A história registará que Aníbal Cavaco Silva foi o Presidente da República que teve de lidar com o pior Governo de Portugal dos últimos 35 anos. Pior mesmo do que qualquer dos outros governos socialistas anteriores, o que já era quase impossível de conceber.
O Presidente teve de exercer o seu mandato num constante estado de alerta e viu-se, mais do que uma vez, na necessidade de chamar a atenção do País para o que se preparava. Quem não prestou atenção às suas palavras não pode agora queixar-se.
Cavaco Silva entendeu exercer o seu mandato no mais estrito respeito das normas constitucionais. No estado de esfarrapamento e depauperação em que Portugal se encontra, eu teria preferido mais voluntarismo da sua parte, isto é, que ele varresse a testada pondo essa gente no meio da rua sem demora. Mas reconheço que, constitucionalmente, não seria fácil despachar assim, sem mais nem para quê, um governo saído de eleições e com uma maioria a seu favor.
Por outro lado, nas últimas semanas, o seu magistério de influência e a sua capacidade de intervenção vêm-se mostrando decisivos para se chegar a uma solução de viabilização orçamental. Por via dela o País ganhará ainda um precário balão de oxigénio, e este Governo há-de seguir em funções até ser integralmente responsabilizado.
É claro que poderia ser desfiado aqui um ror de razões para apoiar Cavaco Silva. Mas entendo que para já basta uma só: Cavaco Silva é, neste momento, o único garante de que Portugal não vai a pique!
Se o país não pudesse contar com ele na chefia do Estado, lugar em que a sua autoridade, a sua experiência e o seu saber, quer no plano político, quer no plano profissional, lhe permitirão assumir um papel absolutamente fulcral, o resultado seria pior do que o de qualquer intervenção externa devida à bancarrota, viesse ela de Bruxelas, do BCE ou do FMI.
Em tempos escrevi que, pelo rumo que as coisas tomavam, nos arriscávamos a ficar condenados a ser a 18.ª autonomia espanhola. Esse foi um manifesto erro de perspectiva da minha parte. No estado a que chegámos, não prestamos para coisíssima nenhuma, nem mesmo para autonomia espanhola. E já nem a Espanha nos quer seja para o que for... Um país nas lonas, de analfabetos, peticionários e de calaceiros que votaram PS para se chegar a este lindo serviço, não interessa à Espanha e não lhe serve para nada.
Mas também é verdade que, com a governação insensata desta gente que está no poder, se não houver quem a meta na ordem, a perda da independência não tardará a decorrer de uma fragmentação acelerada: e veremos a Galiza anexar o Minho e o Douro Litoral, Castilla y Léon ligarem a si Trás-os-Montes, o Alto Douro e as Beiras, a Estremadura incorporar o Alentejo e a Andaluzia chamar um figo ao Algarve, com Lisboa a fingir que é uma espécie de Andorra atlântica e a brincar ao Portugal dos pequeninos. Aí, o PS há-de obstinar-se em apoiar esse esfacelamento nacional, que será mais um álibi para a sua incompetência e mais uma saída para umas quantas fornadas de boys.
Com todos os seus problemas, eu prefiro, ainda assim, que se mantenha bem inteiro o "Portugalete" de que falava Tomé Pinheiro da Veiga na Fastigímia. É o meu país, é com ele que me identifico e é nele que me reconheço. É aqui que vivo e respiro os seus valores morais, intelectuais e afectivos, é aqui que falo a minha língua, que encontro a minha família, a minha atmosfera e a minha paisagem, é daqui que olho para o mundo, enfim, é aqui que alimento alguma esperança acaso ainda possível, apesar de ela ser um bem cada vez mais escasso nesta Lusitânia defraudada.
Para que Portugal continue a ser o meu país e o de tanta mais gente que pensa, sente e quer exactamente como eu, é necessário que a chefia do Estado nos acautele contra a repetição de aventuras que foram sendo cada vez mais perigosas, de actuações que se tornaram cada vez mais irresponsáveis e de mentiras que se vieram mostrando cada vez mais escandalosas.
