quarta-feira, 2 de março de 2011

Daqui e dali... Fernando Sobral

O grande reciclador

José Sócrates não cria, recria. Conseguiu transformar o Governo numa central de reciclagem.
O primeiro-ministro pilha o passado para recriar o presente e transformar o futuro numa ficção. Nas vésperas de ir prestar contas a
Angela Merkel, como um aluno tresmalhado, Sócrates continua a ter a invulgar capacidade de anunciar novidades que já o foram há meses. Ou seja, o marketing é hoje a única política real do Executivo.
Este Governo é a nova versão do restaurador Olex. O seu único objectivo é iludir a realidade. O drama de Portugal começa a ser óbvio: o gestor do Estado é alguém que paira sobre a realidade e a confunde com um concurso de pirotecnia criativa. Os sucessivos estágios para jovens, aos 50 mil de cada vez, que anuncia ciclicamente, e que são sempre os mesmos, mostra que anunciar projectos é a única actividade governamental.
Sócrates tornou-se o multiplicador de ilusões. Com o cerco financeiro ao País cada vez mais visível, o Governo vive a sua fase psicadélica. É uma atitude simpática, com a diferença que não estamos na década de 60 nem o Governo é um digno sucessor dos Merry Pranksters de Ken Kesey. Portugal precisa neste momento de ter um Governo que resolva os problemas que herdou e expandiu e não um grupo de criativos.
A difícil situação económica e financeira (e qualquer dia social) não se resolve com marketing e publicidade. Ao perderem o sentido da realidade, José Sócrates e o Governo estão a tornar o Estado português numa câmara de eco. Só que frases muitas vezes repetidas não se transformam em verdade por obra da reciclagem. Fernando sobral, Jornal Económico

3 comentários:

Anónimo disse...

Eh pá!! Se ele é assim tão bom a reciclar é chamá-lo para o seminário da malta do bloco, cá em Carrazeda...
E depois aproveita-se e vão todos reciclar para... A Líbia!!
Ass. Al Salami

Anónimo disse...

Por falar em reciclar, vai ser instalado na nossa Assembleia Municipal o sistema de contagem electrónico de votos, ao estilo da vara romana. Passo a explicar, dada a inoperância dos contadores de serviço, por cada voto faz-se um entalhe numa vara de marmeleiro. No final, se a contagem não estiver correcta dá-se com a própria vara aos contadores!!Na Coreia do Norte este sistema nunca falha!
Ass Conde Andeiro

Anónimo disse...

Por falar em sistemas electrónicos, vai ser aposto ao regulamento da Assembleia Municipal, a modalidade de leitura de cartas de ex-votos, com ou sem assinatura, de preferência lidas em voz alta por gente independente, mas... Dependente.
Ass. Maquiavel