Vítor Constâncio é a Pítia do regime. Da sua trípode do Banco de Portugal, anuncia regularmente o lamentável futuro económico do país. Mas das duas uma, ou terá negado os favores a Apolo e pena agora o castigo de ninguém o levar a sério ou inala pneuma a mais (ou, em vez das puras águas de Castália, prefere alguma bebida mais espirituosa) e as profecias saem-lhe furadas.
A verdade é que, com a mesma regularidade com que profetiza, corre no dia seguinte atrás da profecia a corrigi-la. Parece haver, de facto, um conflito insanável entre Vítor Constâncio e a realidade. As previsões do défice que foi fazendo ao longo do ano foram sucessivamente desmentidas pelos factos; e quando, há dias, o Governo anunciou, afinal, um défice de 8%, o mais que, surpreendido, encontrou para dizer foi que "esperava menos". Agora foi o aumento dos impostos. Anteontem, para Constâncio, isso era "necessário"; ontem, Sócrates desmentiu-o; horas depois, Constâncio desmentia que tivesse sugerido tal coisa. Melhor será Constâncio continuar a fazer como no caso BPN, fazer previsões só depois de os factos terem acontecido. JN
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