sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Daqui e dali... Roberto Moreno Tamurejo

Infância e realidade

Del último magacín cultural me han llamado la atención dos frases:

El sueño es el alimento del alma, así como el alimento del cuerpo es la comida”

“Todos tenemos un niño dentro, pero pocas personas lo sacan. Y no saben lo que se están perdiendo”

De criança tinha mais imaginação porque as outras crianças faziam parte do meu mundo fantástico. Lembro-me que encontrámos uma cabra na rua, um verdadeiro tesouro que todos cuidámos, até que chegou o dono, pensávamos que íamos receber uma “recompensa” ou, pelo menos, a uma pessoa muito agradecida de termos cuidado do animal. Mas não foi assim, o dono não pertencia ao nosso mundo e ficámos desiludidos com a realidade, aquela que batia no animal!

Tenho saudades da infância e, por isso, muitas vezes tiro a criança que dorme no meu interior. Para os meus amigos significa “fazer o ridículo” e riem às gargalhadas. O camalião fantástico costuma actuar à noite, quando as pessoas devem esquecer a rotina e deixar de falar de futebol ou de manter conversas intelectuais (poucas vezes), portanto eu faço o palhaço, porque não gosto de ficar calado a olhar para um lado e para o outro. Invento dançares malucos, falo asneiras e todos rimos. No entanto, costumamos ser crianças com os amigos ou com os familiares, com aqueles que nos conhecem e não sentimos vergonha quando agimos de uma ou de outra forma.
Crescer não quer dizer esquecer. Temos mais responsabilidades, mas isso não impede que a criança e os seus sonhos fiquem no esquecimento.

Roberto Moreno Tamurejo

3 comentários:

Anónimo disse...

Não estou inteiramente de acordo consigo. Enquanto somos crianças, somos crianças, quando passamos a adultos ,somos adultos. Ser adulto é mais que ser criança. Não interessa alienarmo-nos no passado. Os sentimentos ditos de criança também fazem parte do adulto. E devem ser usados quando for caso disso. Que mal há em dar saída a brincadeiras como as suas? A ingenuidade, a sinceridade, a espontaneidade, a brincadeira, não são exclusivos das crianças: são também apanágio dos adultos. E, quando há razão para os pôr em prática, devem usar-se. O adulto deve ser simpático, alegre, amável, sorridente, não apenas a criança.

Anónimo disse...

Pois é! Eu gosto de ouvir diferentes opiniões, por isso escrevo também este tipo de artigos. Os adultos deviam ser simpáticos, amáveis... quem me dera conhecer a adultos assim todos os dias!

RMT

Anónimo disse...

Caríssimos,
Do que vêm rabiscando, descortinei suas frinchas: espontaneamente ainda existe a criança dentro de vós…
Que todos fossemos capazes de crescer, maturar, responsabilizarmo-nos…porém,
Perdurar em nos deitarmos no chão para afagar ao colo quem ainda irá ser maior do que nós!

Crianças:
Amanhecem
na direcção do tudo…
e indicam completo os caminhos!
E lembrei-me de:

«Toquinho – Aquarela
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando contornando
A imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá»

Alzira Lima de Jesus Castro Pinto