Carrazeda de Ansiães acolhe actualmente cerca de 150 imigrantes de nove países diferentes. A maior parte trabalha mas também há estudantes. Dezenas deles juntaram-se no domingo para conviver e partilhar tradições num encontro de comunidades denominado “Rostos”. A iniciativa da Escola Profissional, do Gabinete Desenvolver Socializando e da Câmara de Carrazeda de Ansiães juntou elementos das principais comunidades: búlgara, cazaque, chinesa, africana (Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola) e portuguesa, que inclui a cigana. Também há moldavos e uzbeques, mas em pequeno número. Todos eles trabalham na agricultura ou em algumas actividades industriais, excepto a comunidade africana, cerca de 30 jovens, que estudam na Escola Profissional de Ansiães. É do trabalho numa serração de madeiras que Azijan Trossumeto, cazaque e em Carrazeda há seis anos, garante o sustento para a família. “Já estou habituado, gosto do patrão. No meu país era complicado arranjar trabalho e por isso por enquanto quero ficar por cá” refere. O búlgaro, Mikael Emilov, 25 anos, vive há nove em Portugal e trabalha na agricultura. No seu país não conseguia trabalho.“Lá temos trabalho mas ganha-se pouco, aqui ganho o dobro” afirma. João Catarino, 18 anos, e Ludimira de Freitas, de 19, naturais de São Tomé e Príncipe, estudam Animação Sócio-Cultural na Escola Profissional de Ansiães e assumem que depois de acabar o curso gostavam de continuar em Portugal para seguir o Ensino Superior. No encontro de comunidades apresentaram danças cujo significado remetem para os seus antepassados. “É importante para nós porque os nossos antepassados também dançavam cá estas danças tradicionais” refere João Catarino. Já Ludimira de Freitas diz que “nós sentimo-nos bem a dançar”. A tarde foi de festa, de partilha de tradições e gastronomia, de novos conhecimentos .Era isso que a iniciativa “Rostos” pretendia, segundo o professor da EPA e colaborador do Gabinete Desenvolver Socializando. “Existem algumas comunidades que são muito fechadas e esta é uma forma de tentarmos todos conviver” afirma Vítor Miguel Castro. O director da EPA reforça com a necessidade de ajudar a integrar os imigrantes na sociedade de Carrazeda. “Fazia sentido mostrar a alguns alunos outras comunidades que já existiam na escola e dar a conhecer as suas tradições, costumes e danças e também é uma forma de os integrar” explica Ricardo Fiães.
A edição do Rostos deste ano pôs o salão dos BV de Carrazeda a rebentar pelas costuras, pelo que a organização entende que deve continuar com a iniciativa.
CIR/Brigantia
A edição do Rostos deste ano pôs o salão dos BV de Carrazeda a rebentar pelas costuras, pelo que a organização entende que deve continuar com a iniciativa.
CIR/Brigantia
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