Situada na margem do Douro, a aldeia de Vilarinho da Castanheira, no concelho de Carrazeda de Ansiães, guarda as memórias do tempo em que foi vila e concelho medieval.
Os anos passaram e esta localidade foi perdendo a importância que lhe foi concedida com a atribuição de quatro forais pelas mãos de reis portugueses, mas continua a ser uma das freguesias do distrito de Bragança com maior número de habitantes.
O fenómeno da emigração abalou esta aldeia quando o sector agrícola começou a entrar em crise.
Com cerca de 800 habitantes, a localidade destaca-se pela sua grandiosidade e pelo património histórico que se ergue em diversos pontos da freguesia. A beleza das suas paisagens contribui, igualmente, para que as pessoas tenham “amor” à terra onde nasceram. “Aqui é que eu me sinto bem. O meu lugar é aqui”, afirma Emídio Carvalho, de 82 anos.
Os jovens também se mostram satisfeitos com a sua aldeia e dizem, até, que é uma das mais desenvolvidas do distrito. Contudo, a vontade de tirar um curso superior afasta- os de Vilarinho, devido à falta de oportunidades. A principal fonte de rendimento de quem resiste nesta localidade é a agricultura, nomeadamente o vinho e o azeite.
Infra-estruturas e equipamentos levam os jovens a gostarem de estar na aldeia, mas falta de oportunidades de emprego leva-os a seguir outros rumos.
Vilarinho da Castanheira não acompanha o fenómeno da desertificação que está a afectar a maioria das aldeias do Nordeste Transmontano. Aqui, a escola primária ainda funciona com 23 alunos, as crianças frequentam o jardim-de-infância e os jovens têm um espaço Internet, a funcionar na Casa do Povo, onde podem entrar em contacto com outras realidades e superar as barreiras que se erguem nas aldeias do interior do País.
No Centro Social e Paroquial de Vilarinho da Castanheira encontramos os idosos, que passam os dias em convívio. Com capacidade para 15 utentes, o mini-lar da aldeia já tem uma longa lista de espera, o que mostra que a população está a envelhecer.
Para o autarca local, o ideal era que Vilarinho ganhasse, novamente, a importância que adquiriu nos séculos XVIII e XIX. Questionada sobre o que faz falta na aldeia, a população diz que precisa daquilo que se perdeu ao longo dos anos. Esta posição é partilhada pelo presidente da Junta que lembra que Vilarinho já teve médico, uma repartição da Segurança Social e, até, GNR. Jornal Nordeste
Sem comentários:
Enviar um comentário