Agricultores do Interior Norte são penalizados pela centralização dos organismos do sector e pela manifesta falta de apoio logístico.
Se ser agricultor em Portugal não é pêra doce, sê-lo em Trás-os-Montes e Alto Douro é mesmo uma pêra amarga. Não são as peras que sustentam António Manuel Barbosa, agricultor de Areias, Carrazeda de Ansiães. O pão vem do vinho, que poderia ser mais abonado caso as questões burocráticas não fossem uma companhia constante, roubando tempo e emprestando incómodos a uma actividade cada vez menos rentável.
"É pena que na região não tenhamos mais serviços, que permitam resolver os nossos problemas sem ter de estar sempre dependentes das sedes dos organismos, em Lisboa", atira Barbosa. É um lamento que estende aos pequenos e médios empresários agrícolas do interior, que têm "cada vez mais dificuldades em termos de apoio logístico".
Soma-se a "falta de amparo" na promoção e comercialização dos produtos e uma "elevada burocracia". Quantas vezes a precisar de tratar de papelada na Régua, onde fica o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP); em Vila Real, onde resolve questões relacionadas com o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP); ou em Torre de Moncorvo, onde se dirige quando quer encaminhar assuntos que dizem respeito à Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
O empresário agrícola também é presidente da Associação dos Fruticultores, Olivicultores e Viticultores do Planalto de Ansiães. Uma colectividade que, para além das suas funções principais de apoio técnico aos 900 associados, também lhes trata das questões burocráticas. "Quantas vezes juntamos os processos de vários sócios e, depois, vai um funcionário passar um dia ao IVDP para os resolver", explica, admitindo que, apesar do serviço ser pago, "acaba por dar prejuízo". "Não vamos estar a onerar ainda mais o agricultor, já por si descapitalizado".
Por outro lado, "cada agricultor, individualmente, teria mais dificuldades para tratar das suas papeladas", aduz, enquanto realça que, no caso do IFAP, o facto de ser dirigente associativo e representar centenas de agricultores lhe facilita a vida quando precisa de ser recebido por responsáveis daquele organismo. "Se calhar, precisávamos de uma espécie de loja do cidadão agricultor, na qual pudéssemos resolver todos os problemas, mas acho que é difícil implementá-la aqui", conclui António Barbosa. Eduardo Pinto, JN
Se ser agricultor em Portugal não é pêra doce, sê-lo em Trás-os-Montes e Alto Douro é mesmo uma pêra amarga. Não são as peras que sustentam António Manuel Barbosa, agricultor de Areias, Carrazeda de Ansiães. O pão vem do vinho, que poderia ser mais abonado caso as questões burocráticas não fossem uma companhia constante, roubando tempo e emprestando incómodos a uma actividade cada vez menos rentável.
"É pena que na região não tenhamos mais serviços, que permitam resolver os nossos problemas sem ter de estar sempre dependentes das sedes dos organismos, em Lisboa", atira Barbosa. É um lamento que estende aos pequenos e médios empresários agrícolas do interior, que têm "cada vez mais dificuldades em termos de apoio logístico".
Soma-se a "falta de amparo" na promoção e comercialização dos produtos e uma "elevada burocracia". Quantas vezes a precisar de tratar de papelada na Régua, onde fica o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP); em Vila Real, onde resolve questões relacionadas com o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP); ou em Torre de Moncorvo, onde se dirige quando quer encaminhar assuntos que dizem respeito à Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
O empresário agrícola também é presidente da Associação dos Fruticultores, Olivicultores e Viticultores do Planalto de Ansiães. Uma colectividade que, para além das suas funções principais de apoio técnico aos 900 associados, também lhes trata das questões burocráticas. "Quantas vezes juntamos os processos de vários sócios e, depois, vai um funcionário passar um dia ao IVDP para os resolver", explica, admitindo que, apesar do serviço ser pago, "acaba por dar prejuízo". "Não vamos estar a onerar ainda mais o agricultor, já por si descapitalizado".
Por outro lado, "cada agricultor, individualmente, teria mais dificuldades para tratar das suas papeladas", aduz, enquanto realça que, no caso do IFAP, o facto de ser dirigente associativo e representar centenas de agricultores lhe facilita a vida quando precisa de ser recebido por responsáveis daquele organismo. "Se calhar, precisávamos de uma espécie de loja do cidadão agricultor, na qual pudéssemos resolver todos os problemas, mas acho que é difícil implementá-la aqui", conclui António Barbosa. Eduardo Pinto, JN
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