Educação, Arte e Cidadania…Caros amigos:
Não me compete a mim pronunciar sobre o privilégio que Rui Castro Martins me dá, (embora assim o não pense, uma vez que noto a sua atenção ao Outro do Outro), mas efectivamente é um privilégio ter como administrador alguém que faz uma espécie de close reading a todas as acções, na página, sem ver das im_
possibilidades políticas que se abrem ou fecham, dos interesses instalados ou a instalar, mas de cada coisa em si.
Agora, quanto a mim, estejam à vontade para me criticar. Aliás, tanto me são os elogios como as negações, quando meras opiniões. Não percebo como se ainda não ultrapassou o estádio de ‘
As Minas de Salomão’ de Henry Haggard — parece que estamos sempre-sempre naquela divisão radical de quem são os bons e quem são os maus (‹‹
as nobres intenções e as mais sórdidas››). Não há meio de fixarmos em descobrir que os bons não são tão bons como isso e os maus não assim tão maus. Ora,
estejam à vontade, para este assim-assim. No entanto, preferiria, como recentemente li em ‘
Educação, Arte e Cidadania’ de Laborinho Lúcio, defrontar convicções diferentes, sob as

maiores dúvidas — e não meras opiniões. São essas (e o combate entre elas, daí a falta que me faz João Lopes de Matos, pela polémica de onde por vezes no meio do labirinto damos por feita uma ténue luz), são essas que fazem a diferença de alcançarmos a mais um passo no escuro. E aqui deixo uma peça mais de discórdia: em 2006, empresas alemãs responderam a um inquérito sobre o que queriam das escolas — e não foi a competência dos alunos e o seu saber-fazer, que se obteve, mas a criatividade, em resposta. Daí,
o renascimento da Arte, por via da alta finança e economia, sublimação necessária para criar criativos — de encontrarem soluções flexíveis para os problemas que a santa crise do nobre mercado global se lhes coloca.
Arte p r e c i s a – se!
Vitorino Almeida Ventura
Post Scriptum: Fui a Lisboa, no dia 8, à Fac. de Letras, uma vez mais aprender. Serei sempre mais um aluno do que. Na conferência do professor Fernando Guerreiro, o cabaret-circo futuro-dadá de Rui Reininho, escutei uma interessante leitura da obra deste, tendo como base o livro Sífilis versus Bilitis, onde se instala a autoparodização: ‹‹o rei diarreia››… De jubiloso final em ‹‹o dia rei››. E do bar da morgue (aberto cerca de meia noite às cinco, citando de cor)! Mas,
toda esta leitura foi feita a partir da lupa de des_
construção sintáctica de Marinetti — como do futurismo português de Santa Rita pintor, sobre_
tudo. Concluiu-se em ‘Turbina e Moça’, do recente álbum a solo, ou antes, Na Companhia das Índias, um excelente trocadilho com espessura para a Menina e… de Bernardim Ribeiro, como para a Cidade e as Selvas, pelas Serras de Eça.
Quanto a Golgona Anghel, numa leitura muito filosófica — de Platão a Deleuze, sobre JP Simões, em Belle Chase Hotel, ficaram as ideias de
— Fossanova/Casanova.
— Uma personagem secundária, daí a paródia, pois faz o que faria a principal…
Eu tive uma intervenção muito crua, tentando desmontar alguns mitos académicos — 1º, de que as letras são um parente
pobre da poesia; 2º, de que a poesia é sempre superior à prosa. Para mim, o que há são textos conseguidos ou não, tão só. Ab.