Portugal tem vivido uma ficção de si mesmo fabricada sem escrúpulos pelo Governo. Para sair desse estado de coisas, este país avariado precisa de um presidente da República que saiba o que faz e que faça o que tem a fazer. Em Cavaco Silva já o encontrou. Vasco Graça Moura, DN
O Presidente teve de exercer o seu mandato num constante estado de alerta e viu-se, mais do que uma vez, na necessidade de chamar a atenção do País para o que se preparava. Quem não prestou atenção às suas palavras não pode agora queixar-se.
Cavaco Silva entendeu exercer o seu mandato no mais estrito respeito das normas constitucionais. No estado de esfarrapamento e depauperação em que Portugal se encontra, eu teria preferido mais voluntarismo da sua parte, isto é, que ele varresse a testada pondo essa gente no meio da rua sem demora. Mas reconheço que, constitucionalmente, não seria fácil despachar assim, sem mais nem para quê, um governo saído de eleições e com uma maioria a seu favor.
Por outro lado, nas últimas semanas, o seu magistério de influência e a sua capacidade de intervenção vêm-se mostrando decisivos para se chegar a uma solução de viabilização orçamental. Por via dela o País ganhará ainda um precário balão de oxigénio, e este Governo há-de seguir em funções até ser integralmente responsabilizado.
É claro que poderia ser desfiado aqui um ror de razões para apoiar Cavaco Silva. Mas entendo que para já basta uma só: Cavaco Silva é, neste momento, o único garante de que Portugal não vai a pique!
Se o país não pudesse contar com ele na chefia do Estado, lugar em que a sua autoridade, a sua experiência e o seu saber, quer no plano político, quer no plano profissional, lhe permitirão assumir um papel absolutamente fulcral, o resultado seria pior do que o de qualquer intervenção externa devida à bancarrota, viesse ela de Bruxelas, do BCE ou do FMI.
Em tempos escrevi que, pelo rumo que as coisas tomavam, nos arriscávamos a ficar condenados a ser a 18.ª autonomia espanhola. Esse foi um manifesto erro de perspectiva da minha parte. No estado a que chegámos, não prestamos para coisíssima nenhuma, nem mesmo para autonomia espanhola. E já nem a Espanha nos quer seja para o que for... Um país nas lonas, de analfabetos, peticionários e de calaceiros que votaram PS para se chegar a este lindo serviço, não interessa à Espanha e não lhe serve para nada.
Mas também é verdade que, com a governação insensata desta gente que está no poder, se não houver quem a meta na ordem, a perda da independência não tardará a decorrer de uma fragmentação acelerada: e veremos a Galiza anexar o Minho e o Douro Litoral, Castilla y Léon ligarem a si Trás-os-Montes, o Alto Douro e as Beiras, a Estremadura incorporar o Alentejo e a Andaluzia chamar um figo ao Algarve, com Lisboa a fingir que é uma espécie de Andorra atlântica e a brincar ao Portugal dos pequeninos. Aí, o PS há-de obstinar-se em apoiar esse esfacelamento nacional, que será mais um álibi para a sua incompetência e mais uma saída para umas quantas fornadas de boys.
Com todos os seus problemas, eu prefiro, ainda assim, que se mantenha bem inteiro o "Portugalete" de que falava Tomé Pinheiro da Veiga na Fastigímia. É o meu país, é com ele que me identifico e é nele que me reconheço. É aqui que vivo e respiro os seus valores morais, intelectuais e afectivos, é aqui que falo a minha língua, que encontro a minha família, a minha atmosfera e a minha paisagem, é daqui que olho para o mundo, enfim, é aqui que alimento alguma esperança acaso ainda possível, apesar de ela ser um bem cada vez mais escasso nesta Lusitânia defraudada.
Para que Portugal continue a ser o meu país e o de tanta mais gente que pensa, sente e quer exactamente como eu, é necessário que a chefia do Estado nos acautele contra a repetição de aventuras que foram sendo cada vez mais perigosas, de actuações que se tornaram cada vez mais irresponsáveis e de mentiras que se vieram mostrando cada vez mais escandalosas.
Portugal tem vivido uma ficção de si mesmo fabricada sem escrúpulos pelo Governo. Para sair desse estado de coisas, este país avariado precisa de um presidente da República que saiba o que faz e que faça o que tem a fazer. Em Cavaco Silva já o encontrou. Vasco Graça Moura, DN
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