Portugal é, por certo, líder mundial na produção de legislação. Essa capacidade, que garante o pão a milhares de incógnitos trabalhadores, mostra que o País é um exemplo de produtividade. Como se não bastassem as leis, os decretos-lei e as posturas municipais, há ainda uma outra área onde a nossa criatividade é surpreendente: a rectificação. O "Diário da República" é um tesouro repleto de rectificações às alterações feitas a decretos que alteram outros. Ou que simplesmente remetem para outros de que já ninguém se lembra.
Portugal está construído sobre uma montanha de papel. As sete colinas de Lisboa são feitas de códigos, leis e decretos. Não admira que, no meio de tanta papelada, os documentos sobre as célebres contrapartidas dos submarinos tenham desaparecido. As leis em Portugal criam-se para que todos se percam no seu emaranhado, e para que os mais espertos saltitem por entre as regras que elas se dispõem a aplicar.
Este, de resto, é o País dos projectos, dos anteprojectos e das comissões e unidades de missão. Antigamente havia a figura tenebrosa dos ratos de biblioteca. Agora existe a figura misteriosa do aviário de decretos. É esta pilha de papel legislativo que estrangula a criatividade em Portugal. Fernando Santo, antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros, dizia há dias que havia cerca de 3.000 artigos com legislação sobre construção em Portugal. É com esta arquitectura jurídica que se consegue que o País emperre. É por isso que no País da legislação é impossível haver justiça.
Fernando Sobral
6 comentários:
A justiça não existe,nunca existiu,nunca existirá.Há apenas justiças particulares.
O que nós desejamos que haja é a resolução célere dos problemas, o que, na realidade, também não existe.
A celeridade desejada não existe por causa da muita legislação, por falta de intérpretes e aplicadores da legislação que sejam práticos e por falta duma organização judiciária que permita a celeridade.
JLM
A Justiça..
Realmente .. nada como gozar com o "algo" de "alguém" em alguma parte
Será que temos alguem com algo no sítio em algum lugar?
Vale a Pena VER
Parlamento Espanhol
http://www.youtube.com/watch?v=WRUXNC28PFM
in Jornal de Negócios
"É imoral" e um "péssimo precedente" Armanda Vara continuar a receber salário
12/04/2010
Um pequeno accionista do BCP, que tem acções do banco desde 1986, criticou o facto de o vice-presidente da instituição Armando Vara continuar a receber salário apesar de não desempenhar funções. "Não acho bem. Se não é um custo de trabalho, é um donativo". Para este investidor, "é coisa que nunca se viu".
Segundo outro investidor, o facto de Vara continuar a receber salário - 520 mil euros de remuneração fixa anual - "é imoral. É um péssimo precedente".
Perante o coro de vozes que se levantou a criticar este facto, o presidente da mesa da assembleia geral, António Menezes Cordeiro, decidiu não dar a palavra a outros accionistas que quisessem falar sobre este assunto, para evitar repetições.
Joe Berardo
"Dói-me muito pagar a alguém que não está a trabalhar, mas temos que respeitar os acordos"
Joe Berardo, presidente da comissão de remunerações do BCP, justificou o facto de Armando Vara continuar a receber salário com o facto de ter um contrato de trabalho que termina apenas em Dezembro deste ano. "A mim, dói-me muito pagar a alguém que não está a trabalhar, mas temos que respeitar os acordos", afirmou Berardo em resposta aos accionistas que criticaram esta situação.
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=419241
Círculo vicioso ...
É, em Lógica, a designação do sofisma com que se pretende demonstrar por meio de hopótese, com retorno à ideia inicial.
É o que em grego se chama "dilelo",
um pelo outro, porque se dá como que um giro mental nesse vicioso pensamento em que não se sai da mera hipótese donde se parte.
"os corredores legislativos são labirínticos", emperrando a justiça" ... segundo Fernando Sobral;
"a Justiça não existe, nunca existiu (muito menos é célere)por haver leis a mais"... para JLM.
O sentido psicológico da nossa consciência limita-se a informar sobre a nossa actividade psíquica: o sentido moral exerce uma função indicativa do valor dessa actividade.
As emoções são sentimentos intensos (agradáveis ou desagradáveis), mas passageiros, que nos invadem a sensibilidade, sendo provenientes de uma reacção mental.
Exarcebadas, dão-nos as paixões ...
pelas quais somos dominados e arrastados!
A Justiça não funciona por haver excesso de legislação? ou
A legislação, por excessiva, impede o normal funcionamento da Justiça?
Está criado o "círculo vicioso"!...
Carlos Fiúza
Os trochas que pagam as Orgias Publicas
Televisão Independente???
http://www.youtube.com/watch?v=8-gfYN61WRM
lá como cá...
uns reagem .. outros nem por isso
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