sexta-feira, 13 de maio de 2011

Granizo destrói pomares em Carrazeda

O granizo que ao fim da tarde de anteontem caiu abundantemente no concelho de Carrazeda de Ansiães provocou prejuízos em pomares de macieiras e destruiu algumas hortas.

A Associação dos Fruticultores, Viticultores e Olivicultores do Planalto de Ansiães (AFUVOPA) começou ontem a avaliar os estragos e, embora não sejam generalizados, em alguns casos são avultados. Cândido Madeira, residente em Fontelonga, é um exemplo entre os agricultores prejudicados. “Eu estava no café e disse logo que o meu pomar já ía apanhar. Quando cheguei aqui e vi o chão cheio de folhas fui-me logo embora. Está tudo estragado, este ano a colheita é toda para ir para o lixo” refere. Ontem de manhã, Cândido Madeira foi ao pomar acompanhado de Duarte Vieira, técnico da AFUVOPA, que estimou prejuízos elevados. “Perante este cenário dificilmente teremos fruta boa para ir para o mercado” considera, apontando para “perdas acima nos 80%”. É do pomar com cinco mil macieiras, junto ao parque das piscinas de Carrazeda, que Cândido Madeira tira o sustento. O que já lá investiu este ano já não é recuperável. “Gastei mais de nove mil euros só este ano e já não lhos tiro de maçã. Quando é do granizo o seguro dá pouco, dá mais quando é geada” explica.

A AFUVOPA começou ontem a fazer o levantamento dos estragos causados nos pomares de macieiras do concelho, mas só durante os próximos dias será possível avaliar a sua extensão. “Nós estamos a fazer o levantamento mas penso que grande parte dos pomares do concelho foi afectada” refere Duarte Vieira. A AFUVOPA está a aconselhar os agricultores a fazerem tratamentos para minimizar os prejuízos. “Tratamentos à base de cálcio para ajudar a cicatrização do fruto e para minimizar o efeito adverso do granizo”. Os seguros cobrem estes prejuízos mas não os pagam totalmente.

Mas o granizo não causou prejuízos só nos pomares. Na zona da Samorinha, também no concelho de Carrazeda, as hortas foram muito afectadas. “Foi tomates, alhos, batatas, cebolas, alfaces” refere Glória Fernandes. “O granizo foi muito, isto aqui parecia um mar de água”. Segundo João Moura, o granizo “era como a cabeça do dedo grande e durou uma hora e meia. O meu terraço ficou com dez centímetros de pedra” afirma.
A meteorologia continua a prever para os próximos dias condições favoráveis à ocorrência de trovoadas.
CIR/Brigantia

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