sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Decisão sobre o futuro da Linha do Tua fica para o novo Governo

A solução do dilema entre a linha e a barragem do Tua transitará para o próximo Governo que terá de decidir se a linha é viável ou se encerra definitivamente a última ligação ferroviária do Nordeste Transmontano.
A linha do Tua está encerrada na quase totalidade há um ano, desde o acidente de 22 de Agosto de 2008, que fez a quarta vítima mortal no espaço de ano e meio.
O futuro da linha está suspenso nos estudos de alternativas aos carris que a barragem de Foz Tua vai inundar e cuja conclusão ainda não está para breve, de acordo com fontes ligadas ao processo ouvidas pela Lusa.
O Ministério dos Transportes decidiu manter a circulação suspensa e fazer depender uma decisão sobre a linha da conclusão do processo da barragem de Foz Tua já aprovada pelo Governo mas "fortemente condicionada".
A Declaração de Impacte Ambiental (DIA), emitida em Maio, impõe à EDP, a concessionária da hidroeléctrica, que seja assegurada uma alternativa à linha do Tua, incluindo a análise da construção de um novo troço ferroviário.
Mesmo aprovada à cota mínima de 170 metros, a barragem de Foz Tua vai inundar 16 quilómetros da ferrovia, quatro dos quais foram imediatamente desactivados com a DIA favorável.
Os prazos legais para a elaboração dos estudos estão ainda a decorrer e "não haverá novidades em breve", segundo fontes ouvidas pela Lusa, que remetem desenvolvimentos para depois dos actos eleitorais que se aproximam.
Tudo indica que será o novo Governo saído das Legislativas de 27 de Setembro a analisar e tomar a decisão final sobre o futuro da linha do Tua.
O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, acredita que, se mudar o Governo, "
pode haver um milagre".
O autarca social-democrata está convencido que se o actual executivo socialista for reeleito "
a linha acabou".
Mas se o resultado das Legislativas for diferente, Silvano considera que "a filosofia de investimento público pode ser outra", pondo de lado, senão todo, pelo menos algumas das barragens do plano nacional em que se inclui a de Foz Tua.
Para já, mantém-se o que o autarca considera "a agonia" da linha, exactamente na mesma desde o dia do último acidente.
"Não houve obras de manutenção, nem prazos, nem respostas", declarou.
Lusa/RA

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