O que se está a passar neste país é uma vergonha. Uma pulhice, um roubo. A falta de senso e de responsabilidade política é tal que somos obrigados, ou pelo menos já nos habituámos de alguma forma a que assim seja, a aceitar tudo o que nos é imposto sem levantarmos grandes ondas. Sem questionarmos. Portugal Robot. "Porque tem de ser". "Porque é necessário". "Porque de outra forma ficaremos isolados da Europa, do mundo, do planeta, do universo, da Mota Engil, do BES". O MEDO. A política do medo. E as pessoas, humanas que são, deixam-se levar pelas patranhas de meia dúzia de mentirosos.
Quem nos pôs assim? Quem levou o BPP e BPN à falência? Quem tapou o buraco com dinheiro que não lhe pertencia, dinheiro dos contribuintes? Quem gastou desmesuradamente o que não tinha e contratualizou o que nunca poderia concretizar? Quem maquilhou défice atrás de défice até ao descalabro final? Porque não estão estes senhores, este asco político e financeiro, este nojo engravatado, a bater com as costas no cimento frio de uma cela? A ver as barras de ferro passarem-lhes diante dos olhos? Muitos bancos foram à falência em diferentes países e estes não colapsaram financeiramente. Quem acreditou na mentira "escabrosa" da ruina do BPN? Quem nos fez acreditar? Porquê?
Está visto que quem paga crise é a classe média. As usual. Já o está a fazer em suaves prestações e irá fazê-lo a doer. Vai desaparecer. Evaporar-se. Não são os desempregados, os idosos e reformados ou os protegidos da corja que continuam a facturar milhões que vão ser afectados. A classe média, a tal que faz girar e crescer uma economia, que a estabiliza, que a alimenta e indica se os níveis de desenvolvimento de um país estão a acompanhar o seu crescimento vai pura e simplesmente ser dizimada. Esmagada. Vai desaparecer lentamente. Portugal "latino" no seu pior. Um país de extremos, de pólos, de desigualdade e de indignidade.
Agora pergunto: quem vai ser responsabilizado? Quem governou este país como se fosse uma mercearia de bairro durante anos com tiques de "irritadiço de paróquia", de forma deplorável e irresponsável? Quem nos disse que estava tudo bem, que a "crise tinha sido ultrapassada"? Que Portugal se tinha comportado muito acima do nível dos outros países da UE ao ao suportar o embate da crise internacional. Quem nos disse que não iria haver nova recessão, sim, esta em que estamos mergulhados actualmente? Qual é o único país em recessão este ano na UE? Quem nos disse que jamais iriamos necessitar de ajuda externa? Quem vai julgar esta gente? Quem? Quando? Como? As eleições? O tempo? Não chega! Não chega! Lamento, mas pelo menos para mim não chega. Expresso
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