja quem tome as devidas providências e casos destes não passariam de banalidade.
Se os pais devem ou não devem instruir e educar os filhos para que sejam civicos e educados, devem, pois é essa a sua obrigação, mas pelos vistos não sucede com todos.
Cada caso é um caso, mas, estes são um pouco mais peocupantes, pois é acto voluntário e com atitudes destas dificilmente qualquer criança, que presumo não tenha mais de dez anos, preocupa os pais mais zelozos pela educação dos seus filhos, pois facilmente terão a tentação de fazer o mesmo ao sentir impunidade.
Responsabilize-se quem têm que o ser, e estes claro são os PAIS.
Cabe aos pais fazer um seguro de responsabilidade civil aos seus filhos, uma vez que estes praticam actos de vandalismo. A autarquia não me parece que tenha qualquer tipo de responsabilidade. Após os alunos entrarem para a escola, o professor torna-se responsável pelas saídas autorizadas ou não dos alunos. Esses pais deviam pensar em educar melhor os seus filhos....
Já algum tempo que estou para comentar esta notícia.
No que toca a este caso, para podermos julgar a responsabilidade precisamos de saber muitíssimas outras coisas que não vêm aqui descritas. Em primeiro lugar saber a idade das crianças (será entre os seis e os dez?). Duvido que tivessem autorização para sair da escola ou sequer que os pais possam dar essa autorização. Partindo do princípio que foram garotos, que ainda por cima, não tinham capacidade para perceber muito bem o que estavam a fazer, como foram entregues à vigilância de alguém que não cumpriu essa função é ele o responsável. É isso que manda a lei e, do meu ponto de vista (seguindo toda a gente que estudou seriamente o tema), é isso que é mais correcto.
(A responsabilidade não é dos pais mas de quem está encarregue de vigiar as crianças por força da lei ou de negócio jurídico - artigo 491.º e 489.º do Código Civil - os pais estão obrigados por lei excepto se forem impedidos judicialmente de exercer o poder paternal)!
Por muito boa educação que os pais dêem, as crianças fazem o que lhes apetece (podem não o fazer à frente dos pais mas fazem, todos nós já fomos crianças e já nos fartámos de fazer aquilo que as crianças fazem, partir vidros, telhas… e não é por causa disso que somos hoje piores pessoas ou recebemos pior educação!). As crianças têm de ser vigiadas e se a pessoa que estava por qualquer motivo obrigada a vigiá-las não o fez, que pague.
Já viram o que seria se vocês saíssem de casa mandassem os garotos para a escola mas soubessem previamente que na escola não lhes iam ligar nenhuma porque “a educação é dada em casa” e quem responde são sempre os pais! Mais valia despedirem-se do emprego e ir para casa tratar dos filhos.
Depois outra coisa que me pareceu completamente disparatada: “seguro de responsabilidade civil” feito pelos pais porque eles são responsáveis! Isto não faz sentido nenhum quer porque o regime legal da responsabilidade é o descrito quer porque os seguros, como toda a gente sabe, são um meio de transferir uma responsabilidade inerente a um risco. Se a pessoa não vai sofrer o que sofreria se não tivesse seguro essa pessoa terá a tendência para manter uma atitude mais permissiva face ao facto gerador do risco.
A não ser que achem que todos os garotos são uns vândalos que só lhes irão dar despesas porque partirão tudo e até cometerão crimes, nesse caso, façam o seguro!
Esses senhores que se dizem Drº do Municipio de Carrazeda que leiam o comentário do J.M.P.O. que é um comentário váido e bem visto. Claro que a culpa e do professor que e não de uma ma educação por parte dos pais. O comentário do J.M.P.O. diz tudo.
Concordo.
J.M.P.O diz praticamente tudo!
De facto a responsabilidade não é dos pais pelas razões aduzidas pelo JMPO.
Ter em atenção que se o Município é a Entidade responsável pelo ensino das crianças, logo lhe é imputada a sua guarda!
Neste caso, é evidente a sua obrigação de assumir os actos das crianças, principalmente no decorrer dos períodos de aulas, de onde, afinal, se ausentaram por esta ou aquela razão que em processo de averiguação se apuraria.
Não é verdade que o Município faz contratos de seguros de responsabilidade civil para todos os eventos?
Para frequência de pessoas em espaços Municipais como sendo piscinas, bibliotecas, espaços administrativos e outros?
Esta evidência é por demais EVIDENTE, passe o pleonasmo!
Os pais, se entendem que os filhos são por natureza "desastrados", descuidados, então que formalizem seguros de responsabilidade civil para fora do espaço de aulas, principalmente quando jogam a bola e partem montras, ou quando acompanham os pais aos supermercados, etc.!
Há muitos pais que naturalmente já assim procedem!
Parabéns ao JMPO!
De certeza que devia haver muita coisa, mas tambem devia de ser dada educação em casa!!!
Os pais já não querem educar os filhos!!!???!!!
Se fossem os meus a fazer uma graçola destas eu pagava o vidro, mas não se escapavam de uma aqueçedela no traseiro!!!
Agradecido aos meus pais por me terem dado educação (de vez enquando tambem levava umas "lambadas"!!! e garanto-vos que não me fizeram mal)
Morcego1976
Quando me referi á questão do seguro, não o fiz cegamente, pelo contrário, os seguros existem para salvaguardar situações, ou seja depois de comenter actos mais ousados e onde de provoquem danos, esse seguro serve para precaver o pagamento e não retirar responsabilidades.
As responsabilidades pelos actos praticados, serão sempre de quem os pratica e dos responsáveis, nesta caso os Pais.
Se a educação dos menores é a melhor ou pior, cabe a cada um dos Pais responder por isso.
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