sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Transmontanos desconhecem qualidade do “seu” azeite

A Produção de Azeite de 2010 foi a melhor no “Solar dos Cortiços 1748” desde que a produção foi retomada em 2004. Mesmo Assim o azeite de Denominação de Origem Protegida (DOP) ainda não é reconhecido pelos próprios transmontanos. Quem o afirma é Bernardo Patrício, um dos responsáveis pelo Núcleo Museológico do Azeite dos Cortiços, em Macedo de Cavaleiros.
Bernardo Patrício garante que têm sido vários os visitantes do Museu do Azeite dos Cortiços que procuram o azeite (DOP) “Solar dos Cortiços 1748”. No entanto são os próprios transmontanos que muitas vezes não reconhecem as qualidades deste azeite.
As pessoas, quando provam um azeite de qualidade, dizem que amarga, que pica. Mas, isso é uma das características da nossa azeitona, da cobrançosa transmontana. Essa azeitona é colhida na devida altura e laborada a baixas temperaturas, sendo conservado o verdadeiro sabor da azeitona. Antigamente elevavam as temperaturas
Maria Helena Chéu, presidente do Piaget de Macedo de Cavaleiros reforça as qualidades deste azeite, através de um estudo realizado na sua dissertação de mestrado.
Sem dúvida alguma que é um produto de excelente qualidade, porque reúne características excelentes a nível sensorial, a nível químico e físico-químico, distinguindo-se de vários azeites aqui da região transmontana. Principalmente a nível sensorial”.
Bernardo Patrício alerta ainda para o facto de muita gente comprar azeite no supermercado sem saber que tipo de produto vai consumir.
Muitas pessoas vão ao supermercado e não sabem que estão a consumir um azeite misturado com um azeite refinado. Pelo preço julgam que é idêntico a este, mas não é. Este é mesmo o que sai da polpa da azeitona, é natural. Queixam-se que é mais caro, mas este tem todas as garantias de qualidade. Por vezes chama-se azeite a um produto que já foi alterado com químicos, que perdeu o sabor e que é misturado com azeite bom”.
Para que o azeite mantenha o verdadeiro sabor, Bernardo Patrício revela ainda que a azeitona deve ser colhida entre meados de Novembro e meados de Dezembro, precavendo-se contra as fortes geadas que podem alterar a qualidades naturais do fruto. Considerada a melhor época desde que foi retomada a produção do azeite dos cortiços em 2004, este inverno já foram produzidos cerca de 5 mil litros deste azeite DOP mas o responsável conta produzir pelo menos mais mil até ao final do mês.
Bernardo Patrício aponta as condições climatéricas como o factor principal para a boa produção deste ano.
Nunca tivemos uma produção tão boa como este ano, devido às condições climatéricas. Muita chuva e sem problemas na altura da floração.”
Este foi o melhor ano de sempre para a produção deste azeite DOP.
CIR/Brigantia

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