quarta-feira, 7 de julho de 2010

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Amor à camisola

«Depois de ter sido conhecida a diária de 800 euros que os jogadores arrecadaram desde o início do estágio de preparação na Covilhã, a 14 de Maio, passaram 48 dias até 30 de Junho, o dia que marcou a viagem de regresso da Selecção Nacional a Portugal.
A participação no Mundial 2010 deve, então, custar à Federação Portuguesa de Futebol 813 600 euros.
Excluindo o futebolista Zé Castro, do Deportivo da Corunha, dos 23 que mereceram o cognome de Navegadores, chega-se a uma média de cerca de 35 mil euros por cada jogador.
Aos valores auferidos poderão, no entanto, acrescentar-se eventuais prémios monetários da FIFA e proveitos de cariz publicitário ou televisivo.» in O Jogo.

Fiquei muito contente pelo facto de a contra-proposta dos capitães da selecção haver sido logo aceite pela Federação, evitando-se manifestações in_
dignas de sindicalistas. E ainda se ouvem os detractores (do meu bairro) dizerem que os futebolistas se cansaram a jogar a sueca no hotel.

Fiquei muito triste pelo facto de falharem o prémio de 50 mil euros, a título individual, previsto para o caso de Portugal ficar no primeiro lugar do Grupo G, onde estavam incluídos Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte. É que o segundo lugar não deu direito a qualquer compensação.

E ainda se ouvem os detractores (deste Governo, pois a Federação depende do Secretário de Estado do Desporto e este do Ministro da Presidência) dizerem que os jogadores não revelaram qualquer amor à camisola! Com a Crise, que trabalhador manual ou pedonal, se daria ao luxo de não correr/lutar por tal prémio federativo? Assim,

tenho muita pena por cada jogador português presente no Mundial da África do Sul não receber 340 mil euros, prémio pensado para Portugal erguer a Taça. Se as quinas ficassem no segundo lugar, cada convocado de Carlos Queiroz receberia no total 290 mil euros.

E ainda se ouvem os detractores (do meu país, todos os que não se importavam de ser espanhóis, pois os jogadores desta selecção podem dar-se ao luxo de oferecer parte do Prémio) dizerem que os jogadores não comeram a relva, quando ganhariam em dois meses o que muitos desempregados só com 100 anos de trabalho.
A passagem aos quartos-de-final do Mundial renderia a cada atleta mais 50 mil euros, o mesmo que se atribuiria pelo sucesso nas meias-finais. Pela Nação,

num lar de Bragança, os velhinhos obrigaram as velhinhas a levantar-se e a cantar o hino, antes dos jogos.

- Que bela lição de patriotismo!

V.A.V.

Post Scriptum: Adoro a estratégia das 1001 noites de Gilberto Madail. Diz que sai, que sai, mas vai saindo… Os Governos passam, e ele sobre_

vive. Não é de acaso. A teia nunca se des_

montou. A Federação Portuguesa de Futebol ainda é um órgão corporativo. Aí se festeja a 24 de Abril: pelos corpos dos árbitros, dos treinadores, dos jogadores, das associações… Lembro que Artur Jorge nem votos conseguiu dessas corporações para ser… candidato!

Também, o que mais nos interessa, não é?, são os exemplos dos seleccionadores para as crianças e jovens: adorei, adorei, adorei, como diria João César Monteiro, nas Recordações da Casa Amarela.
Seu Scolari agrediu um jogador sérvio, sublinho, em defesa legítima das minorias: do minino cigano Quaresma. Tal gesto patriótico de intervenção na Guerra dos Balcãs, como num raid da NATO, motivou a sua defesa federativa no castigo aplicado pela UEFA.

Carlos Queirós, esse professor, terá passado a luva branca na dupla face de um jornalista televisivo, no aeroporto, mas isso foi há que tempos!, ainda que agora tenha ameaçado, após a eliminação do Mundial, contra in_

certos, medida politicamente correcta, face ao sensacionalismo dos media…

7 comentários:

Anónimo disse...

E depois ainda dizem que o Presidente da República e o Primeiro-Ministro ganham muito! O «Seu Scolari» auferia quase 2 milhões de euros por ano e o «nosso Queirós» idem aspas.
- E o povinho vai atrás e lambe de quatro o chão por onde passam estes ídolos de barro.
X

Anónimo disse...

Também o VAV queria o quÊ? Que ganhassem tanto como os funcionários da câmara ou do Estado, ou os políticos PR e 1º Ministro! Enquanto a Federação tiver a golden share, são pagos a peso de ouro. É disso que o meu povo gosta. Haja Crise!
Carlos F.

Anónimo disse...

A parte ideológica bipolariza como Marx a luta de classes que na cosmovidência medieval do Manel Barreiras Pint ainda se mantém em três estados: nobreza, clero e povo.

Cumprimentos,

LVS

Anónimo disse...

Somos mesmo um país da bola. E já viram o que é que o vocalista dos Faith no More chamou ao Ronaldo no Optimus Alive? É engraçado ver como os outros vêem os nossos mitos. Vejam no youtube. É de partir o coco a rir!
Dragon Z

vitorino almeida ventura disse...

Por acaso,

sem ser por acaso, não preciso de ir ao youtube. É que o meu filho «obrigou-me» a estar até às 2h 30m. a ver o concerto, passando de novo pela fase Faith no more.

Prefiro, no entanto, o outro encore, em que Mike Patton goza com a tristeza de Portugal, no Mundial, dizendo tocar fado americano. Acresce,

o grupo dá-nos música com a versão Chariots of Fire, de Vangelis, antes de entrar no tema Stripsearch.

Ab.,

Vitorino

Anónimo disse...

Aquela coisa do Cristiano Ronaldo ter um filho soa a má desculpa. O Fábio Coentrão também vai ser pai e foi o melhor jogador da Selecção. Júlio Carlos

Anónimo disse...

Carlos Queiroz vai receber um prémio de 720 mil euros, após o Mundial.
Segundo o jornal "Record", a FPF vai ter um prejuízo de um milhão com a presença no Campeonato do Mundo, uma vez que o prémio que vai receber da FIFA não cobre os custos, nem os prémios negociados com jogadores e treinadores.
Entretanto, FPF e presidente Gilberto Madaíl deram os parabéns à Espanha, esperando que o título mundialreforce a candidatura ibérica aos torneios de 2018 / 2022.

E cá o pagode deve dar os parabéns a todos, sobretudo ao Madaíl, pelo prejuízo.
Atento