quarta-feira, 6 de abril de 2011

Daqui e dali... Henrique Raposo

Sócrates, o homem que não acreditava em nada

Vários amigos, de várias latitudes, têm comentado com espanto: "mas o tipo continua a andar e não cai". O "tipo" é, obviamente, José Sócrates. Estes meus ingénuos amigos não encontram a força motriz de um homem que enterrou o país, de um homem que mentiu várias vezes ao dito país. Afinal de contas, Sócrates devia estar em casa, humilhado e com vergonha, tal como Guterres. "Mas o homem não se enxerga?", perguntam. Não, o homem não se enxerga. E o motivo para essa falta de dignidade é muito simples: nós não conseguimos humilhar uma pessoa que não acredita em nada. Se x não acredita em nada, x não tem pontos fracos do ponto de vista tático. Sócrates vai continuar a andar para a frente, porque aquilo que dizia na terça já não conta na quarta. É como jogar futebol sem ter uma baliza para defender, é só atacar a baliza dos outros.


Adentrando, podemos dizer que qualquer primeiro-ministro com um mínimo de crenças sólidas tinha apresentado a demissão após o discurso de Teixeira dos Santos. Porquê? Porque esse discurso consistiu numa sova ideológica e técnica na governação do socratismo. Se a incompetência, as mentiras e as omissões não fossem suficientes, este discurso exigia a demissão do primeiro-ministro . Mas Sócrates nem ligou, nem vai ligar, porque este indivíduo não acredita em nada. Nada. Está agarrado ao poder, porque é a única coisa que conhece. Pior: tem medo de sair do poder. Ele tem medo de ser um mero civil.


E, agora (se ainda existissem dúvidas), está provado que Sócrates nem sequer acredita em Portugal. Este homem não tem um pingo de patriotismo. Neste momento, o primeiro-ministro é o único português a recusar a ideia de pedido de ajuda. Em consequência, o governo está a endividar ainda mais o país. Sócrates criou mais uma mentira ("não, não precisamos de ajuda; vamos parar o FMI em Badajoz"), que está a acumular dívidas a cada dia que passa. Mas, desta vez, há uma novidade: ele está sozinho nessa mentira. E, meus amigos, começa a ser penoso ver o país nas mãos de uma pessoa que se comporta como um inimputável, que julga que todos os outros 9.999.999 portugueses são idiotas. Expresso

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