domingo, 27 de dezembro de 2009

Derrocada suspende ligação ao Pocinho

Troço da linha do Douro sem circulação desde sexta

Uma derrocada de pedras para a linha ferroviária do Douro, anteontem, entre Foz-Tua e Pocinho, suspendeu a circulação de comboios por tempo indeterminado. A CP está a preparar um plano de transporte alternativo.

Não são umas simples pedras. São pedregulhos de várias toneladas que se desprenderam da encosta granítica e foram parar à ferrovia, obstruindo-a por completo e danificando "entre vinte e trinta metros de linha", segundo adiantou, ao JN, o porta-voz da Refer, José Santos Lopes.

O responsável explicou que o desabamento "ficou a dever-se, seguramente, ao mau tempo" dos últimos dias e preferiu não arriscar uma data previsível para ser retomada a circulação naquele troço da linha do Douro, que liga as estações de comboios de Foz-Tua, em Carrazeda de Ansiães, e Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa. "O prognóstico é reservado. Não temos qualquer previsão para a reabertura da via", precisou José Santos Lopes.

O incidente ocorreu ao início da manhã do dia de Natal, a cerca de três quilómetros da estação de Foz-Tua, numa zona de declive acentuado repleto de pedregulhos que a qualquer momento se podem desprender e ir parar ao rio Douro. De resto, já não é a primeira vez que tal situação acontece.

O maquinista do primeiro comboio da manhã de anteontem, que saiu do Pocinho às 6.57 horas com destino ao Porto, vislumbrou o impedimento da via a tempo de interromper a marcha em segurança e regressar ao ponto de partida. No sentido inverso os comboios tiveram de parar no Tua. "Nestes casos foi feito o transbordo dos passageiros em táxi", disse, ao JN, uma fonte oficial da CP. Explicou que após a ocorrência "não foram vendidos mais bilhetes com destino ao Pocinho, pelo que deixou de ser necessário utilizar qualquer transporte alternativo". Porém, acrescentou, "a CP esta já a estudar um plano de transportes rodoviários para implementar nos próximos dias" e enquanto a circulação de comboios não é reposta.

O único acesso por terra ao local é a própria linha férrea e as telecomunicações são muito fracas, quando não inexistentes. Se os responsáveis da Refer o tivessem autorizado a passar, Mário Pinto, residente em Foz-Tua, 79 anos, teria gostado de ver as pedras que obstruíram a linha do Douro. Mais de metade da vida passou-a como vizinho daquela ferrovia e este tipo de incidentes não lhe são estranhos.

Garante que "do Tua à Ferradosa está via é muito perigosa". E vai rebuscar às suas lembranças uma ocasião em que ele próprio circulava pela berma da linha e lhe pareceu ouvir um trovão. Estranhou, porque o céu o não denunciava. "Não era nada um trovão, era um calhau do tamanho de meia casa que tinha deslizado pela encosta. Foi a linha que pegou nele".

Sobre o desmoronamento de anteontem tem uma teoria: "O outro dia houve um tremor de terra, não houve? Olhe que isso mexe com tudo. Cá mal se sentiu, mas de certeza que abalou as rochas. Depois veio a chuva e, meu amigo, mandou aquilo cá p'ra baixo". Texto e foto: Eduardo Pinto, JN

7 comentários:

Anónimo disse...

E se fosse em Carrazeda?

in TSF

Técnicos de Protecção Civil dizem que resposta da EDP foi lenta e insuficiente
Ontem às 23:11
A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil criticou hoje a actuação da EDP face às situações climáticas extremas dos últimos dias, afirmando que a empresa tem de ter outros meios de resposta.

Para a AsproCivil, a EDP precisa «rapidamente de reflectir sobre a sua capacidade operacional para responder a situações destas ou ainda piores», referiu a associação, em comunicado.

«O que aconteceu não é de todo uma impossibilidade, pelo que a EDP deve trabalhar com probabilidades e com os devidos avisos e não só com os registos históricos, tanto mais que no passado dia 18 de Fevereiro de 2009 (...), um evento em tudo parecido afectou a zona de Cascais e Sintra e já nessa altura a resposta da EDP foi deficitária», sublinhou a AsproCivil.

A associação mencionou ainda que caso acontecesse um sismo ou tsunami no país «a mobilidade estaria irremediavelmente comprometida, e mesmo a resposta tardia (aluguer de geradores) não seria aplicável».

«Impõe à EDP a disseminação estratégica destes meios de forma a poderem garantir uma resposta com maior prontidão e qualidade», reforçou.

Segundo a última actualização da EDP Distribuição sobre a situação das avarias provocadas pelo mau tempo na Zona Oeste de Lisboa, apenas 100 clientes da empresa permaneciam às 19:00 horas de hoje sem electricidade.

No total, os ventos fortes e a chuva que caiu na madrugada de quarta-feira privaram 350 mil clientes de energia.

Os técnicos de protecção civil também lançaram críticas à actuação de alguns serviços municipais, cuja resposta revelou «uma fraca organização e planeamento».

A associação congratulou-se, no entanto, com o comportamento dos municípios de Torres Vedras e Lourinhã, que rapidamente convocarem as respectivas comissões e a consequente activação dos planos de emergência, «fazendo com que meios técnicos e humanos rapidamente fossem mobilizados para o terreno, na tentativa de minorar os danos e prestar o apoio necessário às populações afectadas».

Anónimo disse...

Esperemos que este desabamento não leve ao encerramento do Tua Pocinho

e depois outro desabamento ao encerramento da Régua ao Tua como queriam

Anónimo disse...

Link: http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Queda-de-pedras-interrompe-circulacao-na-linha-do-Douro.rtp&article=306179&visual=3&layout=20&tm=8
(sent via addtoany)

Queda de pedras interrompe circulação na linha do Douro - RTP Noticias

No melhor pano, cai a nódoa... Afinal há pedras por todo o lado, e
quando há temporal, uma ou outra acaba por cair.
Achei graça à solução pragmática da CP para o fecho da linha, "não
vendemos mais bilhetes para o Pocinho, logo não foi necessário
transporte alternativo"...
Acho que descobriram um novo conceito de serviço público, "há quando
se pode, se não se pode paciência..."

do meu amigo JP

mario

Anónimo disse...

Aproveito este espaço para deixar aqui uma reflexão. Há tempos alguém com responsabilidade política no distrito dizia que os efeitos da crise não se faziam sentir na nossa região porque também não havia grandes empresas. Mas, afinal, a verdade é que existem empresas/associações que há vários meses que não pagam aos formandos. Será que o responsável por tudo isto já pensou se também lhe fizessem o mesmo a ele? Como terá sido o Natal destas pessoas? Deixo aqui os meus desejos para que o responsável sinta a consciência pesada e dê um melhor início de 2010 para aqueles que confiaram nele.

Anónimo disse...

Linha do Douro
Autarcas criticam falta de informação da CP sobre derrocada
28 | 12 | 2009 16.50H
Os presidentes da câmara de Carrazeda de Ansiães e Vila Nova de Foz Côa criticaram hoje a CP por não terem sido informados da derrocada na linha do Douro, receando o seu fecho.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

No dia de Natal, sexta-feira, pedras de enorme dimensão caíram sobre a linha do Douro, a cerca de três quilómetros da Estação do Tua, obstruindo-a por completo e danificando "entre vinte e trinta metros de linha".

A ligação ficou afectada entre as estações de Foz-Tua, em Carrazeda de Ansiães, e Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa.

O presidente da autarquia de Carrazeda de Ansiães, José Correia, disse à Lusa que só teve conhecimento da derrocada pelos órgãos de informação e que desde logo contactou o comandante dos bombeiros locais, que também não sabia de nada.

“Até ao momento não fui contactado para poder diligenciar ou colaborar e não tenho informação alguma da CP (Comboios de Portugal) e da REFER (Rede Ferroviária Nacional)(…). E não sei se já asseguram transportes alternativos do Porto ao Pocinho”, afirmou à Lusa.

“Lamento muito que esta linha não esteja a ser tratada com mais cuidado, ou seja, já houve outras derrocadas próximas do local, pelo que a REFER devia ter estas problemáticas inventariadas e consolidadas para que as pessoas continuem a viajar com segurança”, sustentou.

“Nós tememos que venha acontecer o mesmo na linha do Douro que aconteceu à Linha do Tua, que também começou com alguns acidentes e depois encerrou”, preconiza o autarca de Carrazeda de Ansiães, José Correia.

Por sua vez, o presidente do município de Vila Nova de Foz Côa, Gustavo Duarte, disse à Lusa que apenas teve conhecimento da derrocada na linha do Douro, pela comunicação social.

Segundo este autarca, “a câmara municipal podia ter colaborado nos transportes alternativos”.

“A CP não disponibilizou de imediato os transportes alternativos e desde sexta-feira que as populações estão a deslocar-se pelos próprios meios, o que fez com que tivéssemos recebido algumas queixas”, afirmou à Lusa.

“Entretanto, hoje de manhã a CP garantiu-me que desde ontem à noite [domingo] estão a disponibilizar transportes alternativos de autocarro, mas que não têm qualquer previsão para a reabertura da linha”, afirmou.

Desde sexta-feira que a REFER possui uma equipa a trabalhar no local onde sucedeu a derrocada.

Na origem do desabamento terá estado a chuva intensa que caiu na região na semana passada.

O único acesso por terra ao local é a própria linha-férrea e as telecomunicações são muito fracas

Fonte da REFER disse hoje à Lusa que ainda não há previsões de quando a circulação ferroviária será retomada na Linha do Douro, entre estações de Foz-Tua, em Carrazeda de Ansiães, e Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa.

Anónimo disse...

A linha do Douro e do Tua são muito perigoas, põe em risco muitas vidas, pelo que, penso estar na hora do seu encerramento.
Independente

Anónimo disse...

exacto
está na hora de fechar tudo e meter os independentes na ordem