quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O amnésico

11 comentários:

Unknown disse...

É muito possível que Sócrates tenha alguns(muitos?)telhados de vidro:licenciatura,freeport,projectos da Guarda.Mas,se ele sair da cena política,acho que vou ter pena.Ele está a mexer com tanta coisa,imprime dinamismo a muito do que faz,põe-nos todos a discutir,aguenta as lutas,argumenta bem,quer que o país ganhe vida.Tudo isto é obra,num país de tão brandos e inoperantes costumes.
JLM

Anónimo disse...

Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonha, feixes de miséria, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois que já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas. [...]“;

temos
“Um clero português, desmoralizado e materialista, liberal e ateu, cujo Vaticano é o ministério do reino, e cujos bispos e abades não são mais que a tradução em eclesiástico do fura-vidas que governa o distrito ou do fura-vidas que administra o concelho [...]“;

“Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo [...]“;

“Um exército que importa em 6.000 contos, não valendo 60 réis [...]“;

“Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo [...]“;

“A Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara a ponto de fazer dela um saca-rolhas”;

“Dois partidos monárquicos, sem ideias, sem planos, sem convicções [...]“;

“Um partido republicano, quase circunscrito a Lisboa, avolumando ou diminuindo segundo os erros da monarquia, hoje aparentemente forte e numeroso, amanhã exaurido e letárgico [...]“;

“Instrução miserável, marinha mercante nula, indústria infantil, agricultura rudimentar”,

“Um regime económico baseado na inscrição e no Brasil, perda de gente e de capital, autofagia colectiva, organismo vivendo e morrendo do parasitismo de si próprio”;

“Liberdade absoluta, neutralizada por uma desigualdade revoltante, o direito garantido virtualmente na lei, posto, de facto, à mercê dum compadrio de batoteiros, sendo vedado, ainda aos mais orgulhosos e mais fortes, abrir caminho nesta porcaria, sem recorrer à influência tirânica e degradante de qualquer dos bandos partidários”;

“Uma literatura iconoclasta, – meia dúzia de homens que, no verso e no romance, no panfleto e na história, haviam desmoronado a cambaleante cenografia azul e branca da burguesia de 52 [...]“;

“E se a isto juntarmos um pessimismo canceroso e corrosivo, minando as almas, cristalizado já em fórmulas banais e populares [...] teremos em sintético esboço a fisionomia da nacionalidade portuguesa no tempo da morte de D. Luís, cujo reinado de paz podre vem dia a dia supurando em gangrenamentos terciários.”

GUERRA JUNQUEIRO 1886

Anónimo disse...

Se não conseguirem queimar este "animal político", ele merece sem dúvida nova maioria absoluta!
Como diz JLM, se ele sair de cena, concluiremos logo de seguida que o País perdeu o maior político da actualidade.
Vamos aguardar e ver o que nos reserva a posição da Justiça Portuguesa?!
Os que lhe querem o lugar só serão reconhecidos pelo povo Português
se forem muito melhores que ele, mas isso é muito difícil!
M. Lameiras

Anónimo disse...

0 citar Guerra Junqueiro, agora, é citar o mesmo autor para tudo e mais alguma coisa, como que vivessemos no passado mais ou menos longínquo.
Dirme-ão que há paralelismos...
Sempre os houve e há-de haver segundo a medida que queiramos administrar!
É fácil demais dizer por exemplo que Sá Carneiro ou Adelino Amaro da Costa foram grandes políticos, sem, contudo, observarmos alguns defeitos, que para outros o não serão...
Ou Mário Soares, ou Álvaro Cunhal...

Anónimo disse...

A saída de cena política de Sócrates, só peca por ser tardia.Se isto é democracia, eu pergunto o que será a democracia? Mas há gostos para tudo. Se assim não fosse o que seria do amarelo....?

Unknown disse...

O comentarista de 29/1,23:12,afirma que Sócrates já devia ter saído da cena política.Só não diz porquê e por quem deveria ser substituído:por António Costa,dentro do PS, por Manuela Ferreira Leite,dentro do PSD,por Jerónimo de Sousa,dentro do PCP,por Paulo Portas,dentro do CDS, por Francisco Louçã,do BE,por Heloísa Apolónio,de "Os Verdes"? Mas,a não ser o primeiro, os outros não têm maioria capaz.Nem vejo que estejam preocupados em arranjar uma alternativa de governo.Mais me parece que,desaparecidos Sócrates e o PS da governação,os outros se comecem a comer uns aos outros,qual "Nau Catrineta" sem alimentos.
JLM

Anónimo disse...

Deveria ser substituído por alguém que fosse um autêntico democrata, que defendesse os mais necessitados e não permitisse que os ricos estejam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.Em suma, que não permitisse as iniquidades que quotidianamente se observam. Só não vê quem não quer ver e teima em denfender o que e quem é indefensável. É tão somente isso. Vamos a assentar os pés na terra e analisar o que se está a passar no país sem tendencialismos ou paixões de qualquer espécie só porque temos esta ou aquela simpatia.

Anónimo disse...

Bem visto por JLM!
Fantástico!
Sem dúvida!
O dito comentarista só pode ser pofessor, e fundamentalista!
Aguente-se homem!
NÃO TENHA MEDO DA AVALIAÇÃO, PORQUE VENHA QUEM VIER, DA AVALIAÇÃO NÃO SE SAFA, A MENOS QUE SE REFORME ANTECIPADAMNENTE, COMO TANTOS JÁ FIZERAM!

Unknown disse...

O comentador de 30/1,12:57 diz que Sócrates deve ser substituído por um verdadeiro democrata.Ainda cheguei a pensar que quereria referir-se ao facto de julgar que não há actualmente liberdade ,mas vejo que não é isso.E estou de acordo consigo:há a liberdade mais que suficiente para podermos dizer os disparates que quisermos sem o risco de virmos a ser presos.
O senhor refere-se àquilo a que se chama democracia substancial. E reconheço que,na realidade, existem na sociedade muito mais desigualdades do que deveriam existir.Só que não sei como se conseguirá aquilo que pretende:através da colectivização,que nós já vimos que não deu resultado?através da implantação de direitos sociais alargados,que é o que agora se tenta fazer(mas o orçamento não dá para mais)?através de uma acção de tirar aos ricos para dar aos pobres?através de uma acção de solidariedade entre todos nós e, em especial,da Igreja,com o pôr em prática do chamado"amor ao próximo"?
O que eu considero mais viável é o alargamento dos direitos sociais e o amor ao próximo cristão.No entanto,o orçamento tem limites e os cristãos preferem salvar as suas almas através de ladaínhas ou rezas do que através de sacrifícios pelo próximo.
Ainda há o problema de designar o s governantes.O critério usado é o das eleições: o presidente da república não pode escolher quem entende.
Mas o senhor acha mesmo que alguém tem poderes para executar a justiça que pretende?
Se Deus não a faz,a não ser no outro mundo,como há-de um simples humano fazê-la?
JLM

Anónimo disse...

Há comentários que, dado o seu controverso teor, não merecem qualquer réplica. Não passam de meros exercícios de retórica.

Unknown disse...

Não sei a quem nem a quê se refere o comentário de 31/1,21:34.
JLM