terça-feira, 3 de agosto de 2010

Uma aventura no ensino

2 comentários:

Anónimo disse...

FALTA DE SERIEDADE...
Todos os portugueses passaram pela escola e sabem como o problema dos repetentes é desprezado pelo nossos sistema de ensino, a regra é empurrá-los para as famosas "turmas dos repetentes, onde vão chumbando sucessivamente até serem rejeitados pelo sistema de ensino. Mesmo que o fenómeno das “turmas de repetentes” não tenha a dimensão do passado, a verdade é que o que importa para muitas escolas é a taxa de sucesso, os que chumbam são peças defeituosas que pouco contam individualmente, apenas o peso do insucesso é um dado irrelevante.
Quando um aluno que chumbou começa um novo ano merece um tratamento especial? Os novos professores contam com um dossier com informação pormenorizada das dificuldades que o aluno sentiu? Os encarregados de educação foram envolvidos ou aceitaram envolver-se numa estratégia de recuperação? Duvido que se faça muito, o aluno chumba e recebe o mesmo tratamento dos restantes alunos da turma. O mais certo é reprovar de novo e tudo volta a acontecer.

Mas centrar as causas do insucesso na escola pode ser um erro, há grupos sociais e étnicos que desvalorizam a importância da escola, os pais estão muito pouco preocupados com a prestação dos seus filhos. Em Portugal os pais, mesmo os que vivem de apoios sociais são responsabilizados pela falta de empenho na educação dos alunos. Nem eles querem saber das escolas nem as escolas quem saber deles, para um director de turma é mais fácil dialogar com o pai de um aluno bem sucedido do que com um pai que é capaz de reagir ao insucesso ou problemas disciplinares dos filhos com violência.

Da mesma forma que na miséria tende a eternizar-se ao tornar-se em miséria cultural, a reprovação tende consolidar-se, uma boa parte dos alunos que reprovam fazem-no mais de uma vez, muitos deles não chegam a concluir a escolaridade obrigatória, muitos poucos conseguirão superar os problemas e ter uma carreira de sucesso na escola.

Perante este problema e sendo certo que o actual modelo não funciona o mínimo que se espera é que se reflicta sobre as soluções, foi o que parece que a ministra da Educação propôs. Infelizmente não há seriedade no debate político, os partidos da oposição aproveitaram para se engalfinharem e dizerem “aqui d’El Rei que a ministra quer bandalhice!”. Aliás, pela reacção aos resultados de exames pode-se concluir que para os nossos políticos e até para as associações de professores um dos indicadores da qualidade do sistema de ensino é a quantidade de chumbos. Quantos mais chumbos maior o rigor, quanto maior rigor melhor o ensino. Pensam assim porque é o que populaça quer ouvir e, infelizmente, querem debater o ensino com os argumentos da populaça.

É lamentável o baixo nível de seriedade a que chegou o debate político em Portugal, nem mesmo num sector tão importante para o país os nossos políticos dispensam, os argumentos sujos.
Publicada por Jumento

Anónimo disse...

“Neurobióticos”

O mundo anda encantado com palavras novas que correm de boca em boca carregadinhas de esperança para os que sofrem de terríveis “males”.

Essas palavras fascinantes são os “neurobióticos” e principalmente - “visão curta”, “aventureirismo”, “facilitismo”.

Na verdade, podemos dizer que estamos na idade desses “neurobióticos”, e já outros se anunciam, com mais ou menos feliz confirmação.

Já se fala num "neurobiótico artificial” ainda mais poderoso, a “burriocitina” que, segundo os especialistas “pode abrir uma nova era na luta do homem contra a doença”.

Diz-se que esta droga destrói os "organismos" responsáveis pela “cretinice”, “miopia” e “estatísticas para inglês ver”(além do tifo, da tosse convulsa, da malária, e não garanto se contra a “catarata”, também).

Não me cabe acreditar ou não, porque sou leigo em assuntos médicos.

Como estudioso e investigador de termos “científicos”, apenas quero estudar o aspeto linguístico destas maravilhas da nossa época, procurando dissecar o corpo filológico de tais vocábulos.

Estas palavras - “visão curta”, “aventureirismo”, “facilitismo”, (não esquecendo a “burriocitina”), etc. - como se formam e que querem dizer?

É inútil, por enquanto, ir consultar dicionários portugueses, porque eles ainda não trazem esses termos recém-nascidos.

E as próprias obram lexicográficas estrangeiras mais recentes, ou trazem elementos escassos ou nada trazem acerca destas palavras.

É por isso tentadora a investigação dos termos sobreditos, virgens de contactos filológicos…

Há séculos, se não milénios, que o homem procura vencer estas doenças.

E nessa luta surgem palavras, morrem palavras, prestigiam-se umas, esquecem-se outras e até algumas caem nos dizeres do “escárnio” expressivo.

Em tempo:
Ter em conta que o papel dos “antibióticos” é o combate aos “microrganismos”, os “micróbios”…

Carlos Fiúza