domingo, 3 de janeiro de 2010

Barragem do Tua não garante renda energética aos municípios

Os autarcas dos concelhos onde vai ser construída a barragem do Tua, Carrazeda de Ansiães e Alijó, reivindicam uma renda de 3% sobre a produção de energia. Uma compensação pelo aproveitamento dos recursos locais.
A Câmara de Carrazeda de Ansiães já recebe anualmente cerca de 300 mil euros referentes a 3% líquidos sobre a produção energética da barragem da Valeira, instalada no rio Douro. E por isso também quer beneficiar de igual percentagem em relação ao que se vier a produzir na futura barragem do Tua. Só que o autarca, José Luís Correia, adianta, com base em informações recolhidas junto de responsáveis da EDP, que aquela verba, na ordem de um milhão e meio de euros, vai reverter a favor do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

Seria uma renda muito importante para o nosso concelho”, afirma o edil, que promete, juntamente com os homólogos de Alijó, Murça, Vila Flor e Mirandela, vir a bater-se pela obtenção do máximo de contrapartidas pela construção daquele aproveitamento hidroeléctrico. O presidente da Câmara Municipal de Alijó, Artur Cascarejo, não vê qualquer lógica na atribuição dos tais 3% sobre a produção eléctrica ao ICNB. “Esta é a parte que tem de ser alterada. Já que vamos deixar de ter um património importante como é o vale do Tua, então devemos garantir as melhores contrapartidas”. Acrescenta que os autarcas “vão bater-se por isso” durante as negociações que irão decorrer com a EDP.

Outra questão que está a preocupar os dois autarcas é a falta de acessos prevista para a zona onde vai ser implantada a barragem. De acordo com José Luís Correia, “o coroamento do paredão não contempla a travessia de uma margem para a outra”. Uma situação que “não está a ser fácil explicar às populações nem tão-pouco aceitá-la”. O edil admite que os autarcas dos outros concelhos serão solidários com esta revindicação. Artur Cascarejo garante que essa será uma das reivindicações a apresentar à EDP, pois uma travessia sobre o paredão da barragem entre Carrazeda de Ansiães e Alijó, vai garantir “o acesso do espelho de água ao IC5”. E com ele, acrescenta, “também ficaria salvaguardado que as populações ribeirinhas locais não ficariam abandonadas”.

Tanto o autarca social-democrata de Carrazeda como o socialista de Alijó convergem na necessidade de garantir, de forma concertada, o máximo para os concelhos abrangidos. José Luís Correia até admite vir a manifestar-se contra a barragem caso ela não represente benefícios significativos para Carrazeda. Cascarejo sempre foi a favor do empreendimento, mas também não abdica de uma boa mão-cheia de compensações.

Ambos desejam que a Agência de Desenvolvimento Regional, a ser constituída durante 2010, que deverá resultar de uma parceria entre os cinco municípios e a EDP, possa garantir financiamento comunitário para a criação de estruturas, nomeadamente de âmbito turístico, capazes de gerar emprego e riqueza.
Eduardo Pinto/Rádio Ansiães

5 comentários:

mario carvalho disse...

Silvano contesta proposta da EDP

Escrito por Brigantia, Sim 28-12-2009 12:28
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O presidente da administração da Metro de Mirandela, José Silvano, já disse que não aceita esta solução do Metro efectuar a ligação entre Brunheda e Mirandela, sem haver contrapartidas financeiras, alegando que a empresa não tem capacidade para suportar, sozinha, estes custos.


O autarca de Mirandela diz ainda que não o surpreende esta falta de proposta de alternativa ferroviária, por parte da EDP.

“Quem sugeriu essa solução, nomeadamente o Ministério dos Transportes, não tinha ideia dos custos que uma alternativa podia ter e que só podia ser aérea ou subterrânea e ía custar mais do que a barragem” refere o autarca, salientando que “eu sempre disse que isso era um engano e agora está provado que a EDP não o consegue fazer”.


Por outro lado, José Silvano diz que a empresa “vem agora com esta proposta que faz algum aproveitamento turístico” mas alerta que “a autarquia não vai suportar o metro, não há meios financeiros para o fazer, só se houver uma sociedade com a EDP”.

José Silvano revela que o Metro de Mirandela só está disponível para efectuar o troço ferroviário entre Brunheda e Mirandela, se houver contrapartidas financeiras.


Recorde-se que, desde 22 de Agosto de 2008, altura em que aconteceu o último acidente na linha do Tua, que provocou uma morte e dezenas de feridos, as composições do Metro fazem apenas a ligação entre o Cachão e Mirandela.



Escrito por CIR



mario

E os outros? Vila Flor não protesta? Não queria a cota máxima
assim como Carrazeda e Alijó?
Não se recordam ou não prestaram atenção às declarações do Borges do INAG dizendo que não haveria contrapartidas e antes pelo contrário ps concelhos afectado deveriam sentir-se orgulhosos por terem a barragem,,,...

meus amigos .. que dizer.. enfim

Anónimo disse...

Os 1,5 milhões de Euros referenciados pelo nosso Presidente são para Carrazeda ou a distribuir por todos os municípios envolvidos?
Se é uma renda, Alijó vai receber mais já que as estruturas de apoio à barragem estão na margem direita!
Quanto à Agencia de Desenvolvimento Regional será um erro crasso se a REFER não estiver envolvida.
O importante é que os eleitos nos vários municipios mostrem unidade nas negociações que vão acontecer.

Anónimo disse...

Gado vai deixar de poder beber e pernoitar nas margens da barragem


Se o Plano de Ordenamento for aprovado, o abeberamento na barragem vai ser proibido
O Plano de Ordenamento da barragem dos Pisões, em fase de discussão pública, está a deixar apreensivos os agricultores residentes nas aldeias das imediações da albufeira. As maiores restrições previstas no documento dizem respeito aos cem metros em volta da margem da barragem, onde passará a ser interdito parquear animais, que também não vão poder beber na albufeira.

Termina no próximo dia 13 de Janeiro, a discussão pública do Plano de Ordenamento da Albufeira do Alto Rabagão (Pisões). O documento estabelece uma zona de protecção relativamente à barragem, nomeadamente no que diz respeito ao uso do solo, com vista à protecção da qualidade da água desta reserva, que já abastece parte dos concelhos do Alto Tâmega. No novo Plano, a zona de protecção passou dos cem para os quinhentois metros. No entanto, em Montalegre, numa sessão pública de esclarecimento, a técnica do Instituto Nacional da Água (Inag), Ana Barroco, explicou que a agricultura tradicional vai poder continuar a fazer-se. “Se mantiverem as práticas que têm tido não haverá nenhuma restrição, só haverá se intensificarem a utilização de adubos e fertilizantes e for posta em causa a qualidade da água”, explicou a técnica, garantindo que as “maiores interdições se situam à volta dos cem metros da barragem”. Neste área, ao contrário do que acontece agora, o gado não poderá ficar parqueado, nem tão pouco beber. “A água é um recurso escasso. A boa qualidade da água tem que ser preservada”, defendeu ainda Ana Barroco.

No entanto, as explicações da técnica não sossegaram os agricultores presentes. “Comprem-nos os terrenos que já acabam com a poluição”, atirou um agricultor, explicando que “põe estrume e adubo” nas terras.

Também presente na reunião, António Miranda, o presidente da Junta de Freguesia de Morgade, uma das aldeias banhadas pela barragem, disse, por sua vez, que ia mandar um relatório para as entidades competentes no sentido de ficarem bem patentes os problemas da freguesia. “Estamos sensíveis às dúvidas que as pessoas colocam, embora algumas não façam sentido. As pessoas vão poder continuar a trabalhar as suas terras, a semear centeio, batatas, têm é que fazê-lo nos moldes de sempre”, alegou, à Rádio Montalegre, o vice-presidente da Câmara, Orlando Alves. O presidente da Câmara, Fernando Rodrigues, entende que o articulado terá que ser melhorado, no sentido de ficar “claro” e “objectivo” e “não permitir interpretações abusivas”.

Por: Margarida Luzio

mario carvalho disse...

Linha do Tua
Comissão de Obras Públicas aprova audição de ministro na AR
A comissão de Obras Públicas aprovou hoje a audição do ministro António Mendonça no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a situação da linha ferroviária do Tua, que será parcialmente submersa pela barragem

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O requerimento, apresentado pelo Partido Ecologista Os Verdes, foi aprovado na reunião de hoje da comissão parlamentar de Obras Públicas e contou com os votos contra do PS.

Os Verdes dizem que estão a ser «levantados carris na zona em que vai ser construída a barragem» e pedem esclarecimentos sobre o facto de a EDP ter dito que «não pretende construir uma alternativa ferroviária à Linha do Tua», desrespeitando assim o caderno de encargos.

Durante a reunião da comissão parlamentar, o deputado do PCP Bruno Dias afirmou que a situação da Linha do Tua «exige que sejam tomadas medidas por parte do Governo» e sublinhou a «necessidade incontornável de garantir a existência de uma alternativa de transporte ferroviário que responda às necessidades das populações».

A deputada do PS Ana Paula Vitorino afirmou, por seu turno, que quando foram avaliados os «dois projectos de interesse público – a linha ferroviária e a barragem -, o que prevaleceu foi que a barragem tinha um benefício económico superior».

Como os dois projectos são «incompatíveis fisicamente», explicou, foi definido que «teria de ser encontrada uma nova solução de transportes para aquelas populações que, só em situação de impossibilidade, seria rodoviária».

Lusa / SOL

J.Pinto disse...

Está muito claro o que quer fazer a EDP, não haverá compensações para as câmaras nem freguesias, não haverão novos acessos, não haverá via férrea nem seus transportes alternativos, nada.
Não haverá Turismo e a agricultura será gravemente prejudicada.
Acordem, ainda vão a tempo!