quinta-feira, 31 de março de 2011

Daqui e dali... Henrique Raposo

Socrates School of Economics

Vieira da Silva, José Sócrates, o PS inteiro e o meio "jornalismo" (gosto muito de ouvir analistas que não passam de protectores oficiosos do PS e de Sócrates) criaram uma nova escola de pensamento económico, a saber: a Socrates School of Economics (a malta, lá fora, tira o acento ao nosso primeiro). Esta escola decreta que um país pode entrar em bancarrota total em apenas uma semana e somente por causa de uma acção parlamentar. Esqueçam os anos de má governação, esqueçam os anos de más escolhas de política económica, esqueçam os anos de incompetência dos ministérios das finanças. Nada disso é verdade. Nada disso conta. Segundo esta brilhante escola, a bancarrota surge quando uma borboleta, a oposição, bate as asas. É essa inocente borboleta que, num simples acto, causa a destruição.

Portanto, para a SSE (Socrates School of Economics), a bancarrota surge por artes mágicas, porque existem umas pessoas más (a oposição) que não seguem as pessoas boas (o governo). Ou seja, a bancarrota é uma espécie de acto de vontade, e não a consequência de políticas concretas conduzidas ao longo de anos. Para a Socrates School of Economics, Portugal está na bancarrota porque a oposição revelou má vontade, porque a oposição quis essa bancarrota. E quis porquê? Ora, porque está coligada com o Sauron do guito, o FMI. 16 anos de governação PS não contam para nada nesta perspectiva epistemológica revolucionária no campo do pensamento económico. Genial, pá.

Não sei se a Socrates School of Economics conseguirá vencer o Nobel da Economia, mas como literatura não está mal, não senhor: é a aplicação do realismo mágico aos assuntos económicos. Expresso

8 comentários:

Anónimo disse...

Claro que há muita razão nisto que está aqui escrito. Mas não será altura de argumentar com coisas concretas. Agora estamos aqui.Certo.Que há a fazer?
Aplicar o PEC 4? É insuficiente?São precisas medidas mais duras?Quais?Cortar mais os salários?Reduzir mais as pensões?Reduzir os serviços públicos?Quais?De que maneira?Reduzem-se as autarquias?Quais?É preciso recorrer já ao FMI?É preciso um governo de salvação nacional?Com quem se faz?Com quem não se faz?
Pensem no sentido duma saída e não batam mais no Sócrates e no PS.E estes não batam mais nos outros?
Não houve tanta gente que defendeu em tempos um governo de maioria relativa?Agora não dizem que um governo minoritário é um crime?
Ideias claras,concretas,seguras,corajosas precisam-se.Venham elas.
JLM

Anónimo disse...

Alerta transmontanos!! Não vão outra vez cair no conto do Vigário!! Não se enganem com os km de alcatrão que só servem para ajudar o Coelhone da mota engil!!! Isto é desenvolvimento, sim, mas do bolso das construtoras!!!
Ass. Rosa Choc

Anónimo disse...

«E estes não batam mais nos outros?». É uma interrogação ou uma exclamação? É por estas e por outras pequeninas coisas que se vê a sua costela socrática, caro JLM. Mas já agora deixe-me que lhe diga que acho que deveria votar era no Guterres, já que o seu estilo conciliador em nada se parece com o de Sócrates. Como sabe, às vezes há pessoas que emperram o diálogo, e podem ser um empecilho às melhores ideias de que tanto fala. Há pessoas que só se ouvem a si próprias. Onde é que eu já vi isto? No concelho de Carrazeda é que não foi... então, onde?

Anónimo disse...

Confesso que já fui guterrista. Mas Guterres já foi. E sabemos o resultado que deu a sua capacidade de diálogo.Sabe que foi porque Sócrates tinha o estilo oposto que eu me virei para ele.Talvez esteja na altura de mudar novamente já que apareceu um político todo soft:Passos Coelho.Vamos ver.E também gosto da sua faceta liberal,nada conservadora.
Não sei a que pessoas se refere,mas o que verdadeiramente me interessa é olhar para a política com uma visão positiva e prospectiva e não meramente mal-dizente.
JLM

Anónimo disse...

Concordamos em absoluto, JLM. Mas se vier um cardeal vermelho, aos urros e murros, na mesa do café, a ver quem berra mais alto, você continuaria a conversa? Não seria um empecilho?

Anónimo disse...

Essa hipótese deixa-me muito confuso.Mas porque é que tem necessidade de escolher um cardeal,ainda por cima vermelho(os cardeais não são todos vermelhos?)?
Não acredito que um cardeal se comporte dessa maneira.Mas se, por mera hipótese, se comportasse como diz,com certeza que não estaria para o aturar.Confesso-lhe que já perdi demasiado tempo em cafés com conversas disparatadas e que não me apetece repetir a experiência.
JLM

Anónimo disse...

Agora é o JLM que deixa de ser bonzinho. Então, rejeita os tempos dourados, à volta de um copo, no Alvorada e no Ponto de Encontro? Nem parece seu.

Anónimo disse...

Este anónimo continua no seu caminho um tanto insolente.
Mas sempre lhe respondo que tenho mudado bastante.Na realidade,depositava alguma esperança de manter conversas de certo interesse nos cafés de Carrazeda(não só nos indicados).As minhas expectativas saíram-me um tanto defraudadas e,agora,já não me apetece repetir a experiência e,por isso,desisti.
JLM