terça-feira, 1 de setembro de 2009

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

O lado positivo
Em Campanha: (D)o Lava-pés
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Como sempre, nas férias aproveito para ver algum do cinema que perdi. Assim, comecei por ver (com o comediante) Bill Maher o documentário “Religulous” (palavra mala de Religião + Ridículo), que maltrata sobretudo o des_
conhecimento dos radicais, sem substância religiosa alguma, e logo depois a “Lars e o verdadeiro Amor”… Quando via este filme em que Lars trata uma boneca insuflável como se fosse real, e toda a população participava no delírio, de uma forma comovente, finalmente foi como se estivesse na estrada de Damasco e Deus me fizesse luz.

- E se os candidatos em campanha, no país, de repente apenas estivessem cumprindo a sua missão divina? Como Jesus, e Pedro, e o Papa, lavando os pés a todos os discípulos, num ritual de passagem, tocando a gripe suína como antigamente a lepra, numa dança roçagada em torno de uma igreja, soprada em silêncio nas filas dos centros de saúde, recolhida de seringas à porta das farmácias, e medicamentos fora do prazo de validade,
beijando a cruz do mijo acidulado de cavalos tão ausentes dos lares, depois dessas e outras tamanhas provações, não merecerão o céu? Ou apenas uma gotas de aguarrás?

Vitorino Almeida Ventura

Post Scriptum: Já sem elefantes e cornacas, símbolo do poder (quinhentista) no último grande romance de José Saramago, houvesse campanhas anuais e o nosso mundo perdido, de Crise em Crise, estaria bem melhor. Que o Poder seria apenas de servir, tão sem moedas, empenhadas no prego, a oferecer.

4 comentários:

Anónimo disse...

Essa nem ao diabo lembra! Então, foi Deus que fez os políticos cumprirem a sua missão? Só assim se entendem as vénias do faustino, os beijinhos da olímpia, a cabeça baixa de zé luís, os sorrisos do zé mesquita, etc.
EM

Anónimo disse...

Bom filme, Lars and the Real Girl...

Anónimo disse...

E o Religulous, já o aluguei no video clube da Carrazeda. É de partir o coco a rir. Só não é recomendável a beatas.
Shot gun

Anónimo disse...

É isso, pá. Em campanha todos são bonzinhos, como o Sócrates, ontem na Entrevista do canal 1, e como a Manuela Ferreira Leite: não são cínicos, só falam o que pensam. A vida seria bem melhor se estivéssemos sempre em campanha.