segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feridos do acidente do Tua vão processar a CP

Dois dos sinistrados do descarrilamento de Agosto de 2008 dizem-se esquecidos.
Dois dos 43 sinistrados do descarrilamento de um comboio na Linha do Tua, em 22 de Agosto de 2008, vão processar a Comboios de Portugal (CP). Estão revoltados com o esquecimento depois de "tudo" o que lhes foi prometido.
"Prometeram tudo, no hospital de Vila Real, o senhor Godinho Feio, que pertence aos serviços da CP, comunicou que a CP se encarregava de tudo desde que as pessoas aceitassem, mas agora não dizem nada aos nossos pedidos", desabafa Cristina Martins, 43 anos, funcionária pública, um dos 43 sinistrados do descarrilamento de um comboio na Linha do Tua, em 22 de Agosto de 2008, que fez uma vitima mortal.
Entusiasta dos comboios, Vítor Martins, 52 anos, reformado, outro dos feridos do acidente, convenceu a esposa, Cristina, em tempo de férias, para uma volta no Tua. Apanharam o comboio em Mirandela, numa viagem que devia ser de ida e volta, mas quilómetros mais à frente a tragédia aconteceu, a um quilómetro da estação de Brunheda, Carrazeda de Ansiães.
Cristina Martins sofre hoje de stresse pós-traumático. Não pode utilizar um elevador nem andar de comboio, que utilizava gratuitamente. Tem que se servir do automóvel como meio de transporte - são mais de 100 quilómetros para se deslocar para o trabalho - "e quando se entra num túnel rodoviário ou em alguma ponte mais estreita é complicado", conta Vítor Martins.
Em termos profissionais já foi prejudicada na progressão da carreira e vai andando medicada. "Está mais nervosa e impaciente", recorda o marido, que no fatídico mês de Agosto a conseguiu retirar de baixo da carruagem descarrilada depois de ter sido projectada.
"Ela esteve em risco de vida", lembra Vítor Martins, apontando a perfuração do pulmão que sofreu e as diversas costelas partidas.
"A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, foi-nos visitar ao hospital, até recordou que estava para fazer aquela viagem dois dias antes e disse-nos para não nos preocuparmos que tudo ia ser feito para o nosso tratamento", desabafa Cristina Martins , lembrando que quando esteve internada no Hospital da Universidade de Coimbra chegou a ser visitada pelo então presidente da CP, Cardoso Reis.
Foi Vítor Martins quem na altura, depois de retirar a esposa de baixo do comboio, conseguiu subir a arriba, apanhar boleia na estrada de um automobilista e alertar o 112 para o acidente.
"O telemóvel não funcionava naquele buraco, não havia rede", recorda. "Estava a quente, só depois é que vi que tinha problemas", recorda. Problemas físicos que o vão a obrigar a uma cirurgia à coluna. "Quando disse à CP que tenho que ser operado à coluna eles puseram-se logo de lado. De início até respondiam aos nossos e-mails, mas depois disseram que se desresponsabilizavam de tudo", observa Vítor Martins.
"Vamos pôr a CP em tribunal pedindo uma indemnização não só por danos físicos e pela medicação que se anda a tomar mas pelos momentos que vivemos. É desumana a atitude deles. De início prometam que tratavam de tudo e agora nem respondem", lamenta Cristina Martins.
O JN não conseguiu contactar a CP. JN

1 comentário:

At Ento/ViverParambos disse...

Olá.
Passamos para desejar as Boas Festas a todos os bloguistas e amigos este espaço.
Fazemos votos de continuados sucessos no Ano Novo que se aproxima.
Saidações com a nossa amizade.
At Ento