Não há ninguém que alguma vez não se preocupe com a idade, isto é, com o tempo que a sua vida vai durando.
Pelo menos uma vez em cada ano, somos convidados à meditação do que é a vida em seu caminhar incessante para o fim. É certo que o aniversário natalício dá lugar a festas, à recepção de amigas palavras ou, até, de apetecidas prendas; mas no íntimo da pessoa que faz anos lá está a consciência de que, afinal, “fazer mais um ano” é ter menos um de vida.
Infância… Puerícia… Adolescência… Juventude... Virilidade… Velhice… todos estes períodos da Vida têm os seus encantos; em todos eles o Homem SONHA!
“Não se passa de Dezembro a Junho, senão por meio do inverno e verão, e a primeira parte do verão é semelhante ao inverno, a derradeira ao estio, e o meio é misto, e temperado de ambas. Assim se não passa de um salto da frescura da mocidade, para a seca, e deforme velhice, mas de tal modo envelhecemos, que nos achamos velhos sem sentirmos quando o começamos a ser. A Puerícia nos dispõe para a Adolescência; a adolescência para a Idade Viril, e esta para a Velhice; e são estas idades tam vezinhas, e semelhantes, que quaisquer duas parecem ser uma; e é tam fácil e calado o trânsito de uma para a outra, que sempre as primeiras nos ajudam a não sentir a alteração e graveza das conseguintes.” (Diálogo IV-Frei Amador Arrais).
Sendo a palavra a expressão da Vida, o deslizar desta tem forçosamente de reflectir-se naquela.
Infância… Puerícia… Adolescência… Juventude... Virilidade… Velhice… todos estes períodos da Vida têm os seus encantos; em todos eles o Homem SONHA!
“Não se passa de Dezembro a Junho, senão por meio do inverno e verão, e a primeira parte do verão é semelhante ao inverno, a derradeira ao estio, e o meio é misto, e temperado de ambas. Assim se não passa de um salto da frescura da mocidade, para a seca, e deforme velhice, mas de tal modo envelhecemos, que nos achamos velhos sem sentirmos quando o começamos a ser. A Puerícia nos dispõe para a Adolescência; a adolescência para a Idade Viril, e esta para a Velhice; e são estas idades tam vezinhas, e semelhantes, que quaisquer duas parecem ser uma; e é tam fácil e calado o trânsito de uma para a outra, que sempre as primeiras nos ajudam a não sentir a alteração e graveza das conseguintes.” (Diálogo IV-Frei Amador Arrais).
Sendo a palavra a expressão da Vida, o deslizar desta tem forçosamente de reflectir-se naquela.
E, como a vida pode ser encarada com a frialdade do raciocínio ou com a quentura do sentimento, segue-se que o "filosofar" sobre a Vida e seus períodos e momentos ora aparece na linguagem chã de todos os dias, ora na expressão figurada dos poetas, dos pensadores… dos “sonhadores”.
Veja-se a inegável analogia entre a “velhice” e a “infância”… não é isto “sonho”, e lindo? Não é a “velhice” como a "infância" períodos intensos de sonho e esperança? Até pelas realidades em presença, como a fraqueza?
Veja-se a inegável analogia entre a “velhice” e a “infância”… não é isto “sonho”, e lindo? Não é a “velhice” como a "infância" períodos intensos de sonho e esperança? Até pelas realidades em presença, como a fraqueza?
Não serão os meninos mimos de mil cuidados? E os velhos não precisarão deles, também, e deles não serão bem dignos?
E se até a própria natureza se compara aos períodos da vida humana, dando-nos, anualmente, as suas estações…
E se até a própria natureza se compara aos períodos da vida humana, dando-nos, anualmente, as suas estações…
Primavera da vida é a juventude. E se o Verão não costuma entrar na simbologia da vida, já o Outono refere a idade decadente que precede a velhice. Esta é o inverno com suas neves, e muito frio!
Como é possível ao Homem dizer tudo isto, sentir tudo isto… e não sonhar?!
Como é possível ao Homem dizer tudo isto, sentir tudo isto… e não sonhar?!
“Como o tempo passa! Parece que foi ontem! E já lá vão trinta anos!”
– Não há “sonho” nestes dizeres?
- Não comandará o sonho” a Vida?
- Será possível ao Homem "viver" sem sonhos?
Carlos Fiúza
Carlos Fiúza
Sem comentários:
Enviar um comentário