segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

DELITO DE OPINIÃO

Embora não seja meu hábito responder a um pseudónimo, que tanto pode ser Maria como João, vou abrir uma excepção a quem teve a dignidade de reconhecer que se me dirigiu de forma algo excessiva (pelo que me contou o próprio administrador do blog, que não cheguei a ler tal comentário).
Aceito assim as suas desculpas, ou meias-desculpas, uma vez que continua a achar que terei eu primeiro colocado rótulos... ao povo. Ora,
nada de mais falso, dado que sobre o concerto de jazz me limitei a descrever, a pinceladas impressionistas, uns quantos comportamentos por demais impertinentes de alguns populares (apenas alguns) que envergonham ou deveriam a própria população de Carrazeda... E que (ainda bem) se não confundem com esta.
- I looooove, I looooove, vede como ronca a cabritinha!
- Olhai que música esta! Chongla, chongla, chongla...
& etc.
Como a Maria ou o João diz(em) os gostos devem ser respeitados. Sim,
obviamente, nem os gostos se discutem. O que se pode discutir é, numa estética outra, a qualidade. Mas mesmo a maioria deve respeitar os direitos das minorias e não se transformar em ditadura... Tentando calar quem traz uma cultura diferente, como se houvesse delito de opinião a todos os desvios, para que tudo lhe seja a uma só voz... Tudo visto,
nunca estiveram em causa nem os meus nem os gostos dos outros (vide ensaio que publiquei no blog pensar ansiães de João Peste, dos Pop dell arte, sobre o Gosto), mas o respeito que cada um deve ao Outro. Concluindo-me, quem desatinou é que
empobreceu e actuou contra si próprio, pois ao espelho se disse, impedindo o gozo de um bom concerto sem quaisquer interferências.

vitorino almeida ventura

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu começo a acreditar num comentário que li algures por aí do tipo, "isto mais parece fazer parte de uma campanha organizada contra os Clã e o doutor Ventura". E começo a acreditar. Só para reforçar a ideia do Sr. Ventura aqui fica mais uma frase, de alguem nosso conhecido, e que estava alcoolicamente bem disposta, como de resto é hábito.

- "F****a-se lá para esta m****a, olha que dinheiro meu vedes mais! Tem algum jeito esta m****a!

Uma frase de um casal que já algum tempo esperava que o Trio subisse ao palco, ao fim de duas, três musicas, levanta-se e vão dizendo (perto da regie) "- Vamos embora que isto não dá para dançar!"

Isto é para voçês verem que nem tudo o que parece é. Aliás, e por falar em ver, só se pode comentar se estivemos presentes. Acho que este tipo de confusão já chegava!

Cumprimentos para todos.
José António

vitorino almeida ventura disse...

Ok,
mas quero aqui deixar que não subscrevo em tudo os comentários ‹‹amigos››. Essa da teoria da conspiração contra mim e o Clã é um bom exemplo disso. Acredito que, em muitos casos, ficamos sob a lógica do acaso. Mera coincidência... no tempo e no espaço. Agora

o que o Sr. José António descreve penso-o _ _ comportamento perfeitamente normal: as pessoas não gostaram e foram-se embora à segunda música. O problema é quando não vão e a educação fica sem graça, impedindo os outros de fruir a coisa, com os apartes tão alto e bom som. Sobre

essa referência à música de dança, melhor, obrigatoriamente dançável (aos padrões de dança dos arraiais, o único por eles reconhecível), a culpa nem será deles: mas de se tentar que mais gente assista num espaço público, ao ar livre, correndo obviamente riscos, dada a (pouca) formação de uns quantos... pelo que, se os media e a escola o não fazem, haveria de recorrer-se ao comentário, como em vários espectáculos de música contemporânea, para quebrar o gelo na distância entre a música e a escuta.

vitorino almeida ventura

vitorino almeida ventura disse...

post scriptum: Sr. José António, a sua descrição já transformaria num problema maior se em vez de espelhar actos, palavras e omissões do povo-povo, retratasse a postura da intelligentsia local — pela rama, cristalizada, sem interesse em pensar e ouvir coisa mais funda.