quarta-feira, 1 de junho de 2011

Daqui e dali... Henrique Raposo

Os factos que devem condenar Sócrates


Não são opiniões ou divergências ideológicas. Não são fixações doentias. Não são estados de espírito. Não. São factos. Factos objectivos que revelam o desastre governativo do consulado Sócrates.
- Estamos a viver a maior vaga de emigração desde os anos 60. Pelas contas de Álvaro Santos Pereira, estão a sair de Portugal cerca de 100 mil portugueses por ano (2007: 108.388; 2008: 101.595 - como é que o nosso primeiro justifica estes números que são relativos a anos anteriores à salvífica crise internacional?). Toda a gente em Portugal já foi tocada pelo drama da emigração. Toda a gente tem um primo ou amigo que foi forçado a emigrar. Quando é que começamos a falar a sério disto?
- A dívida pública portuguesa estava nos 60% em 1995. Em 2005, continuava na casa dos 60%. Com Sócrates, a dívida disparou de forma incrível (quase 100% em 2010), sobretudo a partir de 2008 e 2009. Então o nosso primeiro-ministro começou a pedir dinheiro emprestado no preciso momento em que estalou a tal crise internacional do crédito? Pois, era preciso vencer umas eleições através da falácia-mor de 2009: "ah, falar de endividamento é bota-abaixismo".
- Em 2005, a carga fiscal estava nos 34% do PIB. Com Sócrates, a pressão dos impostos aumentou para 37%. Obrigado, senhor engenheiro. Aumentar impostos é a forma mais fácil e perversa de gerir um país.
- Entre 2014 e 2026, nós, portugueses, iremos pagar todos os anos mais de 1.500 milhões de euros em PPP. 1500 milhões é o mínimo, porque a conta pode chegar aos 2500 milhões (entre 2014 e 2018). Até 2038, iremos pagar - no mínimo - 1000 milhões por ano. A conta das PPP só baixará dos 500 milhões por ano em 2040. Ou seja, os meus netos ainda vão ter de pagar a conta deixada por Sócrates. Como já afirmei, a questão não é a reestruturação da dívida (até porque isso nem depende só de nós; estamos numa moeda partilhada). A grande questão passa por reestruturar esta conta com os construtores e concessionárias.

Acho que por hoje já chega. Amanhã há mais. Mais factos. Expresso

